Esta quinta-feira ficou marcada pela reação do Sporting ao atraso nos pagamentos por Rúben Amorim ao SC Braga. Francisco Salgado Zenha, vice-presidente do clube leonino, considera que é “absolutamente ridículo” falar-se neste tipo de atrasos em pagamentos devido ao panorama atual em que vivemos com a pandemia de Covid-19. “As pessoas falam desse caso e de outros, mas uma coisa é certa, estamos a passar por um contexto nunca antes visto. Peço desculpa pela expressão, e nem falo só do caso do SC Braga, mas é absolutamente ridículo andarmos a falar de atrasos no pagamento a fornecedores, de um mês, menos de 15 dias, no contexto atual”, começou por dizer o ‘vice’ dos leões em declarações na ‘Sport TV+’.
Francisco Salgado Zenha comentou ainda o lay-off em que o Sporting entrou, comunicado na quarta-feira à CMVM, e a forma como impacta as finanças leoninas. “O Sporting anunciou um lay-off pela primeira vez na História. Infelizmente, não é o único, é o mundo inteiro. O FMI anunciou que a queda do PIB em Portugal vai ser a maior de que há registo. Estamos a falar de um contexto anormal, estamos a falar de um atraso no pagamento de dias a um fornecedor. Ou não se percebe o contexto ou não se sabe o que é gerir uma empresa nessas condições”, referiu.
O vice-presidente do Sporting foi ainda questionado sobre se o clube tem de pagar 13,8 milhões de euros a partir de sexta-feira, ao qual respondeu primeiramente que não entraria em “detalhes do contrato até porque são confidenciais. O Sporting não falhou nenhum pagamento relevante relativo a acordos que tem determinada importância antes do Covid e antes do estado de emergência. Tudo o que o Sporting fez foi cumprir com esse tipo de responsabilidades ante da crise Covid. O que apareceu depois, o Sporting teve de mudar a sua postura. Se havia algum contrato, um pagamento a começar antes, mas que previa uma penalidade ou moratória só depois do Covid, é porque estava previsto e claro que o Sporting iria pagar até ao final desse segundo prazo e não do primeiro. Está previsto na Lei a alteração de circunstâncias, fundamentadas por alterações anormais do contexto após assinatura do contrato. Não há uma alteração mais anormal do que o momento que estamos a viver.”
Salgado Zenha decidiu abordar com maior pormenor a quantia dos 13,8 milhões de euros e recorreu ao IVA para se justificar, com exemplos de contratações dos rivais Benfica e FC Porto ao SC Braga. “Deixe-me desmistificar um tema que é o IVA. Que eu saiba, nas transferências não se fala em IVA. Não me lembro de se falar de IVA no Rafa, ou no Loum. Estar a pôr o IVA, que é dedutível, não tem interesse nenhum. Eu pago, mas vou buscá-lo. Tudo o que são penalidades, juros, numa fase, neste contexto é óbvio que para nós não tem peso nenhum. Tentar falar de cláusulas de aceleração é, na nossa opinião, completamente sensacionalista e não tem razão de ser”, salientou.
O dirigente leonino disse ainda que não haverá lugar para penalização da parte da UEFA em relação a uma eventual exclusão das competições europeias da próxima temporada. “O fair play financeiro só tem por incidência negócios realizados até dezembro do ano anterior, depois disso não é avaliada nenhuma transação”, referiu antes de ressalvar que os leões pretendem “receber o mais rápido possível” os 16,5 milhões de euros que Rafael Leão foi condenado a pagar ao Sporting.
Este tema do incumprimento do pagamento por Rúben Amorim foi abordado pelo António Tadeia no Último Passe desta quinta-feira. “Incumprimentos e incoerências de Lisboa a Braga”, para ler aqui.
Ainda nesta quinta-feira, o Benfica viu-se condenado pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol a pagar 816 euros de multa por críticas a Fábio Veríssimo. As palavras em questão foram publicadas na newsletter dos encarnados após o triunfo do FC Porto sobre o Santa Clara por 1-0 para a Taça de Portugal, em dezembro.
Gabriel analisou a perda da liderança do Benfica para o FC Porto que aconteceu antes de entrarmos em quarentena. O médio das águias recordou a época passada na qual tinha sido o Benfica a ultrapassar o rival na tabela. “Essa reviravolta que o campeonato deu em tão pouco tempo aconteceu ano passado, quando fomos campeões, só que ao contrário. Estávamos sete pontos atrás, deu uma arrancada muito forte na segunda volta e conseguiu o título”, disse Gabriel à ‘Globoesporte’.


O centrocampista anteviu ainda os objetivos para quando se der o reatar do futebol, com o maior obstáculo a ser o “clique” da paragem para o retorno da competição. “Quando voltar, vai estar valendo o título, e para mim título é título, não tem como fugir disso, é para isso que eu trabalho, para isso que eu jogo futebol. O que mais vai afetar é ter de jogar à porta fechada, porque os adeptos é que contam, o adepto faz parte dessa competitividade, e isso já vai ser diferente. Mas o resultado vai ser igual, é isso que temos de meter na cabeça. O maior desafio na volta vai ser dar aquele clique de novo e entender que agora está a contar, e vale um título.”
No FC Porto foi dia de nostalgia, com Vítor Ferreira a recorrer às redes sociais para partilhar uma fotografia com Pepe já com alguns anos (na primeira passagem de Pepe pela Invicta), eles que agora são colegas de equipa nos dragões. “Devem estar a perguntar: quem é aquele ali ao lado do Vítor Ferreira? Quem diria, Pepe, que hoje estaríamos a partilhar o balneário e o relvado? Hoje somos colegas, mas continuas e cada vez mais és uma referência para mim e para quem segue o futebol”, escreveu o jovem médio de 20 anos.


Por falar em recordações, Jorge Andrade lembrou a expulsão de que foi alvo contra o FC Porto quando representava o Deportivo Corunha, nas meias finais da Liga dos Campeões de 2003/04. Quem não se recorda de toda aquela situação com Deco? “Há sempre alguém que me fala sobre esse assunto. As pessoas não se lembram dos golos que fiz, das jogadas que fiz, lembram-se é dessa cena. Todos os dias acordo com esta pergunta. Fazia-se isso nos treinos e não havia qualquer tipo de problema, mas ali era um jogo. Devia ter sido mais prudente”, reconheceu no programa ‘FC Porto em casa’.
“Já faltava pouco tempo para acabar o jogo e aquilo decidiu um pouco o destino da nossa equipa, porque mexemos muito as peças para a segunda mão e todos os pormenores contam numa Champions. Como éramos ex-colegas pensava que o árbitro podia ter sido um pouco mais leve e ter levado aquilo para um amarelo”, explicou.
Viramos agulhas para o futebol internacional e mais uma edição dos ‘Donos da Bola’. Neste dia, o António Tadeia deu a conhecer quem está a frente dos destinos dos clubes da Liga Espanhola, onde a realidade foi moldada pela Lei de 1992 que levou à formação das Sociedades Desportivas. Uma reportagem que pode ler aqui.
Em Inglaterra, John Terry lembrou os tempos e os vários títulos conquistados com José Mourinho no Chelsea. O ex-internacional inglês tem na memória particularmente uma situação em que o treinador português ameaçou ir contratar dois centrais novos. “Tínhamos ganho a Premier League no ano anterior e voltámos para o primeiro dia da pré-época. Eu e o Gary Cahill só metíamos a bola fora do campo. O clube tinha contratado o Fàbregas, Diego Costa e o Mourinho disse-nos logo ‘ou param de meter a bola fora do campo ou gasto 100 milhões de euros em dois centrais se continuarem’. Olhámos um para o outro e, a partir daí, todos elevámos o nível”, confidenciou Terry em direto na conta pessoal de ‘Instagram’.


“O Mourinho sabia exatamente o que fazia e quando devia carregar ou não no ‘botão’. Estava quatro passos à frente de todo, até nas pequenas coisas. Eu podia estar sentado relaxado em casa e receber uma mensagem dele no telemóvel. ‘Treino fabuloso, adoro-te, capitão’ e coisas do género. Tínhamos uma relação muito boa”, concluiu.
Em Espanha, há novidades sobre o possível regresso ou não do futebol. A imprensa desportiva do país vizinho avançou durante o dia que a federação espanhola já tem um plano alternativo caso não seja possível reatar o campeonato até 30 de junho. Assim, será respeitada a atual classificação, o que significa o título para o FC Barcelona, com Real Madrid, Sevilha FC e Real Sociedad apurados também para a Champions. O Getafe CF e o Atlético Madrid iriam jogar a Liga Europa. A federação salientou que a prioridade se mantém na conclusão da Liga dentro das quatro linhas, mesmo que tenha de ser jogada até setembro. No entanto, caso não dê para concluir até à data definida pela UEFA para dar a conhecer as equipas candidatas às provas europeias terá de ser o plano alternativo a entrar em ação.