Golos de Luís Díaz, Soares e Fábio Silva valeram ao FC Porto uma justa vitória por 3-0 frente ao FC Famalicão, que assinalou a passagem de testemunho na liderança da Liga Portuguesa. Os portistas souberam sempre explorar o início de construção famalicense e, mesmo tendo tido muitas outras oportunidades, marcaram os seus três golos em três recuperações de bola na frente. São agora líderes, com os mesmos pontos do Benfica – mas com um golo de vantagem – e com mais dois que o FC Famalicão, que caiu para a terceira posição.
Perante um FC Famalicão com personalidade de líder e sem pensar sequer em abdicar do seu 4x3x3 ou da saída em construção desde trás, o FC Porto apresentou algumas novidades táticas, a maior das quais passou pela inclusão de Mbemba como lateral-direito. Corona voltou a subir no terreno e isso aproximou a equipa mais do 4x3x3 com que acabou a partida contra o Rangers do que do seu habitual 4x4x2 assimétrico – ao qual, de qualquer modo, faltaria Marega, ontem na tribuna. Sérgio Conceição colocava Otávio mais assumido no corredor central, abria Corona e Díaz nos dois flancos, ainda que pedindo-lhes muito jogo interior e proximidade a Soares, que era o ponta-de-lança de serviço. E isso, juntamente com a disponibilidade destes quatro homens para condicionarem o início de construção do FC Famalicão, garantiu aos portistas um início de jogo dominador, ainda que durante muito tempo sem golos.
As oportunidades, no entanto, não faltaram. Soares testou a atenção de Defendi logo no primeiro lance da partida, mas o guardião famalicense deteve o cabeceamento do seu compatriota. Defendi teve de se esforçar um pouco mais para desviar para canto um tiro desferido por Uribe da entrada da área, aos 5′. Do mesmo local, aos 7′, Danilo tanto procurou o ângulo superior da baliza que fez a bola sair ao lado. E as defesas da noite surgiram aos 15′: primeiro, após combinação entre Díaz e Otávio, Uribe obrigou Defendi a uma tirada espetacular, desviando o remate para canto; depois, no canto, foi Soares quem saltou mais alto que toda a gente, mas apenas para ver o guardião famalicense defender sobre a linha de golo, no chão, junto ao poste.
Ao esgotamento do fulgor inicial portista, sem golos, respondeu o líder da Liga com o seu futebol mais tranquilo e elaborado. O FC Famalicão ganhou fôlego e mostrou que também era capaz de chegar perto da outra baliza quando, aos 19′, com opção de envolvimento à esquerda, Fábio Martins tentou surpreender Marchesín de fora da área, mas viu o argentino desviar o tiro para canto. O jogo estava então mais dividido, como se viu na forma como as finalizações apareciam dos dois lados: Manafá, que surgiu no onze em vez de Alex Telles, como lateral esquerdo, aproveitou o envolvimento interior de Díaz para se soltar e chutar ao lado, aos 23′; Lameiras obrigou Marchesín a mais uma defesa, em remate cruzado, da direita, aos 31′; Otávio ganhou a linha de fundo e, no passe atrasado, quase deu o golo a Soares, aos 38′, valendo na circunstância a antecipação de Lionn, a cortar para fora.
Depois de uma primeira parte tão animada, o golo inaugural surgiu quando já ninguém o esperaria, aos 45′. Patrick William, defesa-central do FC Famalicão, entregou mal uma bola em início de construção. Foi Otávio quem corporizou a opção de Sérgio Conceição condicionar aquele início de construção, recuperando a bola e acelerando a transição ofensiva antes de entregar a Díaz. Este tabelou com Corona e fez o 1-0. Veja aqui o golo de Diaz:
Indo para os balneários a ganhar, o FC Porto manteve-se na mó de cima no regresso, tendo-lhe pertencido as primeiras boas situações da segunda parte. Logo aos 48′, respondendo a passe da marca de penalti de Uribe, Corona, que estava solto na direita, chutou por cima. Foi também o mexicano quem esteve perto de ampliar a vantagem portista, aos 57′, quando respondeu com um volei a cruzamento da linha de fundo de Díaz, mas viu o remate passar ao lado.
João Pedro Sousa quis então renovar energias na sua equipa, trocando, aos 63′, Guga e Anderson por Racic e Schiapacasse, dois jogadores mais fortes do ponto de vista físico. Mas dez minutos depois, antes que as alterações fizessem qualquer efeito, o FC Porto fez o 2-0, mais uma vez aproveitando um mau passe do adversário em início de construção. Desta vez foi Lionn quem tentou um passe interior, recuperado por Soares. O ponta-de-lança aproveitou para galgar metros com a bola nos pés e rematar da entrada da área. A bola até foi contra Patrick William mas voltou como que por milagre aos pés de Soares, que num ápice se viu na cara do guarda-redes: contornou-o e marcou de pé esquerdo na baliza deserta. Veja aqui o lance do segundo golo portista:
O 2-0 teria acabado com o jogo, não fossem as alterações. Sérgio Conceição chamou então ao relvado Alex Telles e Nakajima, enquanto do outro lado entrava Diogo Gonçalves. Mais tarde, no FC Porto, entrou Fábio Silva, para lhe dar minutos e proporcionar a ovação a Soares. E, recuperando uma bola na área em lance no qual o guarda-redes também tentou sair a jogar, o miúdo fez o 3-0 à segunda vez que tocou na bola. Veja aqui como:
Aqui fica o resumo do jogo: