Um golo de Carlos Vinicius, num lance de insistência, apenas quatro minutos depois de ter entrado em campo, valeu ao Benfica uma difícil vitória por 1-0 frente ao Vitória FC, num jogo em que até acabou com dez homens em campo, fruto da expulsão, a dez minutos do fim, de Taarabt. O desafio foi marcado pelas dificuldades dos encarnados entrarem na organização defensiva da equipa sadina, que já tinha mantido a baliza a zeros em cinco das seis jornadas da Liga, mas também pela abordagem de Bruno Lage, que perdeu demasiado tempo com Gedson a jogar como segundo avançado, atrás de Seferovic.
O Vitória FC apareceu sobretudo concentrado na sua organização defensiva, baixando muito o bloco e dando sempre prioridade à ocupação dos espaços no seu meio-campo, sempre num rigoroso 4x1x4x1, com Semedo entre as linhas e Berto e Mansilla quase a funcionarem como segundos defesas-laterais, mas disponíveis para dispararem em momento de transição para o ataque. Do outro lado, Bruno Lage surpreendia ao colocar Gedson na posição que costuma ser de Raul de Tomás, atrás do ponta-de-lança, que era Seferovic. E o início do jogo foi a prova de que sem espaço não há forma de se ver velocidade: o Benfica ia trocando a bola entre os seus jogadores, mas dando sempre a ideia de o fazer de forma lenta e previsível, a que não seria alheia a pouca rotatividade ofensiva de Fejsa, por exemplo.
Em resultado disso, o primeiro remate dos encarnados surgiu aos 22’, e num momento de ataque rápido: recuperação de bola a meio-campo, arrancada de Rafa a quebrar as linhas defensivas do adversário e bola e Gedson, que demorou a visar as redes e permitiu que Artur Jorge se interpusesse e intercetasse para canto. Foi um dos poucos momentos em que os campeões nacionais incomodaram o guardião Makaridze, sempre bem protegido pelas duas muralhas que tinha à sua frente. Aliás, só nos últimos dez minutos da primeira parte, fruto do que pareceu ser alguma fadiga e consequente baixa dos índices de concentração dos sadinos, o Benfica pareceu acelerar um pouco a partida.
Foi nessa altura que os passes verticais de Taarabt começaram a entrar com mais frequência e que o Benfica somou mais dois lances de perigo. Primeiro, aos 35’, na sequência de um cruzamento de André Almeida a que Seferovic não chegou, Pizzi apareceu ao segundo poste para rematar de primeira, de pé esquerdo, exigindo a primeira defesa do jogo a Makaridze. Depois, aos 42’, foi a vez de Pizzi ganhar a linha de fundo, na direita, para cruzar, encontrando Seferovic ao segundo poste – o suíço, no entanto, entendeu que já não tinha ângulo de remate e tentou devolver para a frente da baliza, onde Artur Jorge foi mais rápido a chegar e afastou. O intervalo chegou, assim, com o mesmo 0-0 que já se tinha registado a meio do caminho nas últimas três partidas do Benfica (Leipzig, Moreirense e Vitória SC) e que tem sido a especialidade do Vitória FC esta época (quatro nulos em seis jornadas da Liga).
Impunha-se alguma alteração por parte do Benfica e Bruno Lage não esperou muito, trocando Fejsa por Gabriel logo ao intervalo, mas mantendo um Gedson cuja adaptação parecia forçada a segundo avançado. E a primeira ocasião do segundo tempo surgiu na baliza do Benfica, aos 47’, quando Mansilla se isolou sobre a meia esquerda e chutou à rede lateral da baliza de Vlachodimos. Era o primeiro remate dos sadinos em todo o jogo. E o segundo veio logo a seguir, por Hachado, que na frente de Ferro acertou na mesma rede lateral do colega. O futebol do Benfica parecia bloqueado e só depois de Bruno Lage trocar Pizzi por Vinicius, aos 60’, colocando em campo dois pontas-de-lança e derivando Gedson para uma das alas, é que a equipa começou a carburar. O primeiro remate encarnado no segundo tempo foi muito por cima (Gabriel, aos 62’), mas o golo inaugural não demorou muito. Marcou-o Vinicius, aos 64’. Tudo começou num canto de Grimaldo, que Ferro finalizou para defesa incompleta de Makaridze. A bola chegou depois a Rafa, que cruzou, tendo o brasileiro passado a bola sobre o guarda-redes com o pé direito e finalizado com o esquerdo.
Veja aqui o golo de Vinicius.
Empolgado com o golo, o Benfica veio com tudo à procura do segundo, muito por força da ação de Vinicius, que entrou bem na partida. Sandro Mendes, que já tinha colocado Zequinha e Carlinhos em campo, trocou nessa altura de avançado, fazendo entrar Ghilas para o lugar de Hachadi. Lage respondeu substituindo André Almeida, que estava em dificuldade, por Tomás Tavares, mas viu pouco depois o árbitro, Tiago Martins, expulsar Taarabt, por uma entrada de pitons à frente sobre Zequinha. Faltavam dez minutos e os encarnados ficaram com um a menos, levando a que Gedson tivesse que baixar para o meio-campo. Até final, o jogo decorreu com o Vitória FC à procura do empate, mas sem criar verdadeiras situações de perigo, e o Benfica a procurar surpreender em contra-ataque.
Veja aqui o resumo do jogo: