E depois da confirmação das promoções do Campeonato de Portugal rumo à Segunda Liga feitas pela FPF, hoje foi dia da Liga, após reunião extraordinária, confirmar os clubes promovidos e despromovidos na segunda divisão portuguesa. O organismo, tal como aconteceu com a FPF, escudou-se nas indicações dadas pela UEFA relativas ao mérito desportivo para declarar a promoção à Primeira Liga de Farense e Nacional, bem como a despromoção de CD Cova da Piedade e Casa Pia ao Campeonato de Portugal.
“A Direção da Liga Portugal decidiu, também, aprovar a criação de um Fundo de Apoio aos clubes da LigaPro, por forma a atenuar os efeitos da paragem antecipada determinada e que terá o valor total de 1, 52 milhão de euros, apurado dos seguintes mecanismos: 1. Fundo de Solidariedade 2019-20 – 550 mil euros – este valor resulta da cedência da taxa de televisão paga pelos clubes da Liga NOS; 2. Custos relativos à operação dos 90 jogos da LigaPro que não vão realizar-se – 500 mil euros; 3. Ativação do Fundo de infraestruturas: 2018-19 – 256 mil euros e 2019-20 – 214 mil euros, no total de 470 mil euros. O Regulamento de acesso a este Fundo de Apoio será aprovado nos próximos dias e está previsto que a primeira metade do valor cedido às Sociedades Desportivas esteja disponível a 15 de maio. A este valor adiciona-se 1 milhão já cedido pela Federação Portuguesa de Futebol, referente ao Fundo de Infraestruturas, perfazendo o total de 2, 52 milhões de euros, que serão atribuídos, de forma equitativa, no valor de 180 mil euros para cada uma das 14 sociedades desportivas da LigaPro, excetuando as equipas B e as sociedades desportivas promovidas ao primeiro escalão”, pode ainda ler-se na comunicação feita pela Liga no seu site.
Perante a decisão da Liga, o Farense rejubilou. “Subimos e chegámos a um lugar que é nosso por mérito próprio! Subimos porque fomos melhores. Subimos porque, das 24 jornadas disputadas, estivemos 22 em lugar de promoção. Fomos a equipa em mais jornadas no primeiro lugar. Não era seguramente este o contexto ou conjuntura ideal, mas reconhecemos a coragem do Governo, da Liga e da Federação Portuguesa de Futebol que, em circunstâncias de absoluta calamidade social e económica, tiveram a capacidade de procurar soluções equitativas e assumir decisões difíceis”, pode ler-se no comunicado emitido pelo clube. Já o Nacional fez soar o “We are the Champions” no sistema de som do estádio durante o treino de hoje.
Já o Cova da Piedade já ontem tinha considerado não reconhecer à Liga autoridade para decidir quem sobe ou desce na competição sem que a mesma seja concluída. “Em primeiro lugar, [opõe-se] porque a Direção da LPFP não tem competência para decidir a matéria das subidas e descidas relativas à LigaPro, muito menos com base no disposto no artigo 2º, nº 2 do Regulamento de Competições. É certo que este artigo dispõe que “As competências atribuídas no presente Regulamento à Liga Portuguesa Futebol Profissional (Liga Portugal) sem expressa indicação do órgão ao qual incumbe exercê-las cabem à Direção da Liga.” Porém, importa esclarecer que nos termos do artigo 37º, f) dos Estatutos da Liga Portuguesa de Futebol Profissional “Compete exclusivamente à Assembleia Geral: (…) f) Exercer as competências que cabem à Liga no âmbito da aprovação dos regulamentos disciplinar, de arbitragem e de competições aplicáveis às competições profissionais de futebol no exercício dos poderes públicos que são devolvidos por lei à Liga;” Portanto, é à Assembleia Geral da LPFP que cabe deliberar, no caso concreto de exceção, sobre o regime de descidas da LigaPro ao Campeonato de Portugal, mas nunca a Direção da LPFP. Desta maneira, verifica-se a incompetência relativa da Direção da LPFP para deliberar numa matéria que é da competência da Assembleia Geral da LPFP, enquanto vício orgânico do autor do ato. Em segundo lugar, tal decisão violará o princípio do mérito desportivo porquanto faltando ainda disputar vários jogos da LigaPro, ficam as sociedades desportivas envolvidas na luta pela manutenção privadas de conquistarem em campo o direito de permanecer na II Liga das competições profissionais. Por último, tal decisão causará aos mais diretamente envolvidos sérios e irreparáveis danos e prejuízos, pelos quais deverão ser responsabilizados todos os envolvidos em tal tomada de decisão”, pode ler-se no comunicado emitido pelo clube almadense na sua página de Facebook.
Como se percebe, só a primeira liga irá regressar já que a competição e a Taça de Portugal foram as únicas a receber luz verde do governo. Governo que não coloca de parte a hipótese de os jogos virem a ser realizados em estádio neutro e transmitidos em canal aberto. “Os especialistas de saúde da Federação Portuguesa de Futebol e da Direção Geral da Saúde com certeza encontrarão as melhores formas para a redução ao máximo do risco, sabendo que zero não é possível. Se passa por menos estádios, mais concentração numa região ou outra, isso é matéria que a FPF, a Liga e a DGS estão a trabalhar”, afirmou João Paulo Rebelo.
Sobre a possibilidade do que resta da competição ser transmitido em canal aberto… “Temos pensado nisso, mas é um tema que ainda não foi discutido com os operadores, FPF ou Liga. Sabemos perfeitamente que os cafés, associações e outros locais públicos são também locais de romaria, para lá dos estádios, onde vão aos milhares, com grupos de dezenas de pessoas a concentrar-se, o que hoje não é desejável”, afirmou o secretário de Estado do Desporto à Antena 1.
Ainda no que à segunda liga diz respeito, mas sem estar diretamente relacionado com o desfecho da mesma, o TAD anunciou ter arquivado o recurso apresentado pelo GD Chaves relativo ao processo de inscrição do Vitória FC na Liga para a temporada 2019/2020. Os flavienses, recorde-se, tinham apresentado um recurso para o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol, defendendo que a inscrição do clube do Bonfim não estava em conformidade, relativamente aos pressupostos financeiros. À Lusa, o presidente da SAD do conjunto flaviense, Francisco José Carvalho, mostrou-se surpreendido com a decisão do TAD e diz que o clube “ainda não foi notificado”. “Já interpelámos o TAD, porque não fomos notificados e a decisão já está publicada”, afirmou, acrescentando que “após analisar as páginas [do acórdão] o clube irá decidir se recorre ou não para os tribunais civis”.
O futebol pós-Covid 19 foi alvo de reflexão por parte do António Tadeia especialmente focado no impacto que a conquista do título por parte de FC Porto ou Benfica pode dar às equipas. Para ler no Último Passe de hoje. Já o Fernando Gamito foi perceber como trabalham os responsáveis pela pesquisa, scouting e avaliação dos jogadores presentes no conhecido jogo de simulação Football Manager. Pode ler o artigo aqui.
Lá por fora, o presidente do Septemvri, clube búlgaro, acusa o Benfica de tentar roubar Kaloyan Kostov. “Temos sido confrontados com ações de um clube europeu e de um intermediário, chamado Georgi Zahariev que tentam passar por cima do clube e beneficiar de um roubo, porque é disso mesmo que se trata. Não há qualquer manifestação de interesse oficial por parte desse clube. Estou a falar do Benfica. Temos informações claras sobre conversas com o jogador, com os seus pais e com o agente, com quem já solicitei uma reunião para esclarecer a situação. Visitaram duas vezes a academia do clube em Portugal antes de o jogador cumprir 16 anos. Temos uma boa relação com Kaloyan e com a sua família, estamos em contacto. Oferecemos-lhe boas condições de desenvolvimento e um contrato profissional” afirmou Rumen Chandarov, em entrevista ao site Sportal.
Sem polémica acabou por ocorrer a transferência de Presley Ortiz, avançado australiano de 17 anos, do Western Sidney Wanderers para o Sporting. A confirmação foi feita por Ian Crook, dirigente da academia do clube australiano. “É uma grande oportunidade para o rapaz. Quando tem uma opção como esta [Sporting] não nos colocamos à frente dele”, afirmou o técnico acerca do jovem que até já contou passagens por Norwich City e Tottenham.
Por fim, a notícia de que Fábio Veríssimo está curado da Covid-19. A informação foi confirmada pelo Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol à Lusa, depois do diagnóstico positivo de 4 de abril ao árbitro de 37 anos da Associação de Futebol de Leiria. Fábio Veríssimo voltou a testar positivo no passado dia 20 de abril, mas os testes realizados a 30 de abril e 4 de maio deram já negativos, de acordo com a mesma fonte.