A resolução das épocas desportivas um pouco por toda a Europa e diferentes escalões está ainda por decidir, mas, por cá, nos distritais, ninguém concorda com a anulação da temporada. “Os clubes de norte a sul de Portugal Continental, assim como da Madeira e dos Açores, consideram que não há condições financeiras para prolongar as temporadas até agosto e mostram-se contra uma possível anulação da época”, escreve o Mais Futebol que cita o presidente do Salgueiros nesta matéria.
“O Salgueiros e a sua SAD aguardam com tranquilidade que as entidades competentes tomem decisões. Obviamente que gostaríamos de ver os campeonatos terminados dentro do campo, foi para isso que todos se prepararam, no entanto, os valores da vida e da saúde sobrepõem-se a tudo o resto. Não sendo possível acabar as jornadas que faltam, e visto que já foram concluídos mais de 70% dos campeonatos, não pode ser ignorado o percurso e o investimento, pelo que apoiamos uma solução baseada no mérito e equidade, que permita aos atuais líderes ascenderem Campeonato de Portugal. Na globalidade é a posição dos clubes que se encontram na mesma situação que o Salgueiros a nível nacional”, afirmou Gil Soares Almeida ao Mais Futebol.
Recorda-se de Clayton? Médio ofensivo brasileiro que, em Portugal, passou por clubes como o Santa Clara, o Sporting e o FC Porto? Em entrevista ao jornal Record, hoje, recordou essa passagem por Portugal e revelou o arrependimento de se ter transferido para Alvalade: “Depois de ganharmos a Taça UEFA, comecei a época como titular, mas tive uma lesão e fiquei afastado durante três meses. Quando voltei a equipa estava em grande forma e não tive espaço para entrar. Estava a jogar muito pouco e o Sporting fez uma proposta. José Mourinho disse-me que poderia sair se quisesse, mas deu-me a garantia que tinha lugar no plantel do FC Porto. Queria mudar de ares, porque vi que tinha pouco espaço. Como o Sporting já me tinha pretendido no passado, acabei por aceitar e fui para Lisboa, voltando a trabalhar com o Fernando Santos. Infelizmente, não consegui jogar com regularidade. Não foi uma experiência feliz, mas não critico nada do que aconteceu. Simplesmente não fui feliz. Não ganhámos nada e joguei pouco. Se pudesse voltar atrás não iria para o Sporting, porque acabei por não estar no grupo que venceu a Liga dos Campeões”.
Ora Mourinho que esta temporada substituiu Maurício Pochettino no Tottenham e que apesar do estilo não convencer toda a gente, a verdade, é que há uma ligeira evolução nos Spurs desde então. Expliquei isso mesmo, aqui. Mourinho que hoje teve um pequeno recado de Juan Foyth através da imprensa argentina: “Qualquer jogador quer jogar sempre. Não sei, tenho de esperar pela abertura do período de transferências. Se tiver oportunidades, fico com muito gosto. Se Mourinho não contar comigo, então o melhor é procurar outra equipa”, atirou à TNT. Já agora, ainda pela América Latina, o Fernando Gamito foi à Nicaragua medir o pulso ao futebol daquele país, um dos poucos em que ainda se joga para dar algum contexto acerca do porquê e de qual o estado de espírito dos jogadores. Para ler aqui.
Hoje foi dia de alguns ex jogadores darem sinal de vida e também o médio sueco Anders Andersson, que passou pelo Benfica, confessou em entrevista numa publicação do seu país que as Antas foram o estádio mais complicado onde teve de jogar: “Nesse verão de 2001 chegaram Simão Sabrosa do Barcelona, Zahovic do Valência, Drulovic do FC Porto e um jovem avançado chamado de Mantorras, que tinha apenas 19 anos e que muitos achavam que iria ser um dos melhores jogadores do mundo: era o novo Eusébio. Sempre que lá íamos, atiravam pedras e bolas de golfe ao autocarro. Uma vez, quando entrámos no balneário, estava muito quente e eles tinham tirado de lá todos os comandos do ar condicionado. Essa atitude influenciou-me um pouco, claro”, afirmou.
“Comecei o jogo e pouco depois do início (18m) fugi na direita, recebi a bola, cruzei e Simão fez o 1-0. Soube muito bem. Eu tinha de controlar um pouco mais o Deco, mas ele era terrivelmente bom. Era um dos melhores jogadores do mundo e depois foi para o Barcelona. Não conseguia deixar de ficar impressionado com ele, mesmo sendo adversário. Com cerca de uma hora de jogo, foi substituído. Tive de dar a volta ao relvado e atiraram-me moedas, cerveja e todo o tipo de coisas inimagináveis. A nível de clubes, nunca joguei num ambiente como esse. Uns meses antes, tinha vencido na Turquia pela Suécia, num ambiente difícil e louco, mas diria que o Porto foi pior. Na Turquia, acabaram por nos saudar quando o jogo acabou. No Porto, nunca aplaudiram uma equipa do Benfica. É o sítio mais hostil onde alguma vez joguei, sem sombra de dúvida”, atirou ainda.
Já à Sport TV, Jackson Martínez reiterou que jamais falharia uma grande penalidade de forma propositada, independentemente de ser ou não contra o FC Porto: “As pessoas comentam de acordo com o que sentem e do seu clube. Se tivesse acontecido com um antigo jogador do Benfica, diziam o mesmo. O que posso dizer é que nunca venderia a minha integridade por um elo emotivo a um clube. Jamais faria algo assim. Não consegui ajudar a equipa naquele momento, entristeceu-me. Foi um penálti muito mal batido, não há como esconder”.
Por esta altura já não é novidade para ninguém, mas hoje foi dia de novo episódio acerca do impacto financeiro da COVID-19 no futebol depois do Bordéus de Paulo Sousa ter perdido o principal patrocinador: “Vamos ver o que acontece no final da temporada, mas, neste momento, não podemos pagar se nossa publicidade não estiver nos jogos de futebol”, anunciou a Bistro Règent, responsável por trinta por cento do orçamento da equipa gaulesa. O Bordéus que não é o primeiro clube francês a ficar sem patrocinador já que também o PSG tinha ficado sem o patrocínio da Accor, que suspendeu os pagamentos ao clube francês até as competições de futebol de clubes regressarem.
Um pouco de notícias animadoras ligadas ao futebol? A Fiorentina anunciou hoje que os três jogadores que estavam infetados com COVID-19 (Patrick Cutrone, Germán Pezzella e Dusan Vlahovic) já se encontram recuperados. “Os resultados dos últimos testes foram negativos”, pode ler-se numa nota publicada pelo clube, que agradece ainda “aos médicos, enfermeiros e hospitais que continuam a prestar assistência a todos aqueles que necessitam neste momento tão crítico e delicado para o país e para o mundo inteiro”.
Depois de ter sido notícia em mercados de transferência anteriores ao ser associado aos principais clubes portugueses, hoje, Aleksandar Prijovic é notícia pelos piores motivos. O ex avançado do PAOK e agora ao serviço do Al-Ittihad foi condenado a três meses de prisão domiciliária por ter violado o horário de recolhimento obrigatório imposto no país por causa da pandemia da covid-19. Isto, depois do avançado sérvio ter sido detido na passada sexta-feira num hotel de Belgrado quando se encontrava em convívio com mais 19 pessoas.
Em Inglaterra vai-se discutindo a possibilidade dos jogadores reduzirem os seus ordenados em 30%, algo que Wayne Rooney contesta saindo hoje em defesa da classe: “A forma como a Premier League apresentou a proposta deixou os jogadores de mãos atadas: se os jogadores viessem a público dizer que não concordavam ou que que não queriam prescindir de 30 por cento dos salários, mesmo que para alguns significasse uma ruína financeira, seria sempre apresentado como ‘Os jogadores ricos recusam cortes’”, afirmou ao Daily Mail.
“Parece-me estranho porque todas as outras decisões neste processo foram mantidas à porta fechada, mas esta foi anunciada publicamente. Porquê? Parece que quiseram envergonhar os jogadores para os encostar a um canto em que ficam obrigados a pagar a factura do prejuízo”, acrescentou ainda o histórico avançado inglês, hoje ao serviço do Derby County, deixando ainda críticas duras ao organismo que tutela a primeira divisão do futebol em Inglaterra.
“A forma como as coisas têm corrido na última semana são uma desgraça. Percebo que os jogadores mais bem pagos devam contribuir, mas devia-se analisar caso a caso. Os clubes deviam sentar-se com cada um dos jogadores e explicar quais os cortes necessários para sobreviver. Os jogadores iriam aceitar isso. Um jogador pode dizer que aceita os 30 por cento, mas pode haver outro que só possa suportar um corte de 5 por cento”, atirou.
Posição semelhante teve o médio mexicano Andrés Guardado: “É sempre mais fácil tirar dinheiro aos jogadores e não entrar em conflito com uma marca ou ser afetado pela venda de bilhetes. Vou ficar por aqui, é um assunto delicado e não quero que as pessoas fiquem contra mim. A situação dos jogadores é muito complexa, porque somos trabalhadores e ativos do clube ao mesmo tempo. Isto é uma chamada de atenção para o mundo do futebol. O modelo de negócio tem de ser repensado, mesmo que ninguém pudesse prever uma situação destas. Os clubes têm de mudar a forma como gastam o dinheiro. Talvez agora o futebol volte à Terra, pois antes estava numa bolha que não correspondia à realidade”, afirmou à Fox Sports.
Em entrevista ao jornal O Jogo, Pedro Neto, que vai ganhando o seu espaço no Wolverhampton Wanderers, confessou focar-se em Cristiano Ronaldo como exemplo de profissionalismo no futebol. “Quando era criança assistia pela televisão aos jogos do Cristiano Ronaldo, que era a minha referência, no Manchester United, e pensava que também gostaria de atuar naquela liga fabulosa. É motivo de orgulho estar aqui, trabalhei sempre por este sonho. Cristiano Ronaldo é um caso à parte. Tento imitá-lo. Se queremos ser os melhores, devemos imitar quem já é assim. Sempre fiz trabalho físico extra, mas agora faço-o de forma mais completa depois de ter montado um ginásio em casa”.
Recorda-se de Walter? Antigo avançado do FC Porto mais conhecido pela dificuldade em manter uma forma física, digamos, mais atlética? O brasileiro termina uma suspensão por doping em julho e assegurou que irá regressar mais forte (no pun intended). “Está chegando a hora de voltar a brilhar. Tentaram me parar, muitos acharam que era meu fim, mais meu Deus é fiel, foram muitas lutas e dificuldades, mais também muito aprendizado, nesse tempo conto nos dedos meus amigos que são de verdade e agradeço a eles por tudo e também minha esposa que é meu pilar”.
Hoje foi também notícia o possível interesse do Valência CF em Diogo Leite, defesa central do FC Porto. Ao As, Alberto Bueno, antigo colega do jovem internacional português, deixou elogios ao jovem defesa central: “A verdade é que estou bastante desligado dessa parte do futebol. Não ouvi nada. É verdade que convivi pouco tempo com o Leite no FC Porto. Parece-me um bom central, jovem, trabalhador e bom rapaz. 20 milhões pelo Diogo Leite? Não estou por dentro desse assunto. Mas se o contratarem por esse dinheiro, as pessoas que o viram terão os seus argumentos”, afirmou.
Já Iker Casillas usou as suas redes sociais para tentar encontrar solução para o que resta da temporada: “Como solucionas as datas do futebol europeu? Anulas a época? Adaptas a competição ao ano civil? Ou seja, se tudo estiver bem em três/quatro meses, jogar o que resta da temporada e colocar as finais da Liga dos Campeões e da Liga Europa em dezembro. O próximo Mundial é em novembro de 2022. Ajustes”. Quem não achou grande graça à sugestão do guardião portista foi Javier Tebas, presidente da Liga Espanhola.
“Adiar o final de época e começar no ano civil supõe perder uma temporada. O que aconteceria com os contratos televisivos, os dos jogadores, assinados por várias épocas e que supõem milhares de milhões de euros?”, afirmou o dirigente.