Na véspera do FC Porto se deslocar ao terreno do CD Aves (terça-feira, às 21h15), Sérgio Conceição refletiu sobre o equilíbrio nos resultados e entre os clubes após o regresso da Liga Portuguesa. Entre as explicações encontradas para esse fenómeno, o treinador do FC Porto destacou o decréscimo de qualidade nas aquisições de mercado dos grandes, o trabalho desenvolvido pelos outros clubes e também o efeito da falta de adeptos nos estádios. O técnico dos azuis e brancos recordou mesmo os tempos em que os dragões tinham nomes como Hulk, Falcao e James Rodríguez, como forma de exemplificar essa mesma tese.
“Há um equilíbrio maior. Os adversários, quando entram contra equipas teoricamente mais fortes, num estádio cheio, com a pressão boa que os adeptos fazem, fica mais difícil. Se calhar, num estádio vazio, de forma mais tranquila, relaxada, conseguem [jogar melhor]”, começou por referir Conceição em conferência de imprensa, esta segunda-feira. “Cada vez mais se trabalha melhor, as equipas têm equipas técnicas competentes, os jogadores das equipas que não os chamados grandes, têm qualidade. A qualidade, também, ao longo do tempo – e é completamente compreensível – tem decrescido nos clubes grandes, naquilo que eram as grandes aquisições que se faziam. Hoje é impossível e a coisa tende a equilibrar. Parece um contrassenso: em pontos e vitórias, se calhar temos uma média fantástica em relação à história do FC Porto. Um FC Porto com Hulk, James e Falcao e os rivais, com jogadores que passaram depois por Real Madrid, FC Barcelona, campeonato alemão, Itália, acho que é por aí”, prosseguiu.
No que toca à ausência de público nas bancadas, Conceição confidenciou que não esperava a existência de um efeito tão grande como o que tem acontecido. “O ambiente é estranho para toda a gente. Temos falado para encontrar as melhores soluções e que a equipa possa exibir-se a um patamar que já teve. Não podemos negar: devo confessar que não pensei que fosse assim tão acentuada esta ausência, que se fizesse sentir tanto esta ausência dos adeptos.” O timoneiro dos dragões pensa mesmo ser esse um dos motivos pelos quais se tem assistido a alguns erros individuais nos encontros. “Faz, porque um jogador está ligado e, por vezes, tem acontecido, não só no campeonato português – estou a falar do que tem acontecido no resto da Europa – alguns erros, falhas de concentração que têm acontecido mais vezes. Deve ser essa também a razão, associada a esta ausência prolongada de competição. Não podemos esquecer que foram três meses ou perto disso e, normalmente, vamos de férias um mês e meio e temos cinco a seis semanas para preparar o início do campeonato. É tudo novo. Eu acredito que à medida que se vai jogando, as coisas vão melhorando.”
Do lado do Aves, nem mesmo a lanterna vermelha e quase condenação à descida desmotiva Nuno Manta Santos. O técnico dos avenses salientou que “não há impossíveis” e quer “fazer história” diante dos azuis e brancos. “Nunca há impossíveis na vida e temos de nos agarrar a isso, sabendo da dificuldade que é vencer o FC Porto neste momento. Estamos cientes das dificuldades, mas queremos dar uma boa resposta, fazer um jogo positivo e demonstrar que temos qualidade para somar pontos e dificultar a tarefa de uma equipa muito forte, que luta pelo título e quer continuar na frente do campeonato”, referiu. O Aves já sabe é que o FC Porto não vai poder contar com Alex Telles, depois do recurso dos dragões sobre a expulsão do lateral contra o Marítimo ter sido indeferido pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol.
Já o António Tadeia tentou encontrar explicações para o afastamento de Mathieu das escolhas de Rúben Amorim no Sporting. Leia aqui o Último Passe desta segunda-feira para saber porque é que o contexto tem papel fulcral na situação do defesa francês. Por falar nos leões, o Futebol de Verdade contou com uma passagem pelo Sporting-FC Paços de Ferreira para se perceber a aposta de Amorim nos jovens, para além de uma análise ao triunfo do Boavista sobre o SC Braga e ao regresso da Liga Espanhola. Veja aqui a mais recente edição do FDV, que vai para o ar de segunda a sexta-feira às 12h30 nas redes sociais.
Esta segunda-feira foi noite de abertura da 27ª jornada da Liga Portuguesa, com o Marítimo a ganhar por 2-1 ao Gil Vicente, numa reviravolta madeirense com erros que deram golos (veja aqui os melhores momentos do encontro). Após a derrota, Vítor Oliveira deixou um alerta de que o futebol português precisa de mudança, entre críticas à arbitragem. “(…) O árbitro permitiu que o jogo se arrastasse vergonhosamente até ao fim. É importante que as arbitragens tenham mais atenção a isso. Depois as substituições, muito tempo perdido… o árbitro deu seis minutos e em três não se jogou. Enquanto isso acontecer vamos premiar a equipa que está a prevaricar. Não é isso que queremos para o futebol, que está a passar uma fase complicada. Os jogos não têm sido de muita qualidade e se não houver a ajuda de todos vamos assistir a um final de época lamentável”, referiu o treinador dos gilistas.
Do outro lado, José Gomes, técnico do Marítimo, considerou que o nível exibicional não foi o melhor, mas mostrou-se satisfeito com os três pontos. Já tivemos jogos em que jogámos muitíssimo melhor, em que criámos muito mais oportunidades, em que construímos muito mais e que merecíamos ter vencido e não vencemos. O futebol é isto. A equipa foi pragmática, soube defender e não podemos criticar os meus jogadores por terem defendido de forma acérrima como fizeram os três pontos. Três pontos importantíssimos para a vida do nosso clube e estamos de parabéns pela forma séria e combativa como encarámos este desafio.”
Em solo espanhol, não foi uma boa noite para os clubes andaluzes. O Sevilha FC empatou 1-1 na deslocação ao terreno do UD Levante, num autogolo a acabar que tramou a equipa de Lopetegui e que pode ver aproximar os rivais pelo pódio. Umas horas mais tarde, o Betis saiu também com um empate da receção ao Granada CF por 2-2 num encontro com final de loucos. Veja aqui os golos de ambas as partidas.

No Benfica, a atualidade desta segunda-feira foi marcada por anúncios da parte dos candidatos opositores a Luís Filipe Vieira nas próximas eleições, que terão lugar em outubro. Rui Gomes da Silva, antigo vice-presidente dos encarnados e assumido candidato à presidência do clube, dirigiu-se aos adeptos para pedir que “lutem e exijam a realização de debates entre os candidatos que reúnam as condições para o serem, no período eleitoral”. Gomes da Silva quer ver mudanças nos estatutos em relação a “alteração das regras de candidatura”, “limitação de mandatos” e “fazer corresponder o número de votos ao número de anos de sócio”. Gomes da Silva diz querer que “os meios do Benfica não sejam utilizados em proveito próprio de ninguém”, tal como referiu ao blogue Novo Geração Benfica.
Já Bruno Costa Carvalho, também assumido candidato à presidência das águias, deu conta da aquisição de um “grande diretor desportivo” para o clube caso se torne presidente. “No fundo, o diretor desportivo deverá ser uma figura carismática e aglutinadora do universo e cultura benfiquistas, uma figura ímpar capaz de se sentir confortável nas múltiplas valências que lhe são exigidas”, explicou numa publicação nas redes sociais. Quanto ao nome do escolhido para tal, Bruno Costa Carvalho pretende anunciá-lo “oportunamente”.
Atenção ainda para um estudo publicado pelo Observatório CIES que dá conta de que Sporting e Marítimo são as equipas da Liga Portuguesa com melhor aproveitamento na marcação de grandes penalidades desde 2017/18. Tantos o clube leonino como os madeirenses têm 100 por cento de sucesso. No caso dos verde e brancos foram 28 os penáltis, enquanto que o número dos insulares se situa bem mais abaixo com oito… todos eles marcados. Ao invés, Benfica (67,9% de aproveitamento em 28 tentativas), FC Porto (66,7% em 21) e Boavista (41,7% em 12) são aqueles com menor taxa de sucesso. No total dos 93 compromissos de cada equipa para o campeonato contabilizados, Sporting e Benfica foram quem mais dispôs de grandes penalidades (28 cada) e Marítimo e Moreirense – oito cada – os que menos tiveram.
Lá fora, o Tuttosport deu a conhecer a habitual lista de 100 finalistas para o troféu Golden Boy, conquistado por João Félix na edição mais recente. São nove os nomes portugueses que figuram entre os candidatos: Tiago Djaló (Lille OSC), Fábio Silva (FC Porto), Gonçalo Ramos (Benfica), Pedro Neto (Wolverhampton WFC), Eduardo Quaresma (Sporting), Rafael Camacho (Sporting), Tomás Tavares (Benfica), Romário Baró (FC Porto) e Tiago Lopes (FC Porto). Estão ainda presentes jogadores que atuam na Liga Portuguesa, assim como Abel Ruiz (SC Braga) e Nehuen Pérez (FC Famalicão). Nesta 18ª eleição que distingue o melhor futebolista Sub-21 do futebol europeu, a lista de 100 irá sendo reduzida por mês até ficarem conhecidos os 20 finalistas a 15 de outubro.
Aumenta cada vez mais a possibilidade da ‘final-eight’ da Liga dos Campeões vir a realizar-se em Lisboa e nesta segunda-feira foi a Sky Sport a avançar que essa fase da prova milionária será disputada entre 12 e 23 de agosto (quartos de final entre 12 e 15, ‘meias’ a 18 e 19 e a final a 23). A publicação italiana menciona ainda que os jogos serão disputados em dois estádios, sem referir nomes, mas já se falou na imprensa internacional na Luz e em Alvalade. Ao contrário do que o Bild tinha adiantado, a Sky Sport aponta que os encontros que ainda estão por realizar dos ‘oitavos’ terão lugar nos estádios das respetivas equipas. Com o sorteio da ‘final-eight’ apontado para o meio de julho, a publicação refere ainda que a Supertaça Europeia será a 24 de setembro em Budapeste. Ainda assim, aguarda-se uma decisão concreta que deve decorrer na quarta-feira durante a reunião do Comité Executivo da UEFA.

Por terras sul-americanas, Jorge Jesus confidenciou que a ida para o Flamengo, assim como as conquistas da Libertadores, do campeonato brasileiro, da Supertaça Sul-Americana e da Supertaça brasileira, fizeram com que ficasse mais conhecido internacionalmente. “Antes era mais conhecido na Europa, agora sou conhecido no mundo”, considerou o técnico português num evento solidário em que participaram várias figuras do Mengão. Apesar de referir que o sucesso conseguido teve por base “toda uma estrutura e envolvência em que ninguém está acima do clube”, Jesus reclama mérito pelo trabalho realizado. “É fácil dizer que Gabigol e Bruno Henrique são super-jogadores e que por isso é fácil ganhar. É fácil? Mas eles já estavam cá quando eu cheguei. Porque é que não foi fácil antes de eu chegar?”, atirou Jesus.