Dois golos de Rafa, no segundo pedaço de jogo que fez depois do regresso de lesão grave, valeram ao Benfica uma importante vitória por 2-0 em Alvalade, frente ao Sporting, no dérbi de Lisboa, e o alargamento para sete pontos da vantagem que os campeões nacionais têm sobre o FC Porto no topo da tabela. É que, antes, os dragões deixaram-se surpreender em casa pelo SC Braga, por 2-1, num jogo em que até falharam duas grandes penalidades.
O dérbi de Lisboa foi marcado pelo equilíbrio. O Sporting sentiu muitas dificuldades com a pressão que o Benfica lhe fazia na saída de bola, mas até podia ter marcado primeiro, ainda na primeira parte, no momento em que Rafael Camacho atirou ao poste da baliza de Vlachodimos. Na segunda parte, os leões já apareceram melhor mas, mesmo tendo baixado as linhas, o Benfica foi sempre controlando a partida, porque sabia que tinha gente na frente com qualidade para decidir. Acabou por ser Rafa a marcar os golos da 17ª vitória consecutiva dos encarnados fora de casa na Liga, um recorde. O avançado, que se lesionara em Outubro e que só jogara um minuto frente ao Rio Ave, na terça-feira, entrou aos 74′, marcou aos 80′, na sequência de uma insistência de Vinícius pelo corredor central, e bisou já em período de compensação, após assistência de Seferovic. Pode ver aqui o resumo da partida que, além de permitir ao Benfica alargar para sete pontos a vantagem sobre o FC Porto, deixou o Sporting a 19 e com apenas dois de vantagem sobre o SC Braga.
No Dragão, o SC Braga de Rúben Amorim manteve o registo 100 por cento vitorioso, num jogo em que Sérgio Conceição diz ter visto “os melhores 30 minutos” da sua equipa esta época. No final, os bracarenses ganharam por 2-1, Amorim reconheceu que até teve alguma “estrelinha”, pois o adversário perdeu duas grandes penalidades, a primeira por Alex Telles, que foi defendida por Matheus, e a segunda em cheio no poste, por Soares. O brasileiro ainda fez o golo do momentâneo empate portista, no tal período de maior fulgor da equipa, a abrir a segunda parte, mas o SC Braga, que já abrira o ativo por Fransérgio, ainda no primeiro tempo, chegou à vitória com um cabeceamento de Paulinho na sequência de um canto. Aliás, como pode ver aqui, no resumo do jogo, os dois golos do SC Braga nasceram de bolas paradas, uma arma tradicional do FC Porto.


“Foi um jogo ingrato, no qual o golo surge de um canto que aparece do nada”, queixou-se no final Sérgio Conceição. “Não merecíamos perder pontos. O empate já era curto. Todos estamos insatisfeitos”, prosseguiu o treinador portista, que agora encara a segunda volta com a obrigação de “não cometer mais deslizes”. Na roda final, Conceição alega que disse aos jogadores que era ele o culpado do desaire. “Eles deram o máximo. A equipa teve uma alma enorme. Tenho um grupo muito sério e assumo a responsabilidade”, comentou. Rúben Amorim, por sua vez, reconheceu a força do adversário. “O FC Porto empurrou-nos muitas vezes para uma situação a que não estávamos habituados nos últimos dois jogos. Mas os jogadores perceberam quando tinham de pressionar à frente, quando tinham de baixar”, disse o treinador bracarense, antes de reconhecer que a sua equipa teve do seu lado a “estrelinha”. “A equipa jogou bem, mereceu, mas é sempre preciso estrelinha, a estrelinha que tivemos nos dois penaltis”, explicou Amorim.
No estrangeiro, também já houve futebol hoje, ainda que Portugal tenha sido uma exceção no que toca ao envolvimento das grandes equipas já à sexta-feira. Em França, em jogo da Taça, André Villas-Boas não repetiu o infortúnio de Paulo Sousa e conduziu o Olympique de Marselha na vitória fora face ao US Granville, do quarto escalão (National 2) por 3-0. Na Alemanha, o Schalke 04 bateu o Borussia Mönchengladbach por 2-0, no regresso da Bundesliga após a pausa invernal e em Espanha o Leganés foi surpreendido em casa pelo Getafe, por 3-0. De qualquer modo, os grandes jogos dos Big Five estão guardados para amanhã e depois. A antevisão do Watford–Tottenham permitiu a José Mourinho falar sobre Gedson, o médio que veio recrutar ao Benfica, garantindo que ele vai “estar envolvido neste fim-de-semana”. “Quando contratamos jogadores em Janeiro, normalmente é porque precisamos deles. E precisamos porque perdemos jogadores importantes por muito tempo. É verdade que é um jovem, mas já tem a experiência de jogar num grande clube”, afirmou o técnico português, realçando a longa duração do empréstimo (18 meses) e a possibilidade de usar Gedson em várias posições do meio-campo e até como extremo-direito.
Quem também abordou publicamente o mercado foi Ole-Gunnar Solskjaer, treinador do Manchester United, mas apenas para dizer que não fala “sobre jogadores que jogam noutras equipas”, como é ainda o caso de Bruno Fernandes. O norueguês, que no domingo leva a sua equipa a defrontar o Liverpool FC em Anfield, limitou-se assim a confirmar a saída do capitão Ashley Young para o Inter Milão, uma das notícias em destaque na resenha diária de mercado, que o João Pedro Cordeiro lhe traz e que pode ler aqui. O maior destaque vai mesmo para a chegada ao FC Famalicão de Ruben del Campo, avançado internacional sub19 pela Suíça, que vem do Atlético Madrid. Mais um a fazer a passagem do Wanda Metropolitano para o Minho.