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Os donos da bola (1): Premier League

António Tadeia por António Tadeia
Abril 2, 2020
11 min de leitura
Os donos da bola (1): Premier League
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Se há um verdadeiro campeonato das nações em curso, ele chama-se Premier League. Há dez países diferentes representados nas diversas entidades que dominam o capital das 20 equipas que estão na atual divisão de topo do futebol inglês, estando por agora os norte-americanos do Liverpool FC bem situados para sucederem aos emiráticos (sim, é mesmo assim que se diz…) do Manchester City. Sendo que estes já tinham tirado o ceptro aos russos do Chelsea, que por sua vez tinham sucedido aos tailandeses do Leicester City. Não há um campeão inglês desde que o título foi ganho pelo Arsenal, em 2004 – mas mesmo os Gunners já são hoje uma equipa norte-americana.

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Ao todo, apenas sete das 20 equipas da atual Premier League têm maioria de capital inglês, sendo que entre estas só uma, o Tottenham, está entre os habituais candidatos às posições cimeiras. Todos os outros grandes clubes foram sendo alvo de take-overs por parte do capital internacional, sempre atento às possibilidades de negócio que uma vaga na mais mediática Liga de futebol do Mundo pode proporcionar. Essa é a consequência normal do sistema do futebol inglês, que prevê que os clubes profissionais sejam empresas cotadas em bolsa – a não ser que alguém compre a totalidade das ações e retire o clube do mercado bolsista – e por isso mesmo abertas a investidores, mas também da pujança financeira da Premier League no mercado global, tornando o investimento num clube lá presente apetecível e a compra de emblemas situados nas divisões inferiores uma oportunidade de negócio.

Claro que comprar um clube inglês é uma operação onerosa, apenas ao alcance de milionários – se for uma equipa do Championship, onde também já há poucos clubes detidos por capital inglês – ou até de bilionários – se a ideia for adquirir um emblema da Premier League. Até há alguns à venda, como o Newcastle United ou o Norwich City, cujos donos só ainda não se desfizeram do investimento por não ter aparecido ninguém capaz de bater os valores que são exigidos e que eles lá colocaram. E é evidente que, não havendo assim tantos bilionários interessados em investir no desporto, alguns vão multiplicando interesses em clubes de países diferentes. Esse é um problema que o futebol vai ter de enfrentar em breve. Para já, aqui fica a primeira parte de um trabalho que se destina a fazê-lo conhecer quem são os donos da bola no futebol europeu. O segundo aparecerá em breve e centrar-se-á no futebol italiano.

Liverpool FC

Pertence ao Fenway Sports Group, empresa de desportos norte-americana, dona igualmente dos Boston Red Sox e de uma equipa de NASCAR, a Roush Fenway Racing, além do jornal Boston Globe. O Fenway Sports Group foi fundado e é detido por John William Henry II, que começou por herdar quintas de produção de soja dos pais mas depois passou para o trading e os investimentos, após desenvolver um método mecânico que lhe facilitava as operações. JW Henry II comprou o Liverpool FC a George N. Gillett Jr. e Tom Hicks, dois investidores também dos EUA, em 2010, por 477 milhões de dólares. Desde essa altura, o clube voltou aos sucessos numa base regular que há muito não conhecia.

Manchester City

Pertence ao Sheikh Mansour, vice-primeiro ministro dos Emiratos Árabes Unidos e membro da família real do Abu Dhabi. Comprou o clube por intermédio do Abu Dhabi United Group, de que é dono, em Setembro de 2008, por 210 milhões de libras, mas imediatamente passou o controlo do clube para o City Football Group, que também é dono do New York City FC, do Melbourne City FC ou do Girona FC. O Abu Dhabi United Group, presidido por Khaldoon Al Mubarak, conselheiro da família real dos EAU, entretanto, vendeu parte do seu capital à China Media Capital, ao igualmente chinês CITIC Capital e aos americanos do Silver Lake.

Leicester City

Pertence aos tailandeses do King Power, um grupo especializado em agências de viagens, que em 2010 pagou 39 milhões de dólares pelo clube ao sérvio-americano Milan Mandaric através da Asian Football Investments e é igualmente dono dos belgas do OH Leuven. Na altura, o clube estava no Championship e era treinado por Paulo Sousa. Com o capital e a direção de Vichai Srivaddhanaprabha, o dono do King Power Group, que morreu em 2018, num desastre de helicóptero à saída do estádio, o Leicester chegou a ganhar a Premier League.

Chelsea

Roman Abramovich, empresário russo-israelita, comprou o Chelsea em 2003 por 140 milhões de libras, a Ken Bates, o inglês que duas décadas antes comprara o clube por uma libra apenas mas não conseguia dar conta da dívida acumulada. O investimento do russo, que antes do Chelsea chegou a estudar as hipóteses de comprar o Portsmouth FC ou até o Manchester United, transformou o clube londrino, que de então para cá voltou a ser campeão inglês e foi até campeão europeu.

Manchester United

Malcolm Glazer, que já era dono dos Tampa Bay Bucaneers, da NFL, começou a comprar ações do clube em Março de 2003, através de uma empresa chamada Red Football. No final do ano já tinha cerca de 15%. Em Outubro de 2004 estava perto dos 30%. E em Maio de 2005 chegou a acordo com JP McManus e John Magnier, sócios de Alex Ferguson nas corridas de cavalos, para lhes comprar os 28,7% de ações que detinham, através da Cubic Expressions. Até ao final desse mês, Glazer já era dono de mais de 75% das ações do clube, o que lhe permitia tirá-las da Bolsa de Valores. A compra da totalidade das ações foi finalizada em Junho, com um total investido de 790 milhões de libras. Malcolm Glazer teve um AVC em Maio de 2006, deixando o controlo do clube aos filhos Avram e Joel. A sua morte em 2014 significou que as ações foram divididas pelos seus seis filhos.

Wolverhampton WFC

O clube foi comprado a Steve Morgan por 45 milhões de libras, em Julho de 2016, pelo Fosun, um fundo de investimento chinês fundado por Guo Guangchang e muito ligado, por exemplo, a Jorge Mendes. Jeff Shi é, desde então, o homem que manda no Wolves, tendo presidido a investimentos que levaram os Wolves do Championship até à presença na Liga Europa, sempre sob o comando do treinador português Nuno Espírito Santo. O plano original de Mendes e Guo era, segundo foi depois revelado pelo Football Leaks, dominar um clube em cada uma das principais Ligas europeias, mas até ver, pelo menos diretamente, esse controlo ainda não se concretizou.

Sheffield United

A propriedade do Sheffield United já deu muito que falar. O Tribunal Superior britânico deu no ano passado razão a um príncipe saudita, Abdullah bin Musa’ad bin Abdulaziz Al Saud, que já era dono de metade das ações e quis fazer valer o contrato que lhe permitia comprar a outra metade por cinco milhões de libras. Nada mau, mesmo tendo em conta que os outros 50 por cento lhe tinham custado apenas uma libra e promessas de investimento para colocar o clube na Premier League. O Sheffield United celebrou a promoção na época passada e já ninguém quer saber de acusações antigas, que sujavam o nome do príncipe, alegando que ele recorrera a dinheiro de um familiar de Osama bin Laden e da Al-Qaeda.

Tottenham

É o único grande da Premier League com capital inglês. Pertence ao ENIC Group, que em 2001 comprou uma posição maioritária a Alan Sugar e hoje controla cerca de 85 por cento das ações do clube. O ENIC Group é propriedade de dois investidores ingleses: Joe Lewis, sócio maioritário, que vive nas Bahamas, e Daniel Levy, que ficou como presidente do Tottenham e já era adepto de longa data do clube. Antes do Tottenham, este grupo financeiro já teve posições dominantes em clubes como o AEK Atenas, o Slavia Praga, o FC Basileia, o Vicenza ou o Glasgow Rangers, onde Levy também foi dirigente.

Arsenal

Pertence à KSE, acrónimo para Kroenke Sports Enterprises, um grupo detido pelo bilionário norte-americano Stanley Kroenke. A história da take-over da Arsenal Holdings merece ser contada, pois foi uma corrida entre Kroenke e Alisher Usmanov, um russo de origem uzbeque. Ambos começaram a comprar ações em 2007. Em Novembro de 2009, Kroenke tinha 29,9%, uma posição em cima do limite que o forçaria a fazer uma OPA às restantes ações. Foi nessa altura que Usmanov entrou na luta, chegando aos 29,2% em Setembro. Os dois fizeram uma espécie de pacto de não-agressão, que durou até ao momento em que Kroenke ampliou o seu portefólio para 66,6% das ações. Em Agosto de 2018, o norte-americano chegou a acordo para comprar a participação do russo por 550 milhões de libras e ficou com o clube.

Burnley FC

O acionista maioritário do Burnley FC é o menos poderoso de todos os donos de clubes da Premier League. Chama-se Mike Garlick, é inglês, e controla 49,3% das ações do clube. Garlick fez fortuna como consultor, na Michael Bailey Associates, que ele próprio fundou, e até 2015 partilhou a presidência com John Banaszkiewicz, que apesar do nome também é britânico, e tem 27,5% das ações. Quando este pediu para baixar à posição de diretor, Garlick assumiu a liderança a solo, tendo conseguido recentemente o milagre de promover o Burnley FC à Premier League.

Crystal Palace

Deve ser o clube da Premier League com a mais intrincada e opaca estrutura acionista, por uma razão muito simples: desde Dezembro de 2015, altura da entrada dos investidores norte-americanos Josh Harris e David Blitzer, que parte substancial do capital está na posse da Palace Holdco LP, uma empresa registada no paraíso fiscal do Delaware e que por isso mesmo não está obrigada a revelar detalhes da sua estrutura acionista. Presume-se que o Palace é detido em partes iguais (18 por cento cada) por Steve Parish, um inglês que fez dinheiro na área do marketing, Harris e Blitzer. Sendo que os dois norte-americanos têm igualmente ações dos New Jersey Devils (hóquei no gelo) e dos Philadelhpia 76ers (NBA).

Everton

Farhar Moshiri, um iraniano cujos pais fugiram do país antes da revolução islâmica de 1979, teve educação britânica e trabalhou como consultor para empresas como a Ernst & Young ou a Delloite antes de fazer fortuna ao lado de Alisher Usmanov nas áreas do aço e da energia. Os dois avançaram para o Arsenal lado a lado, mas ainda antes de Usmanov desistir da luta pelo controlo do clube londrino a favor do norte-americano Kroenke, Moshiri vendeu-lhe a sua parte e começou a comprar ações do Everton. O iraniano adquiriu controlo do clube em Fevereiro de 2016, com 49,9% das ações, e dois anos depois já era dono de 68,6%.

Newcastle United

Mike Ashley, um bilionário inglês com fortuna feita nas lojas de desporto desde a criação da cadeia Sports Direct, em 1982, comprou o Newcastle United em 2007 e está a tentar vendê-lo, sem sucesso, desde 2008, quando Kevin Keegan se demitiu e os adeptos o culparam a ele, por não dar ao treinador condições para obter resultados. A última tentativa de venda foi em 2017, mas ninguém se chegou à frente com os 100 milhões de libras que Ashley pediu para se desfazer do clube que comprou ao investidor imobilário John Hall.

Southampton FC

O clube do sul de Inglaterra pertence ao chinês Gao Jisheng, que no entanto está à procura de comprador, na sequência do que se diz ser uma situação financeira complicada. Gao é o rosto por trás da Lander Sports Development, empresa de construção e desenvolvimento de infraestruturas desportivas cujo controlo foi assumido pelo estado chinês no ano passado, na sequência dos prejuízos acumulados. Um ano antes, o chinês tinha comprado 80 por cento das ações do Southampton FC à suíça Katharina Liebherr, por 250 milhões de libras, mas depois de no passado ter desmentido o interesse em vender, dizendo mesmo que o clube não era “um porco, que se engorda para vender”, já deu em Março indicações de que a sua parte está disponível para quem quiser dar pelo menos o mesmo valor.

Brighton & Hove Albion

Este é um caso em que o clube ficou em casa: é pertença de Tony Bloom, rapaz da cidade que fez fortuna como jogador de póquer e sobretudo apostador em desporto, sendo dono da Starlizard, um sindicato de jogadores – ou consultora de apostas – que de acordo com alguns relatórios lhe rende ganhos em torno dos 100 milhões de libras ao ano. Bloom adquiriu o clube em 2009 e já lá investiu cerca de 200 milhões de libras, não só em jogadores como em infraestruturas, como o novo estádio.

West Ham

Ver jogar o West Ham não é coisa só para adultos, mas a estrutura acionista do clube tem aspetos não aconselháveis a menores de 18 anos. O clube pertence desde Janeiro de 2010 ao galês David Sullivan, dono de 51,1% das ações, e ao inglês David Gold, que tem 35,1%. Os dois trabalham em conjunto no West Ham, da mesma forma que são sócios em outros negócios na área da diversão sexual, como sexshops, brinquedos sexuais, lingerie marota, revistas para adultos e até filmes pornográficos. David Gold é o nome por trás do Gold Group, ao passo que David Sullivan é dono do Daily Sport e do Sunday Sport, jornais famosos pelas fotos atrevidas de pin-ups com pouca roupa.

Watford FC

Já vão longe os tempos de Elton John, o cantor que pegou no Watford em 1976, na quarta divisão inglesa, e levou o clube à final da Taça de Inglaterra e a um segundo lugar na Liga no início da década de 80. O Watford pertence desde 2012 à família italiana Pozzo, que também é dona da Udinese e, até há pouco tempo, controlava ainda o Granada FC, entretanto vendido a um investidor chinês. Para evitar chatices, Gianpaolo, o pai, dono legal do clube da Série A italiana, que fez fortuna com a venda das ferramentas Freud, transferiu a posse do Watford para o filho, Gino. Gino Pozzo passou a viver em Inglaterra, dirige o clube ele próprio, e até o conduziu à final da Taça de Inglaterra em 2019, o que causou ondas de choque em Itália: é que na mesma altura a Udinese lutava para não descer e os adeptos locais começaram a gritar traição.

AFC Bournemouth

O AFC Bournemouth é outro dos clubes russos da Premier League: o seu capital foi adquirido em 2011 pelo russo Maxim Demin, que fez fortuna na indústria petroquímica. Demin terá pago cerca de 850 mil libras pelo clube, que na altura estava no Championship, mas com a subida à Premier League, em 2015 aproveitou para capitalizar vendendo 25 por cento das ações a uma empresa de investimentos norte-americana, a Peak 6 Investments. Demin, que vive na Suíça, ainda controla os restantes 75 por cento, sendo o mais misterioso de todos os donos de clubes da Premier League.

Aston Villa

Este antigo campeão inglês e europeu (1981 e 1982) é hoje propriedade de uma empresa egípcia, a NSWE, cujo nome foi formado com as iniciais dos seus dois donos: o egípcio Nassef Sawiris e o norte-americano Wesley Edens. A NSWE comprou o Aston Villa em 2018 ao chinês Xia Jiantong, que por sua vez tinha adquirido o clube ao norte-americano Randy Lerner em 2016. Sawiris é o quarto homem mais rico de África, tendo adquirido a sua fortuna por via de herança, ampliando-a com interesses na área da construção e participação em empresas como a Adidas. Edens, por sua vez, cresceu na área dos fundos de investimento, sendo hoje também um dos donos dos Milwaukee Bucks, uma equipa da NBA.

Norwich City

Se há algo que dificilmente faltará ao atual último classificado da Premier League é comida e jornais para ler. O clube pertence desde 1997 ao casal formado por Delia Smith, cozinheira e antiga apresentadora de programas televisivos acerca de culinária, e Michael Wynn-Jones, jornalista e escritor que ficou rico com a venda da New Crane Publishing, a sua editora, que mantinha enquanto ia rodando por cargos de direção em publicações como o Mirror ou a The Spectator. Smith e Wynn-Jones já se disponibilizaram várias vezes para vender as suas ações, mas só se aparecesse alguém disposto a investir a sério na equipa, pois ambos são adeptos ferrenhos, com bilhete de época há décadas – na prática, em várias ocasiões tiveram já até de reforçar as suas posições acionistas, após a saída de outros donos.

Tags: Donos da bolaLiga Inglesa
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Comentários 3

  1. Pingback: Os donos da bola (2): Série A
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  3. castanhosandro says:
    11 meses ago

    alguma gloria do west ham sera considerado pornografico !!!

    Responder

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