O futuro do futebol não está garantido. A afirmação é do próprio Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol que hoje publicou uma carta em todos os órgãos de comunicação social nacionais. Para Fernando Gomes, uma das prioridades do futebol nacional terá de ser tornar a atividade mais sólida. “Vivemos o tempo do impensável. O presente desafia-nos e ao olharmos para o futuro já não alcançamos o que antes parecia certo. O futuro do futebol, lamento dizê-lo, não está garantido. O futebol, durante muitos anos, parecia o centro da vida para muitas pessoas, mas, não aligeiremos as palavras, já todos percebemos que não é”, pode ler-se na comunicação.
Para o líder da Federação, todo o modelo de negócio associado ao futebol terá de ser repensado. “O futebol, como a própria sociedade, tem vivido num modelo económico e comunitário estruturalmente baseado na velocidade das interações. Temos pensado de menos no amanhã”, para isso, garante, terá uma grande importância que os direitos de transmissão televisivos sejam centralizados. “A venda dos direitos televisivos de uma liga forte e competitiva para outros países, hoje financeiramente inexpressivos, poderá ajudar-nos a posições equilibradas. Procuraram defender o seu setor, sem esquecer as dificuldades globais do futebol”.
Fernando Gomes foi mesmo mais longe e chamou ainda a atenção para a necessidade de se introduzirem critérios mais exigentes na construção de projetos desportivos. Será preciso “escolher bem diretores desportivos, treinadores, jogadores. Ultrapassada esta conjuntura extraordinária, teremos de evitar as trocas constantes de recursos humanos ao primeiro sinal de que as coisas não correm conforme o planeado. A persistência, a resiliência e o trabalho coletivo dão resultados”.
Para o líder da FPF, a aposta na formação terá de ser pilar central do futuro económico dos clubes portugueses. “Acredito que nas próximas semanas saberemos merecer a confiança das autoridades e decidir em campo os nossos representantes. Num círculo virtuoso, se formos competitivos e continuarmos a apostar na excelência nas áreas da formação dos mais jovens, o reconhecimento internacional acontecerá, as receitas económicas aumentarão e as apostas originais terão ainda mais hipóteses de se tornarem a norma”. Ora foi precisamente a carta de Fernando Gomes aliada à reflexão de Vítor Oliveira acerca da sustentabilidade do futebol que serviu de tema para o Último Passe de hoje do António Tadeia.
Ainda assim, a contestação à FPF devido à conclusão das competições sob a sua alçada continua a dar que falar, com o Praiense a garantir que já deu por iniciadas as diligências para interpor ações legais devido ao facto de FC Vizela e FC Arouca terem sido declaradas promovidas no Campeonato de Portugal pela FPF. “Ficámos todos dececionados e estupefactos com a decisão. Acho que é uma decisão que não tem legalidade, nem justiça, acima de tudo. Nenhum dos quatro [primeiros classificados] é mais primeiro. O Praiense tinha 11 pontos [de vantagem]. Era a equipa que estava mais em primeiro em relação ao segundo. Vamos fazer tudo para que haja justiça, numa decisão precipitada da FPF. Já contactámos um grupo de advogados do Continente, que vai tratar da situação. Provavelmente já teremos algumas coisas amanhã e nos dias seguintes. Não foi feita justiça, não há verdade desportiva”, afirmou o presidente do clube açoriano em conferência de imprensa.
Nos Açores onde a AF Ponta Delgada “exigiu” que o Rabo de Peixe vencedor do campeonato açoriano, seja promovido ao Campeonato de Portugal já que a sua situação não tem igual no país. “Há que privilegiar a subida do Rabo de Peixe. Há um limite diferenciador na realidade do Rabo de Peixe com os demais. É o único que garantiu o primeiro lugar na sua prova e merece solução diferente”.
A primeira liga que foi a única competição a garantir luz verde para retomar nas próximas semanas e caso a temporada se estenda para lá de 30 de junho, já há um memorando de entendimento assinado esta pela FPF, Sindicato dos Jogadores, Liga e Associação Nacional de Treinadores para que os contratos que terminam nessa data sejam automaticamente prorrogados.
“O termo da época desportiva 2019/2020 ocorre no dia seguinte ao último jogo oficial das competições desta época. Os contratos de trabalho desportivo ou de formação desportiva, celebrados entre clubes participantes da LIGA NOS e treinadores e jogadores, e respetivos vínculos desportivos cujo termo ocorra na época desportiva em curso, tal como definida regulamentarmente, consideram-se automaticamente prorrogados até termo da época tal como definido no número anterior. De igual forma, os contratos de cedência temporária e respetivos vínculos desportivos em que sejam cessionários clubes participantes na LIGA NOS cujo termo ocorra na época desportiva em curso, tal como definida regulamentarmente, consideram-se automaticamente prorrogados anos termos do n.º 1”, pode ler-se na comunicação.
Entre outros clubes nacionais, o Benfica regressou aos treinos esta segunda feira debaixo de fortes medidas de segurança. Ora, no clube da Luz onde jogou Fejsa que hoje explicou um pouco do porquê de ter decidido seguir carreira fora de Portugal. “Estive no Benfica mais de seis anos e não tenho palavras para o que é o Benfica para mim. Todos os jogos, todos os títulos, todos os momentos bonitos foram e são tudo para mim. Tenho mais um ano de contrato, mas em janeiro precisava de sair. Fui para o Alavés porque queria jogar e aqui não tive a oportunidade do treinador”.
“Lesionei-me durante um treino, devido a uma pancada de um companheiro, pouco tempo depois da entrada de Bruno Lage. Fiquei quase dois meses de fora por lesão e tudo mudou. O treinador nunca me viu nos seus planos. Porquê? Não sei, nunca me disse. Falei com ele, mas só disse para continuar a trabalhar que tudo ficaria bem. Mas nunca esteve! Fiquei dececionado, embora tenha dado sempre o meu melhor”, desabafou o médio sérvio em entrevista ao jornal Record.
Já Bruno Fernandes elegeu Andrés Iniesta como a grande referência e modelo futebolístico na sua carreira. “Quem mais gostava de ver e acompanhar era Iniesta, porque o Iniesta era uma mistura entre um 8 e um 10. É onde eu posso render mais, entre o 8 e o 10. É um jogador que gosta sempre de ter a bola, que gosta sempre de assumir riscos, para mim foi um dos melhores do mundo. Acho impressionante a forma como ele acabou a carreira sem ganhar uma Bola de Ouro. Com tudo o que conquistou, para mim é difícil perceber isso. Tinha muitos jogadores que gostava de ver. Por exemplo, nos meus primeiros anos, um jogador que gostava e que sempre gostei é Ronaldinho. Para mim, é um jogador com capacidade para te deixar agarrado à televisão, e ficas ali horas a ver. Tudo porque ele tinha energia e felicidade. Ele era feliz com tudo o que fazia. Acabas por admirar quem joga assim, portanto nos primeiros anos o Ronaldinho era o meu favorito. Depois disso, já disse várias vezes que Cristiano Ronaldo é outro dos tais. Como exemplo de profissionalismo, é o melhor que podes seguir”, afirmou o internacional português ao canal do Manchester United.
O antigo médio do Sporting foi mesmo desafiado a avaliar-se enquanto jogador. “[Defino-me] Como um guerreiro porque, para mim, cada jogo é uma batalha. Tens de ir para o campo com a ideia de que tens de bater o teu adversário. Como todo o respeito, é preciso ter respeito pelo adversário, mas precisas de o vencer. Não interessa quem está do outro lado. Até pode ser teu amigo, porque tenho amigos na Premier League, mas não importa. Naquele momento eu vou ser o maior inimigo que eles possam ter”.
Em França o campeonato foi dado como terminado, com o PSG a ser declarado campeão e Amiens e Toulouse FC, últimos classificados, a serem despromovidos à Ligue 2. Ora, o primeiro não se conforma e hoje lançou uma petição online de forma a tentar reverter a decisão da liga gaulesa. “Perante esta de decisão, carregada de consequências que vão contra a equidade desportiva, o Amiens SC pede à Liga profissional que reveja a sua posição e faça a escolha mais justa: uma Ligue 1 com 22 clubes na próxima época”, pode ler-se na comunicação. Na mesma mensagem, o Amiens apelou para que todos os seus adeptos e amantes do futebol apoiassem esta sua iniciativa. A petição conta já com mais de duas mil assinaturas. A contestação pelo fim da liga francesa, diga-se, não deverá ficar por aqui já que também o Lyon, sétimo classificado e por isso fora dos lugares europeus, já prometeu luta durante os próximos dias. França onde vai estando Luís Campos, diretor desportivo do Lille OSC, que é hoje protagonista do terceiro episódio de eminência pardas do futebol que vai sendo escrita pelo António Tadeia.
Já em Espanha, Athletic Bilbau e Real Sociedad chegaram a um entendimento para adiar a final da Taça do Rei desta temporada, onde ambos seriam finalistas, até uma data em que venha a ser possível ter adeptos no estádio. Afinal, não é todos os dias que temos uma final basca na competição. “O desejo e a vontade de ambos os clubes sempre foi, tanto agora como antes, jogar a final com a presença dos nossos adeptos e adeptas. É o que mais queremos. Uma final da Taça com os nossos adeptos nas bancadas. Com esta decisão. O Athletic e a Real Sociedad desejam valorizar um dos eventos desportivos mais prestigiantes e com maior tradição no futebol mundial e a única forma de o fazer é fazê-lo em conjunto com os nossos adeptos, sócios e sócias, a verdadeira essência e razão de ser deste maravilhoso desporto”, pode ler-se no comunicado emitido pelos clubes. Entretanto, Javier Tebas afirmou que espera ver a liga recomeçar em junho e terminar durante o verão.