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O Bigorna de volta à guerra contra a balança

Fernando Gamito por Fernando Gamito
Maio 10, 2020
9 min de leitura
O Bigorna de volta à guerra contra a balança
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A carreira de Walter tem sido uma batalha constante contra a balança. O “Bigorna”, assim conhecido no mundo do futebol, jogou no FC Porto entre 2010 e 2012, mas não se afirmou e deixou poucas saudades no Dragão, apesar de ter mantido o vínculo até 2019, com oito empréstimos em sete anos. As bolachas com recheio são o principal vício nesta guerra, que já teve mesmo uma suspensão de ano e meio por doping, devido a uma substância proibida utilizada em comprimidos para emagrecer. Com o regresso ao futebol possível a partir de julho, Walter assinou pelo Athletico Paranaense até agosto. Terá, assim, um mês para provar que está no caminho da redenção e de volta aos golos que fizeram dele ídolo no Goiás, ao invés dos problemas fora dos relvados que têm pautado a vida do atacante de 30 anos.

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“Falta pouco para regressar. No próximo mês, já vou voltar a treinar. Fiquei um ano e quatro meses fora por suspensão e vai ser muito importante sentir novamente o prazer de treinar.” Foi desta forma que Walter perspetivou o retorno aos relvados, ainda em abril, em declarações à rádio brasileira ‘Grenal’. As dificuldades têm sido muitas, principalmente quando se deixa de auferir salário de um momento para o outro. “A minha mãe passou um sufoco muito grande comigo, porque ficar dois anos sem receber é complicado. Eu tenho quatro famílias que dependem de mim e, sem receber um real, é muito difícil. Vendi um apartamento, deu errado. Quando tens uma idade para parar de jogar, mentalizas-te… mas isto veio do nada. Veio tudo de vez, uma bomba, encerrando o meu contrato com o CSA, acabando o contrato com o FC Porto. Fiquei sem nada. Joguei muito campeonato amador, para tapar os buracos, mas o comboio aqui apertou sem um real no bolso”, referiu Walter à ‘Globo Esporte’.

Já do lado do Athletico Paranaense, trata-se de alguém estender a mão a quem tem condições para voar mais alto, mas não tem conseguido. “É uma boa iniciativa acreditar num profissional, no ser humano, dar uma oportunidade a um atleta que tem história dentro do clube. É mais um ponto positivo em cima de todo este momento que estamos a viver. Torço para que o Walter alcance as melhores condições. Jogar à bola ele saber jogar. Eu mesmo tentei levá-lo para outros clubes”, confidenciou Dorival Júnior, treinador do ‘Furacão’, em entrevista à ‘Rádio Transamérica’.

Vai ser, assim, através de um clube de Brasileirão que se abre novamente a porta do desporto rei para Walter. A última vez que vimos o avançado com as chuteiras calçadas a nível profissional foi com a camisola do CSA em 2018 – no segundo escalão canarinho -, o último de oito empréstimos em sete anos efetuados pelo FC Porto. Em dezembro desse ano viu-se suspenso do futebol, após ter acusado positivo num controlo antidoping em julho. A problemática dos quilos a mais abalou novamente a vida do “Bigorna”, pois foi uma substância encontrada nos comprimidos para emagrecer que estava em causa, apesar do próprio ter revelado que não fez nada mal e apenas aquilo que os médicos lhe disseram.

“Não tenho provas, mas estou de consciência tranquila. Tenho dez anos de carreira, nunca tomei remédio para isso, sempre perguntei… E eu perguntei ao médico do CSA pessoalmente e ele disse que podia tomar. Tomei e caí no doping. Só que não tenho provas. É a palavra dele contra a minha. Estou há dez anos no futebol, nesses dez anos sempre sofri com o peso e nunca caí no doping. A punição é injusta. Eu não tinha histórico, foi só um remédio. É exagerado darem-me dois anos de suspensão. Sei que errei, mas não era para tanto. Foi o momento mais difícil da minha vida. O CSA deixou-me na mão. Não me pagaram nada. Ainda usaram o pretexto do doping para tirar dinheiro que já era meu”, atirou Walter nessa altura em declarações à ‘Globo Esporte’.

Walter a festejar um golo pelo FC Porto.

A concorrência no Dragão e os sucessivos empréstimos

Ligamos a máquina do tempo para 2010, quando a história do peso e as confusões fora do relvado ainda não eram o único prato do dia com Walter. Há dez anos atrás, o “Bigorna” dava os primeiros passos na carreira e afirmava-se ao serviço do Internacional pela mão do técnico uruguaio Jorge Fossati. Lançado na equipa principal do emblema de Porto Alegre em 2008, uma rotura nos ligamentos cruzados afastou-o de competição durante vários meses, mas conseguiu recuperar o tempo perdido e os oito golos em 29 partidas levaram o FC Porto a pagar seis milhões de euros por ele.

A verdade é que a passagem de Walter pelo FC Porto não deixou muitas saudades à maioria dos adeptos azuis e brancos. No entanto, os números que deixou por cá merecem análise: em 2010/11 marcou dez golos em 25 encontros, mas somente em nove deles foi titular e somou um total de 945 minutos dentro das quatro linhas, o que perfaz uma média de um golo a cada 94,5 minutos. Os azuis e brancos eram então treinados por André Villas-Boas naquela que foi uma temporada de sonho com a conquista de campeonato, Liga Europa, Taça de Portugal e Supertaça. A concorrência na frente de ataque era feroz e Falcao brilhava no papel de “nove” (38 golos em 42 partidas em 10/11). Assim se percebe a posição secundária atribuída a Walter, uma espécie de suplente habitual.

“Se olhar para a minha média, sempre que joguei marquei golos. Tive azar, pois o outro avançado era o Falcao, o melhor atacante do campeonato português. Isso complicou a minha situação.” Foi assim que Walter explicou a passagem pouco conseguida pelo Dragão quando foi apresentado no Cruzeiro em 2012. No entanto, era apenas uma rivalidade desportiva aquela que havia entre o brasileiro e o colombiano por uma vaga, tanto que Walter fez questão de frisar o lado humilde de Falcao. “Havia alturas em que combinava comigo e deixava-me jogar os 15 minutos finais dos jogos. Eu pedia-lhe e ele deixava-me jogar um pouco. Nos jogos das taças também jogava eu. Virei fã dele. Conversava muito comigo e dava-me muitos conselhos”, revelou à ‘ESPN’ já em 2018. O atacante confidenciou ainda que problemas familiares dificultaram na Invicta. “Tive um problema com a minha filha. Ela nasceu prematura e essa situação atrapalhou a minha concentração. Vi que não dava para ficar lá mais, então pedi que me emprestassem”, explicou.

Essa primeira cedência chegou em 2011/12, depois de ter marcado seis golos em oito aparições pelo FC Porto na primeira metade da época – quatro desses remates certeiros aconteceram diante do Pêro Pinheiro para a Taça de Portugal. A ida para o Cruzeiro em 2012 foi o primeiro passo dado naquilo que se tornou a carreira de Walter… uma sucessão de empréstimos tal como uma roda sem parar. Cuzeiro, Goiás, Fluminense, Ahletico Paranaense, Goiás novamente, Atlético Goianense, Paysandu e CSA, por fim. Contam-se oito cedências em sete anos, naquela que é uma das explicações pelas quais Walter não conseguiu chegar a internacional brasileiro, ao contrário do que alguns apregoavam.

Ídolo dos adeptos e um fim de relação infeliz

De todas essas experiências ao longo da carreira, o Goiás foi onde Walter encontrou a verdadeira felicidade e virou mesmo ídolo para os adeptos. A primeira passagem do “Bigorna” pela equipa deu-se em 2012. Os 16 remates certeiros que concretizou em 28 compromissos foram preponderantes para a conquista da Série B e a consequente subida ao principal escalão brasileiro. Numa fase em que os quilos a mais eram questão, mas suplantada pelos golos que marcava, Walter convenceu e permaneceu no retorno do Goiás ao Brasileirão. Em 2013 fez 18 golos em 40 jogos e o emblema de Goiânia terminou o campeonato numa assinalável sexta posição.

No ano seguinte Walter rumou ao Fluminense, por onde permaneceu durante época e meia. Ainda assim, foi grande o vazio e legado que deixou no Goiás e os adeptos exigiram o regresso. Os aficionados do clube até chegaram a cantar em alta voz o nome do avançado durante um encontro com o Grêmio Anápolis, em 2015, como forma de mostrar aos responsáveis o quanto ansiavam por um retorno que até começava a ganhar contornos na imprensa canarinha. Até os próprios ex-colegas se juntaram a essa onda como foi o caso de Renan, que era guarda-redes da equipa. “Por toda a história do Walter com o clube, sempre que o nome dele for ligado ao Goiás, os adeptos vão demonstrar ansiedade e apoio. É normal que os adeptos queiram ter o ídolo de volta”, disse então em declarações à comunicação social do país.

Walter no Goiás.

Não foi logo, pois Walter ainda esteve durante um ano no Athletico Paranaense, mas acabou por voltar até Goiânia em 2016. Só que o regresso do herói não correu como era esperado e o desfecho não foi bonito de se ver. Entre o final de 2016 e início do ano seguinte marcou três golos em 16 partidas e os comportamentos que tomou fora de campo resultaram no fim de uma relação que parecia destinada a algo mais. Os responsáveis do Goiás até se confessaram aliviados por se ‘livrarem’ de Walter e foram duras as críticas disparadas em torno do jogador.

“Na quinta-feira antes do carnaval chamei o Walter ao meu escritório e conversámos durante mais de três horas. Disse-lhe que se não levasse a sério a condição física, nunca mais jogaria futebol. O joelho dele já não aguentava o peso. Disse-lhe: ‘Walter, tens de entender que tens mais uns quatro ou cinco anos de futebol pela frente e depois não vais ser mais nada. Vais ser mais um gordo no mundo. Ganha juízo. Tens duas filhas, duas mulheres e estás a torrar o teu dinheiro’. Conversei com ele como um pai. Vi que as minhas palavras não valeram nada para Walter. É um deficiente mental, não está no seu perfeito juízo. Estamos muito aliviados por ter ido embora”, disse Hailé Pinheiro, dirigente do Goiás, em declarações ao ‘Portal 730’, durante março de 2017.

Do bairro até uma vida cheia de ‘cobrança‘

Desde cedo que Walter teve uma vida difícil. O “Bigorna” cresceu no bairro do Coque, uma favela problemática no Recife. Chegou mesmo a presenciar o assassinato do irmão aquando de um assalto e o futebol serviu como um escape à envolvência que o crime despoletava nos mais jovens. Foi através da força de vontade da mãe que aos onze anos conseguiu uma bolsa para jogar nas camadas jovens do Sport Recife durante um ano. Quando esse prazo chegou ao fim ficou durante algum tempo sem jogar, mas com 13 anos distinguiu-se durante treinos de captação do Santa Cruz FC. Formou-se ainda ao serviço do São José EC e foi aí que chamou a atenção do Internacional, que o contratou em idade de júnior em 2007.

Os problemas fora do relvado não se limitaram ao peso e Walter chegou mesmo a ser detido em 2018… tudo por causa de uma arma de brincar. Então ao serviço do CSA, o atacante foi alvo de detenção na própria residência em Maceió por puxar de uma arma falsa a dois funcionários de uma companhia elétrica. Um dos trabalhadores em questão referiu que o futebolista ainda o esbofeteou e a empresa deu conta de que Walter tinha faturas em atraso, daí que iriam cortar-lhe a eletricidade. Walter defendeu-se a considerar que foi “um mal entendido. Eu sempre desço com a arma de brinquedo que eu tenho. Nesse momento chegou um rapaz para cortar a luz, mas não precisava, eu já tinha pago. Foi nesse momento que ele pensou que eu o tinha ameaçado. Não foi isso que aconteceu. Eu peço desculpas por tudo, o acidente, tudo. Não foi por mal. Quem me conhece, sabe. Foi um momento errado, uma hora errada”, referiu Walter.

Walter em 2020 no Noronha Alimentos, equipa amadora.

Walter acumulou alguns comportamentos menos adequados na carreira, como por exemplo abandonar um treino do Fluminense por não ser opção titular. No entanto, é na luta contra a balança que se concentra e é mesmo por aí que acredita poder voltar ao bom nível. “A minha vida foi sempre cobrança em cima de cobrança. Muita gente pensa que eu bebo, mas não. Se bebesse, acho que não dava conta de jogar. O meu negócio é comida mesmo. Tenho de cuidar de mim. Perco peso rápido, mas ganho muito rápido. Tenho de ter controlo o ano todo. Nunca mais vou ser o Walter magro, mas vou trabalhar sempre para estar em boa condição”, dizia em 2017 no programa ‘Show Esportes’.

Para tentar entrar em forma e visto que ainda está suspenso do futebol profissional, Walter tem estado a treinar com uma equipa amadora de Goiânia, o Noronha Alimentos. “Hoje estou com 99 quilos e para estar pronto a jogar tenho de ter 95, 94”, revelou em janeiro. Desde então e até julho são cinco a seis os quilos a perder, pelo menos segundo o próprio, e depois partir em busca da redenção no Athletico Paranaense.

Tags: Athletico ParanaenseFC PortoGoiásWalter
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