O Benfica manteve a cabeça de fora e a hipótese de lutar por uma vaga entre os apurados na fase de grupos da Liga dos Campeões, ao vencer em casa o Olympique Lyon, por 2-1, em jogo da terceira jornada. Foi decisivo um golo de Pizzi, aos 86’, a aproveitar um erro do guarda-redes português Anthony Lopes, que lhe colocou a bola à frente numa reposição em jogo, numa altura em que os franceses até estavam por cima na partida e ameaçavam conseguir mais do que o empate que já haviam alcançado. Com este resultado, os encarnados, que fizeram uma primeira parte de nível aceitável, mas uma segunda mais para o fraco, somam os primeiros três pontos na prova, ficando a um de Lyon e Zenit e a três do RB Leipzig. Estão na luta, mas precisarão de sair das próximas duas deslocações, a França e à Alemanha, com pelo menos mais quatro pontos para continuarem a pensar na qualificação.
O jogo começou maravilhosamente para o Benfica, que aos 4’ já vencia, graças a um golo de Rafa, que foi o mais rápido a aproveitar a cerimónia dos centrais do Lyon em afastar a bola da sua área. O golo fez esquecer o onze (mais um) improvisado por Bruno Lage, que entrou com Rafa como segundo avançado, atrás de Seferovic, Cervi na vaga do veloz atacante pela esquerda e Gedson em vez de Pizzi na direita. Pizzi, no entanto, haveria de entrar cedo: logo aos 20’, foi chamado a render Rafa, que parece ter-se ressentido da lesão da qual recuperou mesmo a tempo de entrar neste jogo. Nessa altura, porém, já os campeões portugueses tinham dado mais sinais de perigo: aos 19’, no seguimento de um passe longo, Seferovic ganhou posição na área pela esquerda, encarou o guarda-redes, mas não acertou o remate na baliza.
Este foi o primeiro de três lances em que o suíço podia ter dado outra tranquilidade ao Benfica. Aos 27’, após cruzamento de Grimaldo, recebeu a bola de um corte incompleto de Denayer, mas falhou a finalização. E, aos 37’, após cruzamento de Tomás Tavares, deu-lhe de primeira bem no centro da área, mas viu o remate passar sobre a barra. Era o culminar de uma primeira parte que, não sendo extraordinária, vira o Benfica quase sempre por cima – a exceção foi um lance em que Cornet iludiu a linha de fora-de-jogo e apareceu à frente de Vlachodimos, mas apenas para ver Grimaldo cortar o remate num carrinho oportuno. Já a segunda parte, porém, seria bem diferente, sobretudo após a troca de Terrier por Thiago Mendes, aos 56’. A partir daí, foi o Lyon quem passou a mandar no campo, ameaçando com o golo do empate de forma sucessiva.
Aos 56’ Rúben Dias salvou, com um corte de cabeça, um remate de Tousart que levava selo de golo. E aos 64’, já com Vinicius em vez de Seferovic no ataque do Benfica, foi a vez de Cornet acertar na barra: isolou-se pela direita, viu o remate desviar em Ferro, desviar-se do guardião encarnado e ir acertar caprichosamente no ferro da baliza benfiquista. Adivinhava-se o golo do empate, que chegou mesmo aos 70’, numa bela finalização de Depay, em volei, de pé esquerdo, após cruzamento de Dubois. E a questão é que o Lyon não se ficou por aqui. Já com Traoré em vez de Cornet – o Benfica trocou Cervi por De Tomás – Depay esteve à beira do 1-1, num belo remate em arco que ia encontrar o ângulo da baliza de Vlachodimos, não tivesse o grego desviado para canto. Foi aos 79’ e, três minutos depois, livre na área, Aouar procurou o poste mais próximo, mas fez a bola sair ao lado.
Foi nesse momento que Pizzi acordou o Benfica. Primeiro, aos 85’, ganhando espaço no corredor central e acertando um tiraço no poste da baliza de um atónito Anthony Lopes, que só pôde ver a bola resvalar no ferro para a linha de fundo. E tão atónito devia estar o guarda-redes que, na reposição rápida de bola em jogo, procurou Marcelo, que estava menos atento do que Pizzi: mais rápido sobre a bola, o médio benfiquista deu-lhe de primeira e, sem guarda-redes na baliza, fez o 2-1. Faltavam quatro minutos para o final, o que significa que o Benfica já não deixou fugir o resultado. Mas convém entender que em Lyon a equipa terá certamente de jogar mais do que fez hoje para sair do relvado com um resultado que lhe permita continuar a sonhar com a qualificação.