Um golo do central Ferro, de cabeça, após canto de Grimaldo, logo aos 19’, permitiu ao Benfica vencer fora o CD Tondela por 1-0, em partida da oitava jornada da Liga portuguesa, e colocar-se, à condição, na primeira posição da tabela, à espera do resultado final do FC Porto-FC Famalicão. O jogo não foi particularmente intenso, até porque a partir do momento em que se viu em vantagem o Benfica procurou sobretudo controlar o jogo com bola, o que foi conseguindo, com maiores ou menores dificuldades.
É verdade que, antes do golo encarnado, até tinham sido do CD Tondela as melhores ocasiões de golo da partida. Natxo González colocou a sua equipa num 3x4x3 que soltava três setas (Murillo, Denilson e Xavier) para o último terço do campo em cada recuperação de bola, em busca do espaço atrás do bloco benfiquista. Do outro lado, Bruno Lage apresentava nuances no seu habitual 4x4x2, sendo a maior a colocação de Taarabt como segundo avançado, o que aproximava o sistema muito mais de um 4x2x3x1, com o marroquino no apoio a Seferovic e Pizzi e Cervi pelas alas. O resultado do encaixa, porém, era favorável aos beirões, que a abrir criaram duas situações de embaraço para Vlachodimos. Aos 9’, em contra-ataque iniciado por Xavier, Murillo colocou a bola à frente de Denilson, que de primeira obrigou o guardião grego a defender com os pés. Um minuto depois, inverteram-se os papéis e foi Xavier quem esteve em boa posição para visar as redes encarnadas, chutando ao lado.
A resposta do Benfica foi o golo. Após um remate de Pizzi que a defesa do CD Tondela desviou para canto, Grimaldo bateu e, aproveitando a passividade de Murillo, Ferro ganhou-lhe a frente e nem precisou de saltar para cabecear para golo. Confira aqui o golo do defesa-central do Benfica:
A melhor resposta do CD Tondela veio logo a seguir, quando Xavier ganhou a linha de fundo pela esquerda e cruzou bem, mas apenas para que Murillo e Denilson se atrapalhassem um ao outro. O brasileiro cabeceou, mas acabou por fazer a bola passar sobre a barra. Esta foi, no entanto, a derradeira situação de perigo criada pelo CD Tondela, que a partir daí, com o maior controlo exercido pelo Benfica, deixou de ter o propósito inicial do seu 3x4x3, que era aproveitar o contra-ataque. Florentino e Gabriel encaixavam em Pepelu e João Pedro e os homens que o trio de centrais do CD Tondela tinham a mais face a Seferovic, ponta-de-lança único dos encarnados, faltavam-lhe mais à frente, para desequilibrar a meio-campo e levar o jogo para mais perto da baliza encarnada.
O jogo passou a decorrer então, sobretudo, no meio-campo do CD Tondela, mas sem que o Benfica arriscasse na posse. O principal objetivo dos encarnados era manter a segurança na circulação, tendo um remate muito alto de Florentino, aos 50’, surgido como exceção a um método frio mas eficaz. Percebendo que também não conseguia criar lances para descansar em cima dos 2-0, Bruno Lage trocou então (aos 66’) Taarabt por Chiquinho, que regressou de lesão logo para ver a equipa reclamar dele a velocidade e o repentismo que o caraterizam. Mas o jogo só mudou quando Natxo González desfez o plano inicial. O CD Tondela começou por trocar o central Philippe Sampaio por Richard Rodriguez, aos 74’, passando a equipa para 4x4x2, mas a seguir foi ainda mais longe, abdicando do lateral Filipe Ferreira para fazer entrar Jonathan Toro.
Com Toro perto de Denilson (e depois de Strkalj, que a lesão do brasileiro forçou a troca de pontas-de-lança), Richard e Xavier nas alas e as laterais da defesa entregues a Mouffi e Murillo, o CD Tondela destapou atrás e foi tentando forçar situações de finalização e cantos. Lage respondeu com a tentativa de aumentar a competência nas áreas, trocando Pizzi pelo ponta-de-lança Vinicius e mudando Chiquinho para a direita. O jogo esticou, partiu, passou a ser muito mais jogado nas imediações das duas áreas, mas o resultado já não se alterou e o Benfica passou mesmo a ser líder isolado – nem que fosse só por duas horas…
Veja aqui o resumo do jogo: