Um golaço de Luís Díaz, em pontapé acrobático após cruzamento largo de Manafá da direita, já em período de compensação da primeira parte, valeu uma suada vitória do FC Porto sobre o Santa Clara, por 1-0, num final de tarde muito complicado pela chuva intensa e pelo vento forte. A jogar contra o vento na primeira parte, os dragões marcaram no primeiro remate enquadrado com a baliza de Marco, o que mostra como estavam a sofrer para conseguir desequilibrar uma equipa que Daniel Ramos montara num 4x2x3x1 de elevado rigor posicional. Na segunda parte, com o vento a favor, os campeões nacionais preocuparam-se mais em gerir uma partida que acabou por ser muito pobre em situações de golo. Com este resultado, o FC Porto subiu à condição à segunda posição, com 16 pontos, enquanto que o Santa Clara se manteve na nona posição, com 10.
Sérgio Conceição fez apenas uma troca no onze que apresentara na quarta-feira em Marselha, apresentando Taremi em vez de Marega na frente. De resto, a mesma organização, com Otávio a derivar entre a esquerda e o meio, consoante os movimentos de Díaz, que surgia como segundo avançado. Do outro lado, o Santa Clara surgia com Júlio Romão e Osama Rashid muito posicionais no corredor central, dando aos alas (Diogo Salomão na direita e Carlos Júnior na esquerda) a dupla missão de explorar e conter o avanço dos laterais portistas, os fulgurantes mas nem sempre acertados Manafá e Zaidu. O resultado foi um jogo de encaixe, em que nenhuma das duas equipas conseguia marcar grande superioridade sobre a outra, o FC Porto porque não conseguia ligar o jogo por dentro, o Santa Clara porque estava por natureza mais contido.
Até ao golo de Díaz, só por uma vez se vira alguma sensação de perigo na partida: foi aos 21′, quando Salomão aproveitou uma escorregadela de Zaidu e foi até à área, de onde meteu um passe atrasado no meio, mas para onde não havia nenhum colega de equipa. O golo surgiu, assim, fruto da superior capacidade individual dos jogadores do FC Porto, nomeadamente de Díaz, que aproveitou a nesga de espaço que naquela circunstância lhe foi dada por Fábio Cardoso para corrigir um cruzamento que saiu demasiado atrasado e transformá-lo em golo. Pode ver aqui o lance:
Na segunda parte, as condições climatéricas passaram a empurrar o jogo no sentido da baliza de Marco, sentindo o Santa Clara mais dificuldades para jogar no meio-campo adversário. O FC Porto também entrava em fase de gestão, mas ainda assim foi dos dragões a situação de perigo seguinte. Foi aos 73′ que Marco ia comprometendo as aspirações da sua equipa ainda chegar ao empate: para evitar um canto, deixou a bola a Marega, que a cedeu a Otávio para um cruzamento sem guarda-redes na baliza. Valeu aos açorianos que Fábio Cardoso foi quem chegou mais alto e desfez o lance de cabeça.
Antes disso, Daniel Ramos sentira que tinha de arriscar e não só chamou ao jogo Lincoln e Jean Patric como adiantou Osama Rashid. Conceição trocou Taremi por Marega e Grujic por Uribe. E até já antes da entrada de Ukra (por Rashid), aos 80′, os donos da casa estavam a levar o jogo mais para o meio-campo do FC Porto. Os últimos 10 minutos, o Santa Clara abordou-os em 4x4x2, com Ukra e Jean Patric nas alas e Carlos Júnior perto de Thiago Santana no meio do ataque. Sérgio Conceição optou então por meter sangue novo no campo, com a entrada dos miúdos Fábio Vieira e João Mário para os lugares de Corona e Díaz.
Os últimos minutos animaram então um pouco. Ukra obrigou Marchesín a uma defesa aos 85′. Responderam Otávio, com um remate perigoso sobre a barra, aos 87′, e depois Sérgio Oliveira, num vólei para defesa de Marco, aos 90′. Mas o interesse do FC Porto era fechar o jogo e evitar um percalço, razão pela qual Conceição trocou Sérgio Oliveira por mais um defesa, Diogo Leite, aos 90+2′. A troca serviu também para arrefecer os ânimos ao Santa Clara, que estava a tentar aproveitar as bolas paradas para fazer chover a bola na área de Marchesín. E o jogo chegou mesmo ao fim com o 0-1, como pode ver aqui, no resumo: