A Liga Portuguesa vai ser reatada no último fim-de-semana de maio, de acordo com o plano de desconfinamento dado a conhecer pelo Governo nesta quinta-feira. Com dez jornadas por disputar, o FC Porto lidera a tabela com um ponto de avanço sobre o Benfica. Assim como o campeonato, também está mencionada a Taça de Portugal, com a final a ser disputada entre águias e dragões. Em sentido contrário, o segundo escalão não está mencionado e o Primeiro-Ministro António Costa salientou mesmo, em conferência de imprensa, que “este regresso é só para a Primeira Liga e em condições muito limitadas. Esta decisão foi tomada com base num protocolo que a Liga preparou e que a Direção Geral de Saúde está a avaliar”.
Na explicação de um plano que engloba várias matérias como transportes públicos, trabalho, serviços públicos, comércio e restauração, cultura e desporto, António Costa frisou que a pasta do futebol está ainda sujeita a aprovação da DGS e que o retorno será certamente à porta fechada e somente em recintos que cumpram os requisitos. “Este reinício está sujeito ainda à aprovação da DGS do protocolo sanitário que foi apresentado pela Liga e está ainda condicionado da avaliação de que estádios cumprem todas as condições necessárias para a competição ser retomada. O reinício desta atividade será sempre feito à porta fechada, sem público nas bancadas, seja qual for o estádio, seja na Liga ou na final da Taça de Portugal.”
O regresso do desporto rei, o “vírus da discórdia” que isso pode trazer e o perigo de implosão para qualquer organização futura foram os temas em foco pelo António Tadeia, esta quinta-feira, no Último Passe. Já o João Pedro Cordeiro deu-lhe a conhecer os principais compromissos para seguir em direto nos próximos dias, no habitual guia de fim-de-semana a ver a bola. Há destaque para a Bielorrússia, mas também para a Suécia.
Novamente por cá, o Sporting já reagiu ao reatar do principal escalão e informou os adeptos de que “o regresso da equipa de futebol profissional à competição está agendado para 30 ou 31 de maio, com a realização dos restantes jogos da Primeira Liga de Futebol à porta fechada”. Para além disso, o emblema leonino frisou que “no final da época, irá disponibilizar aos sócios mecanismos de compensação pelos jogos que não foram usufruídos”.
Se a Segunda Liga não continua, o que acontece às equipas que lá estão? Pois bem, apesar de não haver certezas, o ‘Mais Futebol’ avança que o plano passa pela subida ao principal escalão de Nacional e Farense, os dois clubes que estavam nas duas primeiras posições da tabela. Quanto aos restantes emblemas, a publicação dá conta de que continuarão no segundo escalão, pois não haverão subidas do Campeonato de Portugal… pelo menos é essa a crença, apesar da situação ainda não estar descartada da parte da FPF.
O Farense, por exemplo, fez questão de frisar que fica a esperar pela homologação e subida de divisão. “Havendo Primeira Liga e descidas, aguardaremos tranquilamente a homologação da II Liga e consequente subida, confirmando a indicação dada na semana passada pela UEFA de premiar as equipas por mérito desportivo”, pode ler-se no ‘Mais Futebol’, palavras que a publicação dá como da autoria de um responsável dos algarvios.
No entanto, é muito o descontentamento entre os outros clubes da Segunda Liga. A UD Oliveirense protestou a decisão. “Há dois pesos e duas medidas para o futebol profissional em Portugal. O cenário impossível está confirmado porque regressa a Liga NOS e, apesar do tema não ter sido abordado, não nos parece que regresse a Segunda Liga. Mais, o Plano de Desconfinamento aprovado em Conselho de Ministros ignora a Segunda Liga. Estamos a ser marginalizados. Somos futebol profissional e cumprimos os requisitos para competir da mesma forma que o fazem os clubes da 1ª Liga. (…) Ou paramos todos ou jogamos todos. Não queremos uma competição no relvado e outra na secretaria. Pedimos igualdade e respeito pelos clubes, atletas, treinadores e sociedades desportivas. Queremos saber quem paga as despesas das sociedades desportivas da Segunda Liga impedidas de ter receitas ao contrário das da Primeira Liga. A nossa indignação ganha solidez quando no mesmo dia, em Espanha, começaram a fazer testes aos elementos dos clubes da Primeira e Segunda Liga para que ambas as provas voltem à ação. Está na hora de dignificarmos o futebol. Ou nos unimos hoje ou amanhã pode ser tarde. Não nos vão silenciar”, escreveu em nota de imprensa Horácio Bastos, presidente do clube.

A Académica também se fez ouvir, com o presidente Pedro Roxo a demonstrar “estupefação pela medida adotada. Estranhamos que, depois dessa reunião de terça-feira, o Governo venha dizer que lhe foi comunicado que apenas a Primeira Liga tinha condições para continuar, quando os clubes da Segunda Liga fazem parte e são obrigados a respeitar as mesmas regras da Primeira Liga. Assim, não conseguimos alcançar a razão por que estão reunidas condições para a conclusão da Primeira Liga e não da Segunda. Para nós esta decisão não tem nada a ver com saúde pública. Os clubes da Segunda Liga terão de ser compensados pelas avultadas perdas e poderão ter de tomar medidas com impacto na sociedade pela impossibilidade dos seus trabalhadores continuarem a exercer a sua atividade”, disse Pedro Roxo a ‘O Jogo’.
O Estoril Praia, por seu turno, mostrou “repúdio” pela decisão. “Ao longo de mais de um mês, a Liga Portuguesa de Futebol Profissional, constituída por todas as sociedades desportivas – Primeira e Segunda Liga – trabalhou arduamente de forma a desenhar vários cenários para uma retoma em segurança, primeiro dos treinos individuais, depois dos treinos coletivos e finalmente da competição. Desse trabalho resultou uma proposta de protocolo de retoma à competição, conforme referido pelo Senhor Primeiro Ministro. O protocolo em causa foi elaborado por todos os departamentos médicos das sociedades desportivas – Primeira e Segunda Liga. Os cenários constantes desse protocolo foram desenhados tendo em conta as especificidades de todas as sociedades desportivas – 1ª e 2ª Ligas”, começa o comunicado da equipa da Linha.
“Desse protocolo constam esquemas de trabalho, métodos de treino e respetiva evolução, regras de higiene e segurança e propostas para alcançar uma fase de competição. Em lugar algum existe distinção entre a 1ª e 2ª Ligas. A qualificação e exigência dos corpos médicos das sociedades desportivas – 1ª e 2ª Ligas – é transversal. A idade e condição física dos atletas é homogénea na 1ª e 2ª Ligas. O risco – baixo – dos atletas é idêntico na 1ª e 2ª Ligas. As sociedades desportivas que participam na 1ª e 2ª Ligas são profissionais e todas têm de cumprir um escrupuloso procedimento de licenciamento para participar nas competições desportivas. Não existem motivos objetivos válidos que justifiquem uma distinção entre a 1ª e 2ª Ligas. Não existem motivos objetivos válidos que justifiquem a retoma da 1ª Liga e não da 2ª Liga. A Estoril Praia – Futebol, SAD, espera que a informação dada pelo Senhor Primeiro Ministro tenha sido apenas um lamentável lapso, que vai a tempo de ser corrigido, tratando-se de forma igual o que é igual e permitindo-se que terminem em campo todas as competições desportivas profissionais”, concluiu o Estoril Praia.
Em França é que o campeonato não será reatado e o Paris Saint-Germain foi nesta quinta-feira confirmado como campeão. A Liga Francesa oficializou a atribuição do título ao PSG, que se torna assim tricampeão gaulês. Para além disso, o Olympique de Marselha – orientado pelo português André Villas-Boas – ficou na segunda posição e o Stade Reims completa o pódio. O Lille OSC (José Fonte, Renato Sanches, Tiago Djaló e Xeka) ficou no quarto posto, o Olympique Lyon (Anthony Lopes) em sétimo, o AS Mónaco (Adrien Silva e Gelson Martins) em nono e o Girondins Bordéus (treinado por Paulo Sousa) em 12.º. O Amiens e o Toulouse descem ao segundo escalão e são substituídos por Lorient e Lens.

Em solo germânico, a Bundesliga começou nesta quinta-feira a efetuar testes aos jogadores a Covid-19. Ao todo serão necessárias cerca de 20 mil análises, número avultado que gerou alguma controvérsia no país. No entanto, o organismo considera crucial para excluir qualquer possível contágio entre os plantéis, equipas técnicas e trabalhadores dos estádios. Ainda não há data estipulada para um eventual retorno do desporto rei na Alemanha, mas várias equipas profissionais do país já começaram a treinar individualmente e em pequenos grupos no centro de treinos. Caso seja reatada, os jogos serão à porta fechada.
Em Itália são cada vez mais as dúvidas em relação ao futebol. Para isto contribuíram as declarações de Vincenzo Spadafora, Ministro do Desporto italiano, que aconselhou os clubes a olharem já para a próxima temporada. “Honestamente, vejo o caminho para um regresso da competição cada vez mais pequeno. O tema dos treinos é diferente, mas se fosse presidente de um clube da Serie A começaria a pensar na próxima época”, atirou Spadafora em declarações reproduzidas pelo ‘Zero Zero’.
De Inglaterra chega um plano que engloba várias medidas de forma a que seja possível concluir a Premier League. O ‘Daily Mail’ escreveu nesta quinta-feira que a proposta a ser discutida na sexta-feira, 1 de maio, conta com uma alínea na qual todos os jogadores terão de usar máscaras no regresso aos treinos e porventura de forma contínua. Algumas das medidas são: jogadores têm de estar sempre de máscaras; jogadores e árbitros testados duas vezes por semana; proibido cuspir no relvado; massagens só aprovadas pelo médico; todos os equipamentos nos relvados têm de ser desinfetados antes e depois por staff com equipamento de proteção; inicialmente só cinco jogadores por grupo de treino; jogadores vão ter espaço designado.
Ainda por solo inglês, mas num tom mais descontraído, José Mourinho confidenciou que não tem muito para a cozinha. “Os outros são um pouco melhores do que eu. Eu sou o especialista em ovos estrelados”, disse o treinador do Tottenham à ‘Sky News’, num momento em que passa a quarentena com mais três elementos da equipa técnica. Mais sério, o timoneiro abordou o possível regresso do desporto rei. “Tenho saudades do futebol, mas prefiro dizer que tenho saudades do nosso mundo, como acho que todos temos. O futebol é só parte da minha vida. Mas temos de ser pacientes, é uma luta que todos temos de travar.”
Mourinho defendeu ainda os encontros à porta fechada e considerou positivo um possível retorno do campeonato inglês. “Se jogarmos os nove jogos que faltam desta época vai ser bom para nós, vai ser bom para o futebol e para a Premier League. Mesmo que o jogo seja disputado à porta fechada, nunca será realmente à porta fechada. Com as câmaras, significa que há milhões e milhões a ver. Por isso, se um dia entrarmos neste estádio vazio, não estará realmente vazio”, comentou.
COM QUANTOS JOGADORES COMEÇA A 1 LIGA ? KKKKKKKKKKK
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Mas como missas também são autorizadas, vai ficar tudo bem.