O FC Porto venceu o Benfica no Estádio da Luz, por 2-0, com golos de Zé Luís e Marega, um em cada parte, anulando dessa forma a desvantagem pontual na Liga e abrindo ao FC Famalicão a possibilidade de se isolar na liderança da tabela, caso vença amanhã o Vitória SC. A vitória portista foi justa, fruto de uma exibição dominadora do ponto de vista de ocupação dos espaços e inteligente na exploração dos contra-ataques.
Os dragões entraram muito bem no jogo, encontrando na constante aproximação da sua linha média em momento defensivo a melhor forma de anular as combinações que os médios do Benfica costumam fazer no espaço interior. Sempre que perdia a bola, Conceição baixava Luís Diaz para a linha de Romário Baró, Danilo e Uribe, fazendo-os jogar sempre muito próximos uns dos outros, fechando as linhas de passe que o Benfica costuma usar para progredir. Não espantou, por isso, que os encarnados tivessem dificuldade em entrar nos últimos 30 metros e, com exceção de um livre de Pizzi, que ficou na barreira, aos 15’, só tenham rematado pela primeira vez aos 41’, num cabeceamento torto de Seferovic, após cruzamento de Rafa na esquerda.
Até aí, foi sempre o FC Porto quem foi dando sinais de maior perigo. Romário Baró obrigou Vlachodimos à primeira defesa da partida, logo aos 8’, quando recuperou à entrada da área uma bola que Marega fizera cruzar toda a área encarnada, sem encontrar Zé Luís. Aos 17’, em contra-ataque, Zé Luís descobriu Diaz e isolou-o na área, mas Rúben Dias, num esforço final, impediu o colombiano de finalizar. A jogada quase se repetiu noutro contra-ataque, aos 21’, mas desta vez o passe de Marega a isolar Zé Luís saiu demasiado longo, obrigando o ponta-de-lança cabo-verdiano a perder tempo e a rematar já em dificuldades para uma boa defesa de Vlachodimos. Na sequência do canto, o FC Porto marcou mesmo: Zé Luís atacou a bola sem lhe tocar, Ferro atrapalhou-se a cortar e, depois de bater nas costas de Rúben Dias, o esférico foi ter com Zé Luís. Solto junto ao poste, este limitou-se a encostar para o 0-1.
Veja aqui o golo do FC Porto:
Até ao intervalo, o Benfica continuou com grandes dificuldades. Baró voltou a ter uma boa ocasião de visar as redes de Vlachodimos, aos 38’, mas chutou sobre a barra. E, um minuto depois, foi a vez de Luís Diaz trabalhar bem sobre Nuno Tavares, cruzando depois rasteiro, mas sem encontrar ninguém que finalizasse. Perante tamanha inferioridade e incapacidade de criar futebol ofensivo, Bruno Lage aproveitou uma lesão de Samaris, minutos antes do intervalo, para chamar ao jogo Taarabt logo após o descanso. O marroquino deu mais alguma qualidade atacante ao meio-campo do Benfica, que nio entanto continuava a sofrer por falta de largura. As primeiras situações de perigo da segunda parte pertenceram, assim, ao FC Porto. Primeiro, quando Luís Diaz chutou de primeira uma bola que sobrou de um corte de Rúben Dias, forçando Vlachodimos a mais uma excelente defesa (48’). E depois na sequência de uma saída do guardião grego, de cabeça, a impedir uma bola de chegar a Diaz, mas a deixá-la à disposição de um adversário, que no entanto não aproveitou (58’), pelo que o lance deu apenas um pontapé de canto.
Só à entrada da última meia-hora, quando Pizzi abriu mais na direita, o Benfica começou a ser capaz de encostar o FC Porto atrás. Os encarnados passaram a cruzar mais, como alternativa a um futebol combinativo pelo meio que não estava a dar resultado. Ainda assim, aos 72’ e sem ser capaz de criar lances de verdadeiro perigo, Bruno Lage chamou Chiquinho, sacrificando De Tomás. Quereria o treinador que a movimentação do português fosse capaz de dar à equipa aquilo que o espanhol nunca deu, numa tarde infeliz. O FC Porto respondeu logo a seguir, refrescando a equipa, com as trocas de Romário Baró e Zé Luís por Otávio e Soares. Sérgio Conceição não queria ver a equipa baixar no terreno e isso viu-se bem no momento de uma perdida incrível de Marega, aos 78’: isolado por Luís Diaz e com tempo para tudo, no frente a frente com Vlachodimos, o maliano chutou ao lado, mostrando todas as suas dificuldades técnicas na definição dos lances.
Lage apertou então, com a troca de Florentino por mais um ponta-de-lança, no caso Vinicius, devolvendo Pizzi ao centro do terreno. E Sérgio Conceição respondeu substituindo um extremo, Luís Diaz, por um lateral, Manafá, ainda que colocando-o mais à frente no campo. Com a subida do Benfica no campo e ainda por cima com Chiquinho por terra – saiu lesionado antes do final, deixando o Benfica com dez homens – o FC Porto passava a ter ainda mais espaço para meter os contra-ataques, chegando ao 2-0 aos 86 minutos na sequência de um deles: Otávio lançou Marega na profundidade e, desta vez, o maliano chutou para golo, ainda que vendo a bola bater no poste antes de entrar.
Veja aqui o segundo golo portista:
Em tempo de descontos, o Benfica ainda fez um golo, por Seferovic, mas este foi anulado pelo árbitro, pelo que o jogo chegou ao fim com os 2-0.
Veja aqui o resumo da partida:
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