Há líder isolado da Liga Portuguesa. O FC Porto distanciou-se do Benfica ao ganhar na receção ao Marítimo por 1-0 com um golaço de Corona (veja aqui o resumo do jogo). Os azuis e brancos ficam assim com dois pontos de avanço sobre os encarnados, que também nesta quarta-feira já tinham empatado 2-2 em Portimão (veja aqui os golos partida) e continuam em crise de resultados.
No rescaldo do jogo, Sérgio Conceição considerou que até foi uma primeira parte equilibrada e que o FC Porto cometeu alguns erros que poderiam ter resultado em golo do Marítimo. Ainda assim, o treinador dos dragões pensa que a equipa poderia ter aumentado a vantagem no segundo tempo e que foi “um resultado justo num jogo difícil”. Conceição voltou a frisar a ideia de jogar sem público nas bancadas, “um ambiente muito atípico para um jogo de futebol”. O timoneiro dos dragões abordou ainda o lançamento de Fábio Vieira em jogo e confidenciou que acredita no futuro da formação. “Não metemos jogadores da formação para parecer bem. (…) Não se pode pedir de um momento para outro que um jogador da formação tem de jogar imediatamente. Depois em vez de estar a lançar um jovem de forma consistente estamos a tirar-lhe confiança. Hoje estavam muitos deles no banco e são muitos com qualidade. Num futuro muito próximo podem ser uma mais-valia. Estou esperançado que num futuro muito próximo a base da equipa do FC Porto possa ser da formação. Não por dificuldade financeira, mas por qualidade.”
Já José Gomes considerou que o Marítimo poderia ter saído do Dragão sem uma derrota, não fosse a ineficácia. “Falar em ineficácia significa que não convertemos aquilo que construímos. Não é expectável ter muitas oportunidades de golo no Dragão e nós tivemos algumas. O resultado não foi o que queríamos, mas a equipa teve um comportamento extraordinário. Um erro posicional da nossa parte, devido à assistência ao Renê, permitiu ao Corona ter espaço para marcar. Na segunda parte subimos as nossas linhas e criámos muitos problemas ao FC Porto, controlando em vários momentos o desenvolvimento do jogo, diante de uma grande equipa, que está numa luta diferente da nossa. Há que destacar a postura extraordinária dos nossos jogadores, não fosse a ineficácia e poderíamos ter levado pontos do Dragão”, referiu o treinador após o jogo.
No que toca ao Benfica, os encarnados entraram a ganhar em Portimão e até chegaram ao intervalo a vencer por dois golos, da autoria de Pizzi e André Almeida. No entanto, o Portimonense respondeu com outros dois golos no segundo tempo por Dener e Júnior Tavares e chegou à igualdade. Este foi o quinto empate consecutivo das águias, que só ganharam um dos últimos dez jogos.
Questionado sobre a continuidade ao leme do Benfica, Bruno Lage manifestou tranquilidade nesse sentido. “Já falei sobre isso. Falei com o presidente, fomos ver o mar, está tudo tranquilo, não há problema nenhum”, disse o treinador dos encarnados após o jogo. No que concerne à maré de maus resultados, o técnico considerou que é natural acontecer algo assim no decorrer do campeonato e quer a equipa a dar a volta à situação. “É olhar para que temos vindo a fazer. Infelizmente não conseguimos vencer. Vai ser um campeonato em que muitas situações destas vão eventualmente surgir, temos de vencer, fazer mais e melhor.”
Relativamente às incidências do encontro, Lage considerou que o Benfica fez uma primeira parte positiva. “Fizemos uma primeira parte muito boa, com bom jogo posicional, quer a atacar, quer a defender, criámos oportunidades de golo, espaços, tudo com a dinâmica que eu pretendia, que não tivemos no jogo com o Tondela.” O treinador apontou a lesão de Jardel como preponderante para o desfecho do jogo e admitiu que queria ver a equipa em busca do terceiro golo. “Na segunda parte a intenção era continuar com essa dinâmica, percebemos que nos últimos cinco minutos o Portimonense alterou a forma de construir e a nossa ideia era manter a equipa subida, a pressionar para não deixar o adversário jogar. Perdendo o Jardel passou a ser mais difícil e de bola parada surgem dois golos que nos penalizam. Devíamos ter mais capacidade para continuar a pressão e com bola ir à procura do 3.º golo.”

No lado do Portimonense, Paulo Sérgio admitiu dificuldades na primeira parte, mas gostou da resposta no regresso dos balneários. “Vimos um jogo diferente de uma parte para a outra. Podíamos estar mais desinibidos do primeiro tempo, a estratégia não funcionou e acabámos por estar aquém do que podemos fazer. Ainda assim, a equipa não esteve assim tão mal. No segundo tempo, o desnível do resultado pode ter alertado os jogadores e acabámos por fazer uma segunda parte fantástica contra uma equipa do nível do Benfica.” Este ponto diante dos encarnados dá confiança ao timoneiro dos algarvios rumo à permanência. “Desde que entrei aqui, disse que vai ser uma luta até à última jornada. Vai ser uma batalha árdua, mas o resultado foi moralizador por ser contra quem é e pela exibição. Faz-nos acreditar no processo. Estou satisfeito a todos os níveis com o que vi aqui hoje.”
Num momento em que cada vez mais campeonatos regressam e que até se fala da possibilidade de Lisboa acolher a fase final da Liga dos Campeões, o António Tadeia comentou no Último Passe desta quarta-feira o desconfinamento bipolar e esquizofrénico que vivemos no país. Isto porque Marcelo Rebelo de Sousa considera isso “uma boa notícia” para Portugal, enquanto Graça Freitas continua a puxar o travão de mão à presença de público nos estádios. Pode ler aqui o texto. Já no Futebol de Verdade, o António Tadeia abordou a reentrada do FC Famalicão em zona europeia, assim como as antevisões aos compromissos de FC Porto e Benfica desta noite. Veja aqui a mais recente edição e lembre-se que o FDV vai para o ar de segunda a sexta-feira às 12h30 nas redes sociais.
Ainda nesta quarta-feira, a tarde começou com um empate 2-2 entre Vitória FC e Santa Clara no Bonfim, com as duas equipas a aparentarem tranquilidade rumo à permanência. Veja aqui os golos e resumo do jogo. Em solo alemão, o Bayern Munique carimbou a presença na final da Taça ao vencer o Eintracht Frankfurt, de André Silva, por 2-1. Os bávaros vão defrontar o Bayer Leverkusen na final da competição. Veja aqui os golos da partida.
O Sporting só entra em campo na sexta-feira quando receber o FC Paços de Ferreira. Rúben Amorim continua a ter duas baixas para a partida da 26ª jornada do campeonato: Luiz Phellype e Joelson seguem as recuperações das respetivas lesões. O emblema leonino volta a treinar na quinta-feira a partir das 10h00, com a conferência de imprensa de Amorim marcada para as 18h00.
Defendi falhou a vitória do FC Famalicão sobre o Gil Vicente na terça-feira por acusar positivo ao teste de Covid-19. Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, explicou porque deram indicações para o guarda-redes não jogar. “Tudo indica que ele não estará infecioso, ao que se sabe hoje. Mas há algum grau de incerteza. Nós pensamos que estas pessoas que já tiveram a doença, que depois tiveram testes negativos, que tiveram alta, não transmitirão [a doença], mas o certo é que no último teste de facto estava positivo. Depois de uma primeira tendência para deixar o jogador jogar, (…) pelo princípio da precaução preferimos que um positivo não jogue. Quando há incerteza científica é preferível agir com toda a cautela”, referiu. No início de maio, Defendi tinha sido um dos jogadores do Famalicão a contrair Covid-19. Desde então já tinha testado negativo e até defrontou o FC Porto, a 3 de junho. Na segunda-feira o teste deu inconclusivo, ao passo que o realizado na terça-feira já deu positivo.
Gelson Martins confidenciou ter ficado em choque quando soube que o castigo que lhe tinha sido aplicado por empurrar um árbitro foi prolongado até novembro. O internacional português acredita que mereceu ser sancionado, mas mostrou-se contra o aumento do castigo, que aconteceu devido às competições estarem dadas por terminadas em França “Achei que uma suspensão de seis meses era muito. Mas compreendi e aceitei. Mas depois, não compreendi que o castigo passasse de seis meses para quase dez. Foi um choque”, disse o jogador do AS Mónaco em entrevista ao L’Équipe.

“Entendo que o que eu fiz não é certo. Sou pai e tenho vergonha por os meus filhos verem as imagens. Fui punido severamente e aceito. Mas quando percebo que, quando todos voltarem a jogar, eu não vou poder fazê-lo, isso deixa-me triste”, acrescentou ainda Gelson antes de dar conta dos motivos que o levaram a fazer tal gesto. “Estava num mau momento, tinha muita coisa na cabeça, problemas para resolver em relação à minha situação no Sporting [testemunhou em tribunal no processo do ataque à Academia]. Não andava a sentir-me bem. Quando aconteceu, não me reconheci. É algo que nunca pode acontecer. No final da partida, fui pedir desculpas ao árbitro e expliquei tudo”, concluiu Gelson.
De Espanha chegam notícias sobre uma polémica envolvendo Nélson Semedo, isto quando o campeonato regressa já na quinta-feira. De acordo com o canal espanhol Cuatro, o lateral do FC Barcelona esteve numa festa de aniversário com mais de 20 pessoas, sendo que os catalães apenas permitem ajuntamentos de 15 pessoas, no máximo. Para além disso, as recomendações da Liga Espanhola apontam para que os futebolistas se limitem ao convívio com pessoas com as quais vivem.
Por falar no país vizinho, o presidente do Atlético Madrid tem uma solução curiosa caso porventura não se consiga jogar o que falta da Champions, numa altura em que Lisboa é falada como possível palco da fase final da competição. “Ainda há algumas eliminatórias por jogar, os quartos de final, as meias-finais e a final. Nós percebemos a tentativa da UEFA em centralizar todos estes jogos numa cidade. Nada é certo ainda, e até ser oficial é só falar por falar. No caso hipotético de a competição não ser jogada devido ao coronavírus, o campeão devia ser quem venceu o anterior campeão”, disse Enrique Cerezo em declarações ao Mundo Deportivo. Não é de estranhar tendo em conta que o Atleti já eliminou o Liverpool FC nos oitavos.