O Sporting foi o clube mais ativo no último dia da janela de transferências, tendo vendido Thierry Correia e Raphinha, ao mesmo tempo que reforçava as opções para o ataque, com três jogadores que chegaram por empréstimo: Jesé, Yannick Bolasie e Fernando. No entanto, olhando o passado recente, os emprestados que chegaram aos grandes do nosso futebol no último dia de mercado não têm tido sucesso, ainda que toda a regra tenha a sua exceção.
Em particular, jogadores que chegaram a Portugal em circunstâncias semelhantes às de Jesé e Bolasie, com a expectativa de que aqui poderiam regressar ao seu melhor nível, têm sido uma desilusão. Lazar Markovic, emprestado ao Sporting pelo FC Liverpool em 2016; Gabriel Barbosa, emprestado pelo Inter Milão ao Benfica em 2017; e Riechedly Bazoer, emprestado pelo VfL Wolfsburgo ao FC Porto em 2018, chegaram por empréstimo no último dia de mercado e, em janeiro, já estavam a abandonar o nosso país, rumo a novo empréstimo. Douglas, o lateral que chegou ao Benfica por empréstimo do FC Barcelona, fez toda a temporada 2017-18 na Luz sem nunca se impor e na época seguinte já estava novamente emprestado, dessa feita ao Sivasspor, da Turquia.
Em circunstâncias algo diferentes chegou Paulinho, emprestado pelo Fluminense ao Sporting a 31 de agosto de 2017. O jovem brasileiro, que tinha então 20 anos acabados de fazer, foi integrado na equipa B nessa primeira época e, depois, na equipa sub-23, na época passada, mas não convenceu os responsáveis do Sporting a acionar a cláusula de compra, tendo partido este verão para o Boavista. Há, no entanto, um caso recente que poderá dar esperança aos sportinguistas: Miguel Layún. O mexicano chegou ao FC Porto por empréstimo do Watford, em 2015-16, e não demorou a impor-se, de tal modo que os portistas decidiram mesmo contratá-lo por 6 milhões de euros no final da temporada.
O caso de Layún é a prova de que os empréstimos de última hora podem resultar e será essa a esperança dos dirigentes leoninos ao apostarem em Jesé, Bolasie e Fernando, no entanto, o passado recente mostra que Layún é a exceção e não a regra. Veja os registos dos emprestados de última hora que chegaram aos grandes portugueses nos últimos cinco anos e recorde o seu percurso antes e depois de por cá passarem.


Riechedly Bazoer (FC Porto)
Depois de duas épocas (2014-15 e 2015-16) de muita utilização no Ajax, foi contratado pelo VfL Wolfsburgo. No entanto, teve pouco espaço para jogar na Alemanha e, por isso, foi emprestado ao FC Porto. Não teve sucesso por cá e, depois de metade da época praticamente sem jogar, em janeiro já estava de regresso ao seu país de origem, por empréstimo ao FC Utrecht, onde conseguiu voltar a ter minutos de jogo. Atualmente é jogador do Vitesse.
Gabriel Barbosa (Benfica)
Brilhou no Santos em 2014, 2015 e 2016, a ponto de convencer o Inter Milão a contratá-lo. Em Itália nunca se afirmou e chegou ao Benfica por empréstimo, apenas com um golo marcado pelos milaneses. No Benfica não fez melhor. Conseguiu apenas um golo, frente ao Olhanense, em jogo da Taça de Portugal, antes de ser enviado de volta para o Brasil, logo em janeiro. De regresso ao Santos, voltou a mostrar porque lhe deram a alcunha de Gabigol, que continua a justificar no Flamengo de Jorge Jesus. O seu passe continua a pertencer ao Inter.
Douglas (Benfica)
Destacou-se no São Paulo, ainda que mesmo aí nunca tenha chegado a convencer todos os adeptos, e foi contratado pelo FC Barcelona no verão de 2014. Depois de duas temporadas com muito pouco tempo de jogo nos catalães, foi emprestado ao Sporting Gijón, onde fez uma boa época, convencendo o Benfica a apostar no seu empréstimo para a temporada seguinte. Nunca conseguiu verdadeiramente disputar a titularidade com André Almeida e partiu, no ano seguinte, rumo a novo empréstimo, desta feita no Sivasspor da Turquia. Atualmente, é jogador do Besiktas.
Paulinho (Sporting)
Paulinho chegou ao Sporting por empréstimo do Fluminense no último dia do mercado de 2017, com 20 anos acabados de fazer, e o seu caso é diferente dos outros apresentados, por ter sido um reforço para a equipa B leonina. Ainda assim, não se pode considerar que o empréstimo tenha sido um sucesso. É que, apesar de até ter sido bastante utilizado, primeiro na equipa B (em 2017-18) e, depois, na equipa sub-23, na temporada passada, o Sporting decidiu não acionar a opção de compra, permitindo que o jogador rumasse ao Boavista, onde vai atuar esta temporada.
Markovic (Sporting)
Markovic teve grande impacto na Liga Portuguesa, quando chegou para representar o Benfica em 2013, vindo do Partizan, convencendo o FC Liverpool a avançar para a sua contratação. No entanto, não convenceu em Inglaterra, apesar de até ter sido utilizado em bastantes jogos (34). Um ano depois, já estava emprestado ao Fenerbahçe, a tentar reencontrar a forma que exibira em Portugal e, no último dia de mercado do verão de 2016, chegou ao Sporting, gerando um grande entusiasmo a que nunca conseguiu corresponder, apesar de até ter sido muitas vezes aposta de Jorge Jesus. Em janeiro já estava a deixar o clube, rumo a novo empréstimo, no Hull City, então de Marco Silva. Esta época está de regresso ao Partizan.
Layún (FC Porto)
Layún é a exceção. Chegou ao FC Porto por empréstimo do Watford e rapidamente ganhou a titularidade, tendo participado em 41 jogos e marcado seis golos, na temporada 2015-16, o que levou o clube a pagar 6 milhões de euros pelo seu passe. A temporada seguinte não foi tão positiva, também devido à chegada de Alex Telles, mas, ainda assim, Layún participou em 25 jogos e marcou três golos. Atualmente, está de regresso ao seu país natal, onde representa o Monterrey.