Três minutos de Vietto, na primeira parte, a garantirem dois golos a Jesé e Acuña, e um erro de Miguel Silva, no segundo tempo, a permitir o golo de Coates que travou a tentativa de recuperação minhota, valeram ao Sporting um importante triunfo por 3-1 sobre o Vitória SC e a subida ao quarto lugar da Liga, ainda que a sete pontos dos líderes, FC Porto e Benfica. Foi uma vitória nascida do oportunismo e da eficácia de uma equipa ainda longe de encontrar a sua melhor cara, perante um adversário que teve mais bola e passou muito mais tempo a rondar a baliza de Renan, mas que falhou imenso quando se tratava de finalizar e por isso mesmo só conseguiu um golo, por intermédio de Léo Bonatini.
O jogo começou em grande ritmo, com as duas equipas a mostrarem que queriam chegar depressa à baliza adversária e com três lances de perigo nos primeiros três minutos. Logo a abrir, Davidson ganhou a linha de fundo na esquerda e cruzou para a finalização de André Almeida, que à entrada da pequena área, desviou para fora. Na resposta, foi a vez de Rosier chegar à linha de fundo e cruzar para um toque de calcanhar de Bruno Fernandes, que Miguel Silva defendeu. E antes que o jogo arrefecesse, aos 3′, foi a vez de Jesé ganhar posição de remate na meia direita, fazendo a bola passar por cima da barra da baliza vitoriana.
As coisas, porém, tendiam a acalmar, pois não era possível continuar nesta vertigem permanente. O Sporting, arrumado em 4x3x3, pausava muito o início da construção, o que naturalmente arrefecia o ritmo de jogo. Além disso, a enorme mobilidade ofensiva da sua linha atacante (Jesé, Bolasie e Vietto, sem posições de referência) deixava muitas vezes a equipa leonina exposta em momentos de transição e até de organização defensivas, o que motivava que os minhotos ganhassem a maioria das segundas bolas e fossem capazes de virar sucessivamente o jogo para o lado da área de Renan. Ainda assim, apesar dos muitos lances em que as camisolas brancas ganhavam os corredores laterais e cruzavam, faziam-no sem grande perigo. E, nisto, foi o Sporting que marcou, aos 29′, em puro lance de contra-ataque.
Tudo começou numa recuperação de bola de Bruno Fernandes à saída da sua área. Mikel derrubou o capitão leonino em falta (e por isso viu o cartão amarelo), mas Vietto não foi na cantiga e seguiu com o jogo. Acelerou por ali a fora, aproveitando o facto de Soares Dias ter dado a vantagem, e no momento exato libertou para Jesé, que o VAR veio a provar estar em jogo por 34 centímetros. Isolado na cara de Miguel Silva, o espanhol driblou-o e marcou o seu primeiro golo português. Pode ver aqui o lance:
A ganhar com alguma surpresa, o Sporting não descansou e, três minutos depois, voltou a marcar, outra vez com grande influência de Vietto. Tudo começou num passe longo de Tapsoba, na esquerda, a tentar variar o flanco. Acuña ganhou a bola no ar e entregou-a ao seu compatriota, que ultrapassou Venâncio e, outra vez no momento exato, lha devolveu para o golo. Curioso o facto de Acuña ter marcado entre o guarda-redes e o poste, pois Miguel Silva começou por fazer-se à possibilidade de um cruzamento para o meio da área. Veja aqui o golo de Acuña:
Os dois golos não atordoaram o Vitória SC, que continuou a fazer o seu jogo. Ivo Vieira viu do banco como Davidson, o melhor dos vimaranenses, acertou no poste, aos 37′, depois de ter visto Coates cortar o que era um passe seu para Bonatini. Um minuto depois, em vez de chutar, o extremo esquerdo do Vitória atrasou para Lucas, que em excelente posição atirou ao lado da baliza de Renan. Era a prova de que o Vitória não desistia de levar pontos de Alvalade.
A segunda parte, porém, podia ter começado com o terceiro golo leonino. Acuña recuperou a bola no confronto com Edwards, esta chegou a Eduardo que a colocou à frente de Bruno Fernandes. O capitão leonino chutou, Miguel Silva defendeu, mas a bola seguiu caprichosamente em direção à linha de golo, de onde Venâncio a cortou para canto. Soares Dias ainda foi chamado ao monitor pelo VAR, porque no afã de chegarem à bola, Bruno Fernandes e o guarda-redes vitoriano colidiram, mas o árbitro acabou por julgar o contacto regular e mandou seguir o jogo.
Ivo Vieira chamou então ao jogo João Carlos Teixeira, para substituir André Almeida, e o jogo do Vitória SC ganhou qualidade. O próprio João Carlos esteve perto do golo, aos 64′, quando se virou à entrada da área e, em boa posição, chutou a rasar o poste. E, quando Jorge Silas já preparava a entrada em campo de Borja, para resistir às ofensivas do adversário, este marcou mesmo. Houve muita passividade da defesa leonina, primeiro no cruzamento original de Florent, depois na forma como Davidson recuperou a bola no interior da área e fez novo cruzamento, que Acuña intercetou mas apenas para desviar a bola do seu próprio guarda-redes, permitindo a Leo Bonatini fazer um golo fácil. Pode conferir aqui o lance:
Com apenas um golo de vantagem, Silas trocou Vietto (surpresa a sua saída, pelo que rendeu…) por Borja e adiantou Acuña de lateral para extremo. Mas o Vitória SC passou a acreditar mais na possibilidade de ainda tirar algo mais do jogo e esteve mesmo perto do 2-2 por três vezes. Primeiro num tiro de Davidson, de longe, que Renan defendeu (aos 68′), depois num remate de Mikel à entrada da área, que desviou num leão e saiu para fora (aos 70′) e, por fim, num tiraço sem preparação de Davidson que passou mesmo a rasar a barra (aos 71′). Foi já com Luís Phellype em campo (substituiu Jesé) que o Sporting marcou, aos 74′. Acuña bateu um livre lateral para a área, Coates cabeceou em direção à baliza, onde Miguel Silva defendeu mas não segurou, permitindo a recarga bem sucedida ao uruguaio. Veja aqui como o Sporting acabou com o jogo:
Até final, Ivo Vieira ainda tentou tudo, com as entradas de Rochinha e André Pereira. Do outro lado, Silas aproveitou para estrear o júnior Rodrigo Fernandes. Mas o resultado, esse, já não se alterou, conforme pode conferir no resumo do jogo: