Um golo de Pepe, em carambola, a cinco minutos do fim, valeu ao FC Porto um suado empate (1-1) frente ao Marítimo, no Funchal. Os madeirenses tinham-se adiantado ainda no primeiro tempo, por Bambock. Ambos os golos nasceram em pontapés de canto, única forma de se chegar à baliza numa partida globalmente mal jogada, na qual os portistas atacaram muito mais mas raramente o fizeram bem. Acabaram por isso justamente punidos com a perda de dois pontos.
Sérgio Conceição repetiu o onze que tinha ganho por 3-0 ao FC Famalicão, naquele misto de 4x3x3 com 4x2x3x1 que soltava Otávio para o apoio a Soares e procurava a pressão sobre a saída de bola do adversário, mas este não lhe apresentou os mesmos desafios que o ex-líder. Defensivamente disposto em bloco baixo, com um dos pontas-de-lança (Maeda) a baixar para fechar o corredor direito, permitindo que Edgar Costa se juntasse a Bambock e Pelágio no espaço interior, a equipa de Nuno Manta Santos não guardava a bola por muito tempo em zonas atrasadas, iludindo desse modo aquela primeira pressão portista. E se isso não lhe permitia chegar com qualidade à frente, também não deixava a linha mais recuada tão exposta. E a verdade é que na primeira parte foram poucas as vezes em que o FC Porto encontrou espaço para ameaçar as redes de Amir.
A primeira, logo aos 6′, surgiu numa bola parada: um canto de Corona que chegou ao centro da área, para um cabeceamento de Mbemba. Só que, mesmo à vontade, o congolês atirou na direção do guarda-redes iraniano, que defendeu. O jogo estava rápido e os cantos apareciam dos dois lados. E, do outro, o Marítimo aproveitou para marcar. Foi logo aos 11′: Correa bateu o canto na esquerda, Pelágio cabeceou ao primeiro poste, Danilo aliviou e, à entrada da área, Bambock apanhou a bola no ar para, de primeira, acertar um balázio de pé direito que Marchesin não conseguiu parar. Veja aqui a forma como o Marítimo se adiantou:
O FC Porto tinha mais bola, mais iniciativa de jogo e jogava quase sempre no meio-campo adversário, mas sofria para criar lances de golo: prova disso é que chegou ao intervalo apenas com cinco remates. Conseguiu um, em bola corrida, aos 19′, quando Uribe lançou Corona, este cruzou para Díaz, que exigiu a Amir uma defesa difícil a dois tempos. Depois, até ao intervalo, só em bolas paradas os dragões voltaram a ameaçar o guardião maritimista: Uribe, por exemplo, surgiu a cabecear um livre lateral de Corona, aos 44′, mas não o fez da melhor forma, pelo que o iraniano até pôde parar a bola só com uma mão.
A segunda parte começou com o Marítimo a tentar abrandar o ritmo de jogo e o FC Porto a procurar a intensidade mas sem mostrar soluções para abrir a organização defensiva do adversário. Não espantou, pot isso, que os dois primeiros lances dignos de nota tenham aparecido em bolas paradas. Aos 49′, Correa bateu um livre contra a barreira e a bola chegou enrolada a Marchesin, que se limitou a repeli-la, quase a deixando à mercê da recarga de dois adversários, que porém estavam demasiado adiantados. Dois minutos depois, foi a vez de Corona, também de livre direto, visar as redes de Amir. O mexicano, contudo, fez a bola subir demasiado e passar sobre a barra.
A falta de soluções portista esteve bem à vista aos 57′, quando Pepe pegou na bola e, do meio do meio-campo adversário, chutou rasteiro e torto. Impunha-se que Sérgio Conceição mexesse na equipa e foi isso que ele fez, aos 60′, quando trocou Uribe por Zé Luís, passando a equipa para 4x4x2. Manta Santos respondeu imediatamente, com a saída de Nequecaur e a entrada de Marcelinho, assumindo o 4x5x1, com Edgar Costa por dentro, Marcelinho aberto na direita e o veloz Maeda como ponta-de-lança, para tentar explorar o adiantamento portista. Só que o FC Porto nem se ficou por aqui: ainda Marcelinho não tinha começado a suar e já Mbemba dava lugar a Nakajima. O 4x4x2 portista ficava ainda mais ofensivo, com Corona a lateral direito, Díaz e Nakajima a alternarem nas duas extremas, Otávio pelo meio e Zé Luís perto de Soares na frente.
As modificações começaram a notar-se logo aos 68′, quando Nakajima surgiu na direita para tabelar com Corona e este ganhou espaço na linha de fundo, ainda que o seu cruzamento tenha sido depois desviado para canto por Grolli. Um minuto depois, foi a vez de Corona lançar Diaz para o mesmo espaço, nas costas de Fábio China, mas também o cruzamento deste foi desviado para canto, por Bambock. Foi ai que o Marítimo conseguiu meter um par de contra-ataques e ganhar três cantos seguidos, para respirar um pouco. Manta Santos aproveitou então, aos 79′, para chamar ao jogo Rodrigo Pinho, sacrificando Correa e, para evitar perder tempo, Sérgio Conceição trocou num ápice Díaz por Alex Telles – Corona voltou a subir no terreno e Manafá passou para a direita.
O jogo estava cada vez mais em cima da baliza de Amir, mas sem que o FC Porto conseguisse ameaçar verdadeiramente o iraniano. Até que, aos 84′, chegou o golo do empate. Foi num canto da direita, batido por Alex Telles. Pepe saltou com Amir, ambos falharam a bola, Soares surgiu nas costas e cabeceou contra o colega, fazendo a bola seguir em direção da baliza. Grolli ainda cortou sobre a linha, mas Jorge Sousa considerou que a bola já tinha cruzado a linha de golo. Avalie aqui o lance:
Até final, o FC Porto carregou em busca da vitória. Danilo, aos 90+1′, Zé Luís, aos 90+2′, conseguiram finalmente o espaço para finalizar na área, mas se o primeiro o fez sobre a barra, de cabeça, o segundo não conseguiu desviar a bola da mancha feita pelo guarda-redes maritimista.
Reveja aqui o resumo do jogo: