Dois golos de De Tomás e Vinicius, já na segunda parte, permitiram ao Benfica vencer por 2-1 o FC Vizela, em partida dos 16 avos de final da Taça de Portugal, que os campeões nacionais tinham começado muito mal. Samu marcara ainda muito cedo o 1-0 para os da casa, numa primeira parte que o Benfica falhou por completo. Só no segundo tempo, beneficiando do desgaste a que foi submetido um adversário reduzido a dez homens desde os 26′, por expulsão de Ericson, e da entrada de mais gente para a frente é que o Benfica virou o marcador.
O início da partida ficou marcado pela diferença de atitude das duas equipas: mais passivo o Benfica, permitindo espaço entre setores e demorando a chegar a cada bola, muito agressivo e quase sempre mais rápido sobre a bola o FC Vizela. Isso permitia aos jogadores da equipa minhota, organizados em 4x3x3, mas com Samu sempre muito solto nas ligações ao ponta-de-lança, invadirem o espaço defensivo do campeão nacional com frequência, aproveitando o espaço e a tardia reação adversária para acumular finalizações da entrada da área. Foi assim, de resto, que o FC Vizela chegou ao golo, bem cedo: aos 6’, Samu passou por Gabriel e, antes que Jardel sequer se aproximasse, chutou rasteiro, fazendo a bola entrar junto ao poste da baliza de Zlobin. O guarda-redes pareceu mal batido e queixou-se depois de não ter visto a bola partir. Veja aqui o golo do FC Vizela:
O Benfica só conseguiu a primeira finalização aos 11’… e de bola parada. De livre, Grimaldo chutou sobre a barra da baliza de Cajó. Os encarnados estavam no seu 4x4x2 habitual, com Samaris ao lado de Grimaldo no meio-campo e com Jota (na esquerda), e De Tomás (na frente, apoiado por Chiquinho) como outras surpresas no onze. E o avançado espanhol foi quem mais vezes tentou rematar durante a primeira parte, ainda que sempre sem sucesso: inaugurou a sua série de tentativas aos 12’, de longe, depois de um erro de Cajó na saída de bola, mas o remate saiu ao lado. Voltaria a tentar aos 14’, após jogada de Jota, e aos 17’, na sequência de canto de Pizzi, mas sempre com remates mal enquadrados. Por outro lado, mesmo metendo mais chispa na frente, o Benfica continuava a dar espaço atrás e por pouco não encaixava o segundo, aos 15’, quando Samu voltou a libertar-se da marcação e, da entrada da área, atirou ao lado.
A agressividade dos minhotos, porém, acabou por ter consequências nefastas. Ericson, o mais defensivo dos médios do conjunto nortenho, viu um amarelo aos 20’ e um segundo aos 26’, ambos por faltas grosseiras. Reduzido a dez homens, o FC Vizela passou a um 4x4x1, com Diogo Ribeiro mais só na frente, mas pedido aos dois alas, Kiko e Cann, que esticassem mais e voltassem para compor o meio-campo. O Benfica, por sua vez, começava a meter mais gente na frente e a criar dificuldades à defensiva adversária, ainda que continuando a mostrar-se incapaz de acertar na baliza. Aliás, depois da expulsão de Ericson, a primeira sensação de perigo aconteceu junto à baliza de Zlobin quando, depois de um canto a favor dos encarnados, aos 27’, os minhotos recuperaram a bola e chegaram à frente numa situação de três para dois, que Cann desperdiçou chutando para defesa fácil de Zlobin.
O primeiro remate do Benfica enquadrado com a baliza aconteceu apenas aos 41’, e veio da bota direita de André Almeida, após canto na esquerda. Cajó defendeu sem problemas. Por essa altura já Vinicius aquecia e adivinhava-se que a segunda parte traria alterações na equipa do Benfica. Assim aconteceu, com a saída de Samaris e a entrada do avançado, baixando Chiquinho para a direita do meio-campo. Foi Chiquinho, aliás, quem teve a primeira grande ocasião de golo do Benfica, aos 51’, quando recuperou uma bola na meia-lua e a bateu um pouco ao lado da baliza de Cajó. O lance, contudo, não teve sequência imediata, pois o FC Vizela continuava bem organizado, ainda que cada vez mais encostado atrás e com mais dificuldade para cruzar a linha de meio-campo com bola. Já com Fall em vez de Diogo Ribeiro na frente, o FC Vizela só respirava quando Cann pegava na bola e a levava para zonas mais cómodas.
Vinicius teve a primeira oportunidade de visar as redes de Cajó aos 55’, de cabeça, após cruzamento de André Almeida, mas estava a ser incomodado e o remate saiu fraco e fácil para o guarda-redes. Aos 67’, Lage abdicou de Gabriel, fazendo entrar Caio Lucas e passando a ter um centro de jogo formado por Pizzi e Chiquinho, com Jota na direita e o recém-entrado na esquerda. E aos 70’ o Benfica chegou mesmo ao empate. Jota trabalhou bem sobre o lateral esquerdo adversário e meteu a bola rasteira entre a linha defensiva e o guarda-redes, onde apareceu De Tomás a encostar com facilidade. Repare como foi o golo do empate encarnado:
Adivinhava-se a avalanche benfiquista em busca do golo da vitória. E, ainda que a primeira situação de perigo após o empate tenha aparecido na baliza de Zlobin, quando Fall chegou atrasado a um cruzamento de Kiko, aos 70’, no minuto seguinte Grimaldo deu sinal de que os encarnados queriam mesmo evitar o prolongamento, acertando na barra da baliza de Cajó com um remate de fora da área. Álvaro Pacheco trocou então Samu por Landinho, de forma a refrescar a zona de meio-campo, mas o Benfica estava claramente por cima. Jardel e Ferro, aos 75’, quando faziam o 2-1: o primeiro, de cabeça, após um canto, viu Kiki salvar quase em cima da linha o que parecia ser um golo cantado; o segundo chutou depois de fora da área, com potência mas do lado de fora do poste da baliza de Cajó.
Vinicius voltou a ameaçar aos 79’, obrigando Cajó a grande defesa com um cabeceamento colocado após excelente cruzamento de Caio Lucas. O guarda-redes do Vizela voltou a ser preponderante aos 81’, quando Jota recuperou um amorti de De Tomás e chutou rasteiro para Cajó. E repetiu a defesa aos 83’, segurando um tiro rasteiro de André Almeida. O lateral direito estava particularmente ativo em termos de finalização e, aos 85’, voltou a recuperar uma bola à entrada da área, chutando desta vez muito alto. E o golo da vitória encarnada chegou mesmo aos 86’, por intermédio de Vinicius. O ponta-de-lança recebeu a bola de Caio Lucas, que lha deu de primeira, ganhou em velocidade a Aidara e bateu Cajó sem dificuldade. Estava resolvido um problema que chegou a parecer muito complicado, muito por força de uma primeira parte quase nula. Veja aqui o golo da vitória do Benfica: