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Da glória do Super Dépor às lágrimas do abismo

Fernando Gamito por Fernando Gamito
Julho 26, 2020
11 min de leitura
Da glória do Super Dépor às lágrimas do abismo
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A história do Deportivo Corunha é de ascensão, lágrimas, glória, festejos, projeção europeia e travessia no deserto, que culminou agora com a queda ao abismo que é o terceiro escalão do futebol espanhol. Para quem se lembra do Super Dépor dos anos 90, uma equipa que que conquistou o título espanhol na viragem do século, fica difícil perceber como tudo pôde mudar tão rapidamente. As gentes da Galiza que um dia viram o seu clube ser David para os Golias que eram FC Barcelona e Real Madrid, ficam a partir de agora privadas dos tempos áureos de outrora com uma descida de divisão que ficou marcada por polémica e que o próprio Deportivo já contestou. Longe vão os dias de Bebeto, Mauro Silva e Fran, Rivaldo, Flávio Conceição e Renaldo, ou de Makaay e Djalminha no Riazor, tudo concretizado pelo obreiro Augusto César Lendoiro, cuja história se confunde com a do Deportivo.

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Foi na passada segunda-feira que o Deportivo viu confirmada a descida ao terceiro escalão espanhol e até mesmo sem entrar em campo. A receção dos galegos ao CF Fuenlabrada, da última jornada da Segunda Liga Espanhola (para a qual o conjunto de Corunha entrava ainda com possibilidades de permanência, mas sem depender apenas de si próprio), teve de ser adiada por vários casos positivos de Covid-19 no clube da província de Madrid. As restantes partidas realizaram-se e com o somatório dos resultados, ficou impossível a manutenção para o Deportivo, que ainda assim quer ver repetida a derradeira ronda, pois considera que se trata de uma “violação dos princípios da competitividade, igualdade e do fair-play”, pelo facto de todos os encontros não se terem realizado no mesmo dia e horas. “O que foi feito foi errado. As últimas duas jornadas são disputadas sempre à mesma hora e isso acontece por alguma razão”, referiu Richard Barral, diretor desportivo da equipa, em conferência de imprensa na terça-feira.

A resposta por parte das instâncias que gerem os campeonatos espanhóis foi destacadamente negativa. “Evidentemente não se vai repetir”, atirou Javier Tebas, presidente da La Liga, em relação à última ronda do segundo escalão. O dirigente recordou que o organismo já tinha avisado “há três ou quatro semanas” para a possibilidade de que com a pandemia “ser dado o alarme e poder dar-se um problema em algum jogo”.

No entanto, o Deportivo ainda se sente de Segunda Liga, tal foi o sentimento ecoado pelo treinador Fernando Vázquez. “Estou convencido que somos equipa de Segunda, é de justiça. Vamos tentar que se anule a jornada. Voltar a jogá-la parece materialmente impossível e aqueles que se enganaram devem pagar as consequências. Há provas de que a competição está adulterada. E quem tomou essa decisão deve ter capacidade para dar um passo atrás”, referiu o técnico em conferência na quinta-feira. Vázquez considera que aumentar o segundo escalão de 22 para 24 equipas seria a solução ideal a adotar. “Só uma pessoa pensa que em Espanha (o segundo escalão) não pode ser de 24 equipas. Em Espanha há clubes e capitais de província com capacidade para ter uma equipa na Segunda. Aliás, o Championship em Inglaterra acaba em maio. Assim, porque não 24 clubes? Até mesmo sempre com 24, porque há equipas com capacidade. É uma decisão política. Dizem que poderia haver um problema com as divisões dos direitos televisivos, mas penso que quanto mais jornadas melhor para as televisões também. É uma questão de vontade”, rematou Fernando Vázquez.

Enquanto o Deportivo está nestas andanças de tentar alterar aquilo que parece irremediável, há quem lamente a queda de um histórico a proporções tão baixas. Bruno Gama passou por Corunha entre 2011 e 2013 e depois de 2016 a 2017 e mostrou-se incrédulo com o que aconteceu ao Deportivo. “O que me deixa mais triste é saber que as pessoas provavelmente estão a sofrer. Já passaram dois anos desde que saí de lá, mas o sentimento que tenho pelo clube é muito forte, passei lá dos melhores momentos da minha carreira. Estou bastante triste com esta situação. Se a descida acontecer, claro que é um choque muito grande. Ninguém poderia esperar uma coisa destas de uma instituição como o Deportivo. Deve estar a ser muito complicado lidar com esta situação…”, disse o extremo do Aris em declarações à agência Lusa.

Com um nome que carrega mais nostalgia no Deportivo, Djalminha ainda não assentou bem a ideia de que os galegos vão jogar na Segunda Divisão B espanhola. “Ainda não acredito, estou muito triste com o que aconteceu”, começou por referir a antiga glória brasileira à Marca. Ainda assim, é de coragem a mensagem transmitida pelo ex-internacional brasileiro. “Nestas circunstâncias é difícil dar ânimo aos desportistas, mas força ao clube para que se reconstrua e crie uma boa estrutura para voltar à elite. Esta equipa deve estar rapidamente no primeiro escalão e disputando os lugares que merece, não apenas a tentar a permanência. A Segunda B vai ser muito complicada. É muito difícil estar nesse escalão, mas o Deportivo nunca vai abaixo e estou seguro de que voltaremos”, destacou Djalminha, campeão espanhol pelo Deportivo em 2000, naquela que foi a recompensa pelo trabalho levado a cabo por um presidente que queria fazer frente ao poder da capital e da Catalunha.

Augusto César Lendoiro, presidente do Deportivo entre 1988 e 2014.

Lendoiro, o implacável negociador com olho para o Brasil

Foi em 1988 que a história do Deportivo começou a mudar e nesse ano poucos aguardavam aquilo que estava por vir. Depois de passagens pela presidência do Ural, um clube amador da Galiza, e o HC Liceo, equipa de hóquei em patins, na qual conquistou vários troféus espanhóis e europeus, Augusto César Lendoiro tornou-se líder do Deportivo. A verdade é que Lendoiro nem se mostrava muito tentado a pegar no leme do clube, que na altura tentava não cair da Segunda Divisão B e contava com uma dívida a rondar os três milhões de euros. O dirigente acabou por assumir a presidência sem serem sequer necessárias eleições… bastou o apoio de cerca de 1500 assinaturas. E como um anjo caído do céu apareceu num momento de desespero para salvar um clube da ruína e erguê-lo até voos nunca dantes conhecidos.

Passados três anos, em 1991, já o Deportivo estava de regresso à Liga Espanhola, onde já não andava desde 1973, e juntou a isso a criação de uma SAD. Lendoiro recorreu a Arsenio Iglesias, um homem da casa e com vida de Deportivo, para ser o treinador da equipa. Como qualquer emblema que acaba de subir ao principal escalão, é expectável que na mente esteja a permanência acima de tudo, mas o presidente tinha olhos e barriga para muito mais que isso. “Em 1991, nós subimos e diante de 20 mil pessoas na Plaza María Pita, eu disse: ‘Barcelona, Real Madrid… nós estamos aqui’. Todos se riram de mim, diziam que eu era maluco. Mas foi um presságio. De 1993 a 2005 lutámos contra eles de igual para igual”, chegou a referir Lendoiro.

Essa profecia acabou por ser completada, mas não logo, pois na primeira temporada teve de assegurar a manutenção apenas no play-off de descida/subida. Em 1992/93 é que o mundo dos galegos deu uma volta total. Tudo começou com duas contratações que poderiam ser muito bem inexplicáveis naquele tempo. É certo que Bebeto e Mauro Silva, em 1992, ainda não eram tão conhecidos no desporto rei como acabaram por ser. No entanto, a aquisição de ambos chocou meio mundo e tudo por culpa de Lendoiro. Reza a lenda que o presidente viajou até ao Brasil para falar com Bebeto e que convenceu a mulher do ex-futebolista de que as praias na Corunha eram parecidas às de Copacabana, ao invés da Alemanha, onde o frio faria com que não fossem tão felizes – Bebeto teria acordo quase assinado com o Borussia Dortmund. A estratégia de Lendoiro funcionou, para gáudio do povo da Corunha. “Às vezes começávamos às 22h e fechávamos o acordo à meia-noite. Durante a noite negoceias melhor, ninguém te incomoda”, confidenciou o dirigente em tempos, citado pelo portal FutbolRetro.

Bebeto e Mauro Silva com a camisola do Deportivo.

O Deportivo passou, assim, de modesto a candidato ao título, mas não foi nos momentos de ouro que colheu os frutos. Ora vejamos… em 1992/93 até acabou a primeira volta do campeonato na liderança, mas perdeu gás na segunda e ficou-se pelo terceiro lugar, que valeu ainda assim o primeiro apuramento europeu para disputar a Taça UEFA. Na temporada seguinte, deu-se um dos momentos de maior infelicidade para o clube, talvez até mais do que esta descida ao terceiro escalão. O Depor entrou para a última jornada da Liga Espanhola de 1993/94 com a possibilidade de ser campeão. Bastava repetir contra o Valência CF o resultado do Barcelona, de Johann Cruyff, perante o Sevilha FC. Os catalães cumpriram e o Deportivo também o poderia ter feito, mas Djukic virou vilão e falhou um penálti aos 90 minutos, que impediu os galegos de festejarem o título. “Foi o momento mais triste da minha vida”, disse o antigo defesa sérvio na altura.

Ainda houve a conquista da Taça do Rei em 1994/95, o primeiro grande troféu do clube, mas parecia que a oportunidade para ser campeão tinha escapado das mãos. Iglesias acabou por sair no fim dessa época e a sucessão de John Toshak foi uma missão falhada (nono lugar). Carlos Alberto Silva também não reuniu consenso na passagem pelo Riazor e foi preciso chegar Javier Irureta em 1998 para tudo voltar a entrar nos eixos. Entretanto tinham saído Bebeto, Liaño e Rekarte, com as chegadas de Rivaldo, Flávio Conceição, Naybet e Renaldo.

Mas foi já sem Rivaldo e com Makaay, Djalminha, Jokanovic, Victor Sánchez, Jaime Fernández e Pauleta que se deu a glória. Em 1999/00, o Deportivo sagrou-se campeão espanhol, num plantel onde Mauro Silva, Fran e Donato ainda resistiam dos tempos do Super Dépor. O futebol da equipa era bem menos brilhante e cativante do que nos tempos de Bebeto, com mais derrotas também, num campeonato onde foi campeã com apenas 69 pontos. “Nestas duas décadas não se voltou a dar outros casos assim. Já sabemos como vai a Liga Espanhola. Há duas, três equipas… houve o Valência que já tinha conquistado o título, mas nenhuma equipa se sagrou campeã pela primeira vez desde então”, referiu Irureta em entrevista ao diário AS, em maio deste ano.

Os festejos do título.

Embora não tenha conseguido repetir o feito do virar do século, o Deportivo não se ficou por aí em termos de fazer história. “Não foi apenas ganhar essa Liga. Chegámos lá acima e fomos primeiros, segundos durante dois anos e terceiros nos dois seguintes. Houve mudanças durante esses anos, vendas e compras porque tens de equilibrar as contas e às vezes acertas nisso e noutras não. São coisas que podem debilitar. Ganhar é certo que foi um feito importante, mas para mim o mais importante foram os cinco anos na Liga dos Campeões. E tivemos vitórias como as de Paris, Manchester, contra o Arsenal… fomos a única equipa espanhola que venceu o Bayern Munique no Olímpico. Não é uma flor de um dia”, defendeu Irureta.

Quem não se lembra daquela Champions de 2003/04? A que o FC Porto conquistou frente ao AS Mónaco depois de deixar para trás o Deportivo nas meias-finais. O caminho dos espanhóis até lá foi de sonho, com o português Jorge Andrade nas fileiras. Os galegos quiseram ser carrascos dos italianos nessa temporada e eliminaram a Juventus sem espinhas nos oitavos de final. Depois apareceu o Milan nos ‘quartos’ e tudo parecia perdido quando os rossoneri venceram por 4-1 na primeira mão em Itália. O Deportivo acreditou e os 4-0 aplicados no segundo encontro resultaram na passagem às meias-finais, onde foram eliminados pelo FC Porto à justa (nulo na primeira mão e 1-0 para os dragões na segunda).

A queda gradual de um histórico

Irureta saiu em 2005 depois de um oitavo lugar no campeonato e a eliminação na fase de grupos da Champions, hino da qual o Deportivo não mais ouviu tocar. Desde então, o melhor que conseguiu na Liga Espanhola foi um sétimo lugar em 2008/09, orientado por Miguel Lotina. O emblema da Corunha começou gradualmente a ser de meio da tabela, até que em 2011 aconteceu o que muitos, durante a glória dos anos 90, já não esperavam ser possível. O Deportivo caiu ao segundo escalão e durante quatro épocas andou a saltar entre a La Liga e a Segunda. Entre 2014 e 2018 andou a lutar para evitar cair novamente, o que acabou por acontecer, sendo que em 2018/19 até esteve perto de subir, mas acabou por falhar no play-off.

Este constante deambular entre o primeiro e o segundo escalão revelou-se fatal para a saúde financeira do Deportivo. A diminuição das receitas televisivas foi um fator fulcral para que o emblema galego tenha ficado com dívidas avultadas e dificuldades para as pagar. Logo em 2009, Lendoiro confessava os erros cometidos. “O meu grande erro foi não ter vendido os jogadores quando pude, mas o sonho era ganhar títulos. Agora, tenho de procurar soluções para os problemas derivados desse objetivo. Mas como cantam os adeptos: ‘Como me vou esquecer que o Deportivo conquistou a Liga, se foi o melhor que se passou na minha vida?'”, referiu o então presidente ao El País. “Só seria possível repetir o Super Dépor se Barcelona e Real Madrid fossem como naquela época e não como agora, que têm 500 milhões de euros para gastar. É preciso equilíbrio económico… e um milagre.”

O Deportivo teve de estar a concurso de credores e em risco de falência com Lendoiro acusado de uma política “alheada da realidade, assumindo gastos e inversões em múltiplos aspetos por quantias absolutamente distantes das possibilidades económicas da sociedade”. Esta situação culminou com a saída de Lendoiro da presidência em janeiro de 2014, com Tino Fernández eleito para a sucessão. Chegou, assim, ao fim uma relação de 25 anos entre Deportivo e Lendoiro, que em tempos assumiu ter estado perto de contratar Deco, Cristiano Ronaldo e Quaresma. Antes de Lendoiro, “o Deportivo era só o Corunha”, disse o próprio. E em pleno 2020, longe vão os dias do Super Dépor que encantou o mundo do futebol com uma história digna de conto de fadas.

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