Não foi ontem, mas foi hoje: o FC Porto é o novo campeão nacional. O conjunto orientado por Sérgio Conceição só precisava de um ponto para celebrar o segundo título em três temporadas, mas nem por isso deixou de vencer o clássico frente ao Sporting. Danilo e Marega fizeram os golos que valeram o título ao Dragão já na segunda parte do encontro, do qual saiu em lágrimas Alex Telles. Pode ver esses mesmos golos e o resumo do jogo aqui.
Na hora de festejar, Pinto da Costa teceu rasgados elogios a Sérgio Conceição e comparou-o mesmo ao símbolo do clube. “Acho que ninguém pode pôr em causa a justiça deste título. Acho que só uma equipa como o FC Porto, um clube como o FC Porto, é que conseguia, depois da situação em que estava em janeiro, no final da primeira volta, com sete pontos de atraso. Só este clube, este treinador estes adeptos, estes jogadores, é que conseguiram virar uma desvantagem de sete, mudar isso, de maneira a ficar com oito pontos de avançado. Foi uma prova do que é o FC Porto. Eu acho que hoje toda a gente reconhece o valor do Sérgio Conceição, em termos técnicos, táticos, na forma de trabalho, mas sobretudo o seu espírito é indomável, é como um dragão que assumiu a defesa das cores e da bandeira do FC Porto. É o primeiro defensor e só com esse espírito é que tinha sido possível dar a volta como demos”.
Um título ao qual, segundo Danilo, apenas faltou o público. “Estava à espera disto há muito tempo, felizmente tive o prazer de marcar este golo. Sensação inesquecível. Falta o público, mas de certeza que estão felizes em casa. Obrigado pelo apoio. A sensação é sempre boa, falta o público, tinha dado um momento mais especial a esta conquista, mas quem está lá fora está feliz, sabem que não foi fácil. Tivemos sempre apoio”, destacou o capitão portista. O médio internacional português reconheceu que a temporada não foi a mais consistente, ainda assim. “Não foi fácil, sabíamos que não ia ser, mas no essencial, o que nos fez ganhar o jogo e nos fez chegar a este momento é a união do grupo, de toda a gente. Por mais que as pessoas falem, este grupo esteve sempre unido, tínhamos consciência que este momento ia chegar. Não foi uma época consistente, sei, tenho noção disso, mas sabia que este momento ia chegar. Tenho confiança em mim. Obrigado pelos que apoiaram. Acho que o campeonato está cada vez mais difícil”, afirmou.
Para Pepe a união do grupo de trabalho foi o fator determinante para que o FC Porto chegasse ao título numa temporada em que chegou a estar longe do Benfica. “Acima de tudo é a união que tivemos. Sabemos que representamos uma região bastante importante do país e todos nós nos identificamos muito com esta região. Naquelas horas de bastante sacrifício fomos buscar o pontinho de força para superar as adversidades. Se não me engano, no primeiro jogo com o Gil Vicente disse que perdemos juntos e ganhamos juntos, hoje é uma prova disso. Não só nós jogadores, mas todo o clube e os adeptos. Eu acho que é um pouco daquilo que já disse, não tivemos ferias, trabalhámos sempre. Trabalhámos sempre com o intuito de buscar a perfeição. É difícil, mas fomos sempre em busca disso. O espírito que tivemos, o acreditar do mister, ele sempre acreditou. Hoje está aqui o resultado”, afirmou o defesa central.
Algo, aliás, reiterado pelo próprio Sérgio Conceição. “A palavra certa foi união, união do grupo de trabalho, dos jogadores, sem dúvida o acreditar num momento difícil. Depois do jogo com o Braga, onde merecíamos outro resultado e ficamos a uma distância considerável do rival, foi fundamental esse acreditar no trabalho, na qualidade dos jogadores e das pessoas que os ajudam”, afirmou o novo treinador campeão nacional em Portugal. Sérgio Conceição foi ainda confrontado com o dia em que colocou o lugar à disposição ainda no decorrer desta temporada. Para o técnico dos Dragões este foi mesmo um dos títulos mais importantes da história do clube.
“Disse o que tinha a dizer na altura, se há pessoas que não gostam de perder são o nosso presidente e eu. Somos muito competitivos, tivemos muitas dificuldades, época longuíssima. Jogadores são os grandes obreiros deste título, mas ainda têm outro para ganhar. Já a merecíamos ter ganho, muitos jogadores a perderam o mereciam também. Vamos continuar o trabalho. Considero um dos títulos mais importantes do FC Porto, deve-se a todos que trabalharam connosco, jogador. Dedicar à minha família, à minha mulher e aos meus filhos, aos meus pais. Sou eterno apaixonado pela luta difícil que tiveram e travaram para me dar princípios que são muito importantes para ter este espírito”, explicou.
Já Alex Telles deixou o relvado em lágrimas e no final do jogo assinalou que esta foi a sua melhor época da carreira. “É um sentimento inexplicável, embora sem adeptos, que tanto nos empurram nos momentos difíceis, se não fosse o nosso trabalho não seriamos campeões. A malta toda trabalho de uma forma… Nunca desistiu”, afirmou ao Porto Canal. “Estou muito feliz. Melhor época? Em termos de números sim. É trabalho”, acrescentou.
O feito do FC Porto que foi antevisto logo pelo começo do dia na edição de hoje do Último Passe com o António Tadeia a salientar a dificuldade do trajeto de Sérgio Conceição à frente dos Dragões. Pode ler esse texto aqui. Já no Futebol de Verdade de hoje, olho nos encontros da jornada portuguesa que resultaram no adiamento dos festejos do título, para hoje, por parte do FC Porto. Se ainda não o fez pode ver a edição de hoje do Futebol de Verdade aqui.
Por cá, o dia ficou ainda marcado por dois empates a um golo. Enquanto o SC Braga se viu surpreendido pelo Belenenses SAD em casa fruto de um golo de Cassierra já nos últimos dez minutos de jogo – pode ver o resumo deste jogo aqui -, em Moreira de Cónegos o FC Paços de Ferreira praticamente garantiu a manutenção com o ponto conseguido frente ao Moreirense. Cortesia de um golo de Marco Baixinho aos 75 minutos a responder ao tento de Steven Vitória ainda na primeira parte. Pode ver o resumo deste jogo aqui.
Em Inglaterra continua a descompressão do Liverpool FC que hoje se viu derrotado pelo Arsenal num jogo em que até esteve a vencer. Sadio Mané deu vantagem ao novo campeão inglês, mas o conjunto de Klopp viu Lacazette e Reiss Nelson operarem a reviravolta ainda na primeira parte. Quem voltou a vencer foi o Tottenham que foi ao terreno do Newcastle vencer por 3-1, enquanto o Manchester City praticamente selou a despromoção do AFC Bournemouth ao vencer os Cherries por 2-1. Já em Burnley, num jogo de disputa pelo último lugar europeu, nem a equipa da casa nem o Wolverhampton Wanderers saíram a sorrir. Pode ver toda a ação do dia na Premier League aqui.
Já em Itália houve jogo grande e dificilmente alguém ficou desiludido depois de US Sassuolo e Juventus terem empatado a três golos num jogo repleto de reviravoltas. Um resultado que dá alento à Atalanta que está agora a sete pontos da liderança quando faltam cinco jornadas para o fim da época. O dia foi cheio de jogos na Serie A e o melhor mesmo é seguir aqui toda a ação do dia.
A CMVM anunciou ter levantado a suspensão às ações do Benfica que tinha imposto na passada terça feira após a constituição de quatro arguidos, por fraude fiscal, na sequência de uma investigação à SAD encarnada. “O Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) deliberou, nos termos do artigo 214º e da alínea b) do n.º 2 do artigo 213º do Código dos Valores Mobiliários o levantamento da suspensão da negociação das ações Sport Lisboa e Benfica – Futebol SAD e outros instrumentos relacionados, na sequência da divulgação de informação relevante”, pode ler-se no comunicado emitido pelo regulador.
O Benfica que teve um dia agitado. Apesar do triunfo de ontem perante o Vitória SC, vários muros perto da residência de Luís Filipe Vieira foram vandalizados com pedidos de demissão do presidente do Benfica, com o clube a ver ainda o TAS anular a interdição do Estádio da Luz imposta pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol. Segundo a entidade só o IPDJ pode avaliar o apoio a grupos não organizados por parte do Benfica. “A aplicação de uma sanção pela Federação Portuguesa de Futebol a um promotor de um espetáculo desportivo que, em seu entender, concedeu apoios indevidos a grupos não organizados de adeptos, com base no art. 118º do Regulamento de Disciplina da Liga Portuguesa de Futebol Profissional [ndr. relativo a “inobservância qualificada de outros deveres”], configura um ato inquinado pelo vício de incompetência absoluta, sendo, consequentemente, nulo”, pode ler-se no acórdão.
A este respeito, também o Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) ilibou Benfica de apoio ilegal às claques julgando improcedente o recurso interposto pelo Ministério Público. Segundo o acórdão do TRL, “para o MP, em termos sucintos, o problema essencial é a localização das referidas claques no estádio, bem como a presença de faixas, bandeiras, megafones e tambores. Mas, como se vê, fica assim, desde logo, agastado que tal ostentação seja um privilégio exclusivo dos tais grupos organizados de adeptos. Não é, pois, caso em que falte factualidade que o tribunal devesse e pudesse apurar e que não apurou. O que acontece é que julgou tais factos não provados e este é um domínio em que a presente Relação já não pode acudir”.
Foi uma das medidas impostas para combater os efeitos da pandemia, mas está para ficar: Na próxima temporada também será possível fazer-se cinco substituições durante um jogo de futebol, anunciou hoje o International Board. Por trás da decisão está o facto da entidade considerar a medida necessária devido ao calendário apertado que iremos ter devido ao prolongamento da atual temporada. “Algumas competições que voltaram em 2020 podem ter encurtado o período de recuperação/preparação antes do recomeço da próxima época. Para muitas competições, a época 2020/21 vai envolver que os jogos se joguem em menores períodos temporais devido ao atraso do início das provas de clubes, mas também à impossibilidade de acabar mais tarde do que o normal pela existência de torneios de seleções”, pode ler-se no comunicado emitido pela entidade que regula as regras do jogo.
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