O SC Braga venceu o Benfica na Luz por 3-2, com um golo de Iuri Medeiros e dois de Francisco Moura, igualando os encarnados na segunda posição da Liga, ambos com 15 pontos, menos quatro do que o líder, que é o Sporting. Foi a quinta vitória seguida do SC Braga na Liga, depois de ter começado a prova com duas derrotas, ao passo que foi a segunda derrota seguida dos encarnados na competição, depois de a ter iniciado com cinco vitórias seguidas. O jogo foi sempre fechado até os bracarenses se colocarem a vencer por 3-0, mas o golo de Seferovic, que reduziu para 1-3 a 22 minutos do fim, contribuiu para uma ponta final mais frenética, com grande balanceamento ofensivo da equipa de Jorge Jesus. O suíço ainda bisou, aos 86′, mas as novidades ficaram por aí.
O jogo começou com muito encaixe. Jorge Jesus inovou com a presença de Samaris a meio-campo, apostando no grego para formar dupla com Pizzi e colocando Rafa e Everton nas alas, apoiando a habitual dupla atacante, formada por Waldschmidt e Darwin. Já Carlos Carvalhal repetiu o esquema híbrido com falso lateral esquerdo, dando desta vez a Sequeira a missão que em Leicester tinha sido de Raúl Silva. Sequeira avançava como lateral quando a equipa tinha a bola, mas fechava por dentro numa linha de três centrais com Tormena e Bruno Viana, quando eram os donos da casa a beneficiar do seu uso. O médio que nessas alturas baixava para ser lateral, Francisco Moura, soltava-se como médio ala em momentos de transição ofensiva, permitindo que Galeno, o extremo-esquerdo, se aproximasse de Paulinho, o ponta-de-lança.
Era muito mais simples de interpretar o lado direito bracarense, com Esgaio a cobrir todo o corredor e Iuri Medeiros a beneficiar do uso do pé esquerdo para procurar incessantemente o espaço interior, como no lance do golo que adiantou os bracarenses, aos 38′: Otamendi falhou a saída de bola, que tentou larga mas acabou na cabeça de Castro; este entregou a Iuri, que cortou para dentro sobre Samaris e Nuno Tavares e bateu Vlachodimos com um remate colocadíssimo. Era, apenas, o segundo remate do SC Braga. O anterior tinha surgido um minuto antes, quando Iuri e Esgaio combinaram para deixar Galeno em boa posição, mas o brasileiro chutou mal, por cima.
Atenção que o Benfica também não estava melhor: tinha, até à altura, também duas finalizações. Uma de Vetonghen, de bicicleta, após um canto, aos 10′, que Matheus defendeu bem. E outra, frouxa, de Waldschmidt, aos 35′, na única ocasião em que Rafa conseguiu soltar-se com bola e, acelerando pelo corredor central, tentou solicitar o remate do alemão. Este, contudo, deu nas orelhas da bola e ela foi ter calmamente com o guardião bracarense.
Ao intervalo, Jorge Jesus trocou Everton e Samaris por Seferovic e Gabriel. O suíço foi colocar-se ao lado de Darwin na frente, remetendo Waldschmidt para uma das alas, enquanto que o brasileiro passou a formar meio-campo com Pizzi. Mas foi o SC Braga quem se chegou primeiro à frente, num remate de Moura que Vlachodimos defendeu. Respondeu o Benfica com um tiro de Rafa sobre a barra da baliza de Matheus. Já se via que o jogo vinha mais mexido. E quem marcou foi o SC Braga: aos 50′, Iuri soltou-se na direita, viu bem a chegada de Al Musrati no corredor central, deu-lhe a bola e este descobriu a diagonal de Moura, que ganhou a frente a Gilberto e bateu Vlachodimos.
O Benfica continua a ter mais bola, mas disparatava no momento da finalização. Aos 58′, após cruzamento de Nuno Tavares, Seferovic cabeceou torto, para fora. Jesus voltou então a mexer, aos 60′, trocando Nuno Tavares por Grimaldo e Pizzi por Taarabt. Não mudava em termos táticos, mas mudava os jogadores a meio-campo e na lateral-esquerda. Mas as indicações que vinham do banco não eram as melhores: aos 63′, após um chutão para a frente do meio-campo bracarense, Otamendi e Vlachodimos ficaram os dois a olhar um para o outro, permitindo que Francisco Moura ganhasse a bola no ar e marcasse face à baliza deserta. Voltava o Benfica a sofrer três golos (pelo terceiro jogo seguido, depois do Boavista e do Rangers).
O Benfica conseguiu reduzir aos 68′, numa arrancada de Rafa pela direita, que Seferovic concluiu de primeira, de pé direito. Jesus aproveitou então para fazer a quinta substituição, trocando de lateral direito: saiu Gilberto e entrou Diogo Gonçalves. Do outro lado, ainda sem mexer, Carvalhal não sentia a necessidade de mudar nada, acabando aos 70′ por ver Seferovic quase bisar: o suíço respondeu de cabeça a um cruzamento de Grimaldo mas viu Matheus defender a dois tempos.
Carvalhal começou a mexer aos 73′, quando trocou Francisco Moura por João Novais. O SC Braga assumia o 4x2x3x1, mas era o Benfica quem estava melhor. Aos 74′, Taarabt lançou muito bem Grimaldo na esquerda, este cruzou rasteiro e Waldschmidt fez passar a bola por baixo do guarda-redes, mas viu-a sair ao lado. Só que os bracarenses respondiam bem: aos 76′, só uma grande defesa de Vlachodimos impediu o 1-4, numa tentativa de chapéu de Galeno. E se não marcou o SC Braga fê-lo o Benfica, aos 86′, após uma insistência de Grimaldo, que Seferovic aproveitou para reduzir para 2-3.
Carvalhal procurou então mexer na equipa, para travar o jogo. Aos 87′ trocou Paulinho por Schettine. Aos 90+2′ fez entrar Raúl Silva e Rodrigo Gomes, já só para quebrar o ritmo ao adversário. Seferovic ainda fez o hat-trick, aos 90+5′, mas em posição de fora-de-jogo, pelo que o golo foi anulado e o SC Braga voltou ao Minho com os três pontos no saco.
Veja aqui o resumo do jogo: