Um bis de Marega, que voltou aos golos um mês depois de ter marcado ao Olympique Marselha no Dragão, ajudou o FC Porto a chegar a uma vitória mais difícil do que se esperava, por 4-3, sobre o CD Tondela, num jogo marcado pelos muitos golos e pelas alternâncias constantes no marcador. Os dragões marcaram cedo e pareciam encaminhar-se para a conquista de três pontos fáceis, mas permitiram a virada dos beirões. Chegaram ao empate ainda na primeira parte, adiantaram-se até aos 4-2 nos primeiros dez minutos da segunda, mas quando González bisou também, fazendo o 4-3, o resultado ficou em suspenso até ao último dos cinco minutos de compensação, no qual o CD Tondela mandou uma bola à barra. Com este resultado, o FC Porto subiu provisoriamente à segunda posição, agora a quatro pontos do Sporting, mas apenas com mais um que SC Braga e Benfica, que ainda não jogaram nesta jornada.
Sem Corona, que foi poupado, Sérgio Conceição fez entrar Taremi no onze, mantendo Marega e recuperando as dinâmicas da época passada, com o iraniano no meio (onde então jogavam Soares ou Zé Luís) e o maliano a sair da direita em diagonais para o corredor central. Luís Díaz, na esquerda do ataque, foi a outra novidade relativamente ao onze que empatou a meio da semana (0-0) com o Manchester City: o colombiano substituiu o defesa-central Diogo Leite, permitindo que o FC Porto voltasse ao misto entre o 4x3x3 e o 4x4x2 que lhe é mais familiar. Do outro lado, Pako Ayestarán colocou o CD Tondela em 5x3x2, com uma linha de cinco homens bem lá atrás, três médios com a necessidade de bascular para o lado da bola, de forma a cobrir toda a largura do terreno à frente deles, e um ataque com Rafael Barbosa à esquerda de Mário González.
O jogo, no entanto, começou praticamente com o primeiro golo do FC Porto. Num lançamento lateral favorável ao CD Tondela, bem dentro do meio-campo portista, Otávio ganhou a bola na raça, lançou Taremi, que conduziu a bola por todo o campo, devolveu-a a Otávio e, evitando um defesa, este descobriu a chegada de Zaidu para uma finalização fácil. Estavam decorridos 4′ de jogo, como se pode perceber aqui:
Um minuto depois, Marega esteve à beira do 2-0, depois de um bom trabalho de Taremi. Um remate do iraniano, aos 15′, para defesa de Babacar, parecia indicar que o jogo ia ser um passeio para o FC Porto. Contudo, aos 20′, o CD Tondela chegou ao empate. Após uma recuperação de bola bem dentro do seu meio-campo, González entregou a Rafael Barbosa, que esperou o timing ideal para lha devolver e isolar o companheiro na cara de Marchesín. Pode ver aqui o lance do golo do empate:
O golo pareceu dar oxigénio ao CD Tondela, que esteve perto da vantagem num chapéu largo de Rafael Barbosa (que saiu ao lado), aos 26′, e atingiu-a mesmo aos 33′. Tudo começou numa arrancada de Enzo Martínez, o central-esquerdo dos visitantes, culminada com um cruzamento para o espaço entre a linha defensiva e o guarda-redes. González não chegou à bola, mas esta acabou no outro lado, onde Rafael Barbosa a impeliu para as redes, frustrando a tentativa de defesa de Marchesín. Pode ver aqui o segundo golo dos beirões:
O FC Porto respondeu rápido, no entanto. Logo aos 36′, no seguimento de um canto, Babacar socou para a entrada da área, onde Díaz a ganhou, fazendo-a chegar a Marega no ressalto. O maliano movimentou-se bem, evitou o fora-de-jogo e bateu para a baliza na cara do guarda-redes. Pode também ver aqui o lance:
A segunda parte começou outra vez com golo do FC Porto. E outra vez de Marega, mais uma vez com assistência de Otávio. Foi aos 48′ que um toque de calcanhar de Sérgio Oliveira lançou Otávio na direita. Este ganhou a Enzo Martínez e cruzou para a área, onde Marega dominou e bateu Babacar. Pode ver aqui o terceiro do FC Porto:
E ao terceiro rapidamente se seguiu o quarto. Foi aos 56′: Uribe arrancou para a área na meia esquerda, ultrapassou por duas vezes Grau – uma a caminho da linha de fundo e outra no sentido inverso – e colocou a bola à frente de Taremi, que em vólei bateu sem dificuldades o guardião adversário. Cá está o quarto golo do FC Porto:
O CD Tondela parecia perdido em campo, face a um FC Porto dominador. Sérgio Oliveira esteve perto do quinto golo aos 58′ e aos 62′ – na primeira vez chutou ao lado, na segunda viu Babacar segurar-lhe o remate. pelo meio, aos 59′, foi Taremi quem obrigou Babacar a uma defesa para canto. Com o jogo controlado, Sérgio Conceição começou a gerir a equipa. Aos 65′, tirou de campo Luís Díaz, Sérgio Oliveira e Taremi, fazendo entrar Fábio Vieira, Nakajima e Evanilson. Otávio baixou para perto de Uribe, colocando-se Nakajima no seu lugar e indo Fábio Vieira para a esquerda. Pako Ayestarán respondeu aos 72′, com as entradas de Bebeto e João Mendes, mas mantendo o esquema tático.
E dois minutos depois os visitantes reduziram. Filipe Ferreira aproveitou o espaço que Manafá lhe deu na esquerda do ataque beirão, combinou com Pedro Augusto e este cruzou para uma finalização excelente de González, de cabeça, em antecipação a Sarr. Pode ver aqui o lance:
Sérgio Conceição esgotou as substituições aos 83′, com as saídas de Otávio e Marega, para as entradas de Grujic e Corona. Nada mudou em termos de sistema tático: a ideia era mesmo estabilizar a zona de meio-campo. E Ayestarán respondeu aos 85′, com as trocas de Rafael Barbosa e Filipe Ferreira por Souleymane e Khacef. Queria ganhar presença na área para os últimos minutos. Nos descontos, ainda houve expulsão de Uribe, mas o resultado já não se alterou, apesar de um remate à barra de Khacef, aos 90+5′.
Pode ver aqui o resumo do jogo: