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Data Journalism, Histórias

E se os resultados não dependessem da finalização

João Pedro Cordeiro por João Pedro Cordeiro
Janeiro 21, 2020
15 min de leitura
Equipas Sorte Azar Portugal Europa
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Mais uma jornada, a história do costume. Tem sido um pouco assim, ao longo desta temporada. Há equipas que colecionam ocasiões de golo, mas nem sempre os finalizadores estão à altura dos criadores. Outras, por sua vez, nem criam tanto, mas são as mais fortes na altura de chutar às redes, construindo resultados em cima dessa caraterística. Já todos ouvimos que algumas equipas têm sido injustiçadas, pois é isso que diz a análise a olho. Mas será assim se analisarmos as estatísticas? E qual seria a tabela da Liga caso o futebol fosse exclusivamente movido a estatística? Fique por aí que vai ter surpresas. Porque o que é fundamental para se ganhar uma Liga é mesmo a capacidade para se ganhar mais pontos do que aqueles que se justificam em produção futebolística. Já lhe chamaram “estrelinha” de campeão, mas mais não é do que qualidade a definir nas duas áreas e frente às duas balizas.

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Antes de mais, guarde este conceito: golos esperados. E um outro: pontos esperados. Um acaba por depender do outro. Mas vamos por partes. Utilizado cada vez mais para medir a justiça de um resultado com maior acerto, o conceito de golos esperados nasce da necessidade de quantificar a qualidade de um remate. Porque nem todos os remates são oportunidades de golo mais ou menos claras, tornou-se cada vez mais redutor resumir a prestação ofensiva e qualidade do processo ofensivo ao número total de remates conseguido por uma equipa. É preciso avaliá-los.

Foi para isso que nos últimos anos nasceu um novo dado estatístico: os golos esperados. As maiores empresas que se dedicam à análise estatística desenvolveram algoritmos que permitem avaliar cada remate feito por uma equipa. Para tal, foram recolhidos dados de todos os jogos já disputados em cada competição, de forma a construir um modelo de probabilidade que permita perceber qual o resultado médio de um remate com determinadas características. Caso prático: se um jogador remata de pé esquerdo, no coração da área, com dois adversários a poucos metros, qual a probabilidade desse mesmo remate dar golo? E, tal como esta situação em concreto, todas as outras possíveis de acontecer num jogo de futebol estão cobertas, após um trabalho mais do que exaustivo de recolha de dados.

Chegamos então a 2020. Nesta altura já não é só a “olhómetro” que a correspondência entre a criação e o resultado pode ser medida. E é neste contexto que podemos afirmar que equipas estão aquém e além daquilo que produzem. Para tal, recorremos a outro conceito: o de pontos esperados. Como será de prever, é um indicador estatístico baseado no anterior e que permite perceber, em função dos golos esperados, qual seria a classificação se a finalização não fosse parte do jogo também. A grande alteração prende-se, contudo, com a liderança. A qualidade do Benfica em termos de finalização leva a que a equipa de Bruno Lage tenha mais 14 pontos do que justificou em produção de futebol. O FC Porto também está três pontos acima, mas a diferença entre o que produz e o que marca não é tão assinalável como no caso dos encarnados, o que por si só chegaria para motivar uma mudança de líder. Acontece que o futebol não é só organização ou transição. É também finalização. E é também feito pela qualidade dos guarda-redes. É por isso que o Benfica segue na frente.

Segundo a estatística, esta seria a classificação esperada da liga ao fim de 17 jornadas:

A classificação da Liga de acordo com o algoritmo da WyScout

O rei do subrendimento, em Portugal, é mesmo o Portimonense e não o Vitória SC. A antiga equipa de António Folha – que apresentou a demissão após a derrota por 3-0 perante o CD Aves – está atualmente na 17ª posição, quando estatisticamente devia ser 10ª classificada e estar, por isso, bem longe dos lugares de despromoção onde atualmente se encontra. Ou seja, mais do que o Vitória SC, de que tanto se fala, é mesmo o Portimonense a equipa cujos resultados nem sempre acompanham as exibições ou, pelo menos, a capacidade da equipa em converter em golo as oportunidades que cria e/ou evitar as que permite.

Isto acontece já que o conjunto de Portimão, nos 17 jogos já disputados na liga, tem menos golos marcados e mais sofridos do que aqueles que seria de esperar face ao volume ofensivo criado e permitido. Ao todo, segundo a estatística, o Portimonense devia estar nesta altura com 17 golos marcados, registo que lhe valeria o décimo segundo melhor score ofensivo, quando na realidade o emblema algarvio tem apenas 12. Isto acontece por dois motivos: o Portimonense tem sido perdulário na hora da finalização e faltam-lhe finalizadores de excelência que transformem meias oportunidades em golos. Algo que, apesar de tudo, não ocorreu este fim de semana, numa derrota que não teve discussão possível.

O Portimonense, porém, não é o único clube da Liga portuguesa com menos golos do que os esperados face às oportunidades criadas. São até vários os clubes nesta situação, mas poucos com o impacto que esses resultados tiveram na classificação até à data. Um indicador pouco abonatório para a própria liga no global já que é sintomático de alguma falta de qualidade individual um pouco por todas as equipas que participam na competição. Só mesmo o FC Porto, o Benfica, o FC Famalicão, o Sporting, o Moreirense e o Marítimo estão claramente acima dos valores de golos esperados face às oportunidades criadas. Natural, em clubes com o FC Porto, Benfica, Sporting e mesmo FC Famalicão, por terem elementos diferenciadores no que à qualidade individual diz respeito.

E, tal como o Portimonense, há pelo menos mais clubes esta temporada cujos resultados podiam ter sido bem melhores face às oportunidades de golo criadas e permitidas. Fosse o futebol puramente estatístico, clubes como o SC Braga, o Portimonense, ou ainda Rio Ave, Santa Clara e até Vitória FC já teriam mais golos do que aqueles que marcaram até aqui. Isso, porém, não significa necessariamente que estariam mais bem classificados já que é preciso atender também às oportunidades de golo permitidas. Ou seja, o sucesso de uma equipa não está totalmente dependente daquilo que o seu processo ofensivo é capaz de criar e, ainda que os golos esperados sejam interessantes para perceber tendências, a análise não pode esgotar-se nesse índice. É sempre preciso cruzar dados.

Os golos reais face aos golos previstos pela estatística:

De acordo com a WyScout, o Benfica fez mais 11 golos do que o seu futebol justificou

Nesse caso, falamos então de golos sofridos esperados. Se no caso dos golos esperados, muitas vezes estes estão interligados com a qualidade individual dos finalizadores das equipas, nos golos sofridos também podemos conseguir, juntamente com outras métricas, avaliar os guarda redes que realmente fazem a diferença. Os guarda redes que valem pontos, como se diz na gíria futebolística. Um índice reduzido de golos sofridos esperados deverá significar que a equipa em questão tem uma organização defensiva de excelência e, no caso desse índice ser alto, mas o diferencial positivo no que a golos sofridos diz respeito, aí, poderemos estar a falar dos tais guarda redes que ganham pontos – ou, claro, de uma equipa que tem tido alguma sorte com o desacerto adversário.

No que aos golos sofridos esperados diz respeito, o SC Braga volta a surgir como um dos grandes “prejudicados” da época, o que talvez nos obrigue a repensar algumas teses sobre qual o clube minhoto realmente injustiçado com os resultados esta temporada. Tal como nos golos marcados esperados, também aqui o Vitória SC surge em níveis semelhantes entre valores estatísticos e valores reais. Algo que volta a não acontecer com o SC Braga, pois face ao volume de oportunidades permitidas aos adversários seria de esperar que o conjunto agora às ordens de Rúben Amorim tivesse sofrido 16 golos, estando nesta altura com o terceiro melhor registo da liga atrás de FC Porto e Benfica, quando na realidade o SC Braga tem apenas o nono melhor registo defensivo com 20 golos sofridos.

Além do SC Braga, também o FC Paços de Ferreira, o CD Aves e o Belenenses SAD surgem na realidade bem piores do que a justiça estatística previa. Ou seja, sofreram mais golos do que aqueles que seria de esperar face às suas organizações defensivas. Algo que não devia ser motivo para pânico, já que a tendência é para que a médio e longo prazo os registos de sobre e subrendimento estatístico sejam insustentáveis. Ainda assim, a verdade, é que qualquer destas equipas já mudou de treinador pelo menos uma vez esta temporada. Já no que ao sobre-rendimento diz respeito, o Benfica surge de novo no lado oposto da moeda, com muito menos golos sofridos do que aqueles que seria de esperar face às oportunidades de golo permitidas aos adversários. Vitória FC e Santa Clara são outros dois exemplos de equipas com melhor registo defensivo do que seria de esperar.

Os golos sofridos reais face aos golos previstos pela estatística:

Vlachodimos, Makaridze e Marco são os guarda-redes que mais pontos valem, segundo a WyScout

Em Inglaterra, apesar de não ser a maior flutuação pontual e posicional, pode muito bem dizer-se que o Manchester City, por agora, é a equipa mais injustiçada em competição, pelo simples facto de não liderar a Premier League. O que não diz tanto da prestação do conjunto de Guardiola esta temporada, mas muito mais sobre o que tem sido a época do Liverpool FC. Uma equipa em estado de graça, que alia uma fortíssima componente estratégica a jogadores de classe mundial no topo da sua forma. E até mais do que destacar o que Jürgen Klopp fez do Liverpool FC em termos coletivos, é preciso destacar o rendimento que o técnico alemão tem tirado, individualmente, dos seus jogadores. O Liverpool é de muito longe a equipa acima do previsto pela estatística, mas também o Leicester City tem conseguido melhores resultados do que seria de prever, fruto da presença de individualidades acima da média em termos de qualidade. Menos natural acaba por ser o sobre-rendimento de clubes como o Crystal Palace ou o Newcastle United: é aqui que muitas vezes os resultados acabam por enganar. Fases de sobre rendimento acabam por ser frequentes em equipas com menor qualidade individual, porém, a tendência é que os registos acabem por normalizar. Em linguagem corrente: a sorte não vai durar para sempre.

Do lado reverso da medalha surgem então Southampton e Watford, mas também Norwich City no que à diferença pontual diz respeito. Três equipas cujas temporadas não têm sido tão más quanto os resultados fazem prever. De Southampton e Watford, porém, têm chegado notícias animadoras nas últimas semanas com ambas as equipas em trajetória claramente ascendente e finalmente a juntar exibições bem conseguidas a bons resultados. Algo que, por enquanto, continua sem suceder com o Norwich City para desespero dos Canaries que vão ocupando a última posição da competição. De uma forma geral, porém, a Premier League esta temporada não tem sido propriamente pródiga em injustiças e aquilo que tem sido a prestação das equipas em campo, recolhida estatisticamente, tem ido ao encontro do que têm sido os resultados. Tanto que apenas cinco equipas registam flutuações posicionais superiores a três posições.

Na Alemanha vai-se dando também o caso de “what you see, is what you get”. Isto é, o que acontece em campo é muitas vezes traduzido em resultados. Tanto, que as maiores diferenças pontuais e posicionais acontecem em equipas de meio da tabela sem implicações na luta pelo título, e é na luta pela Europa e pela manutenção que há coisas a destacar. É certo, claro, que as posições de Eintracht ou Bremen podem ter implicações psicológicas nas equipas já que estar longe ou perto dos lugares europeus traz outra motivação – como no caso do Schalke -, sendo que no caso do Bremen não só a equipa não está a sonhar com esse lugar europeu, como está mesmo embrenhado numa surpreendente luta pela manutenção numa altura em que ocupa a antepenúltima posição da Bundesliga. A tendência, porém, é que as coisas se equilibrem na segunda metade da época e o Bremen acabe por se salvar com relativa tranquilidade. O histórico alemão é mesmo o conjunto que vai denotando maior diferença pontual, para o negativo, entre aquilo que é real e o que seria de esperar face às exibições da equipa, capacidade para criar e evitar oportunidades de golos aos adversários.

Nesse aspeto, a equipa do Schalke surge como a principal beneficiada do facto do futebol não ser estatística. No caso dos mineiros, porém, é preciso compreender também a carreira de David Wagner para concluir que a situação não é assim tão estranha. Já em Huddersfield, o antigo internacional norte americano teve o seu clube em sobre rendimento durante mais de uma temporada, algo que acabou por culminar na subida dos Terriers à Premier League. Um treinador capaz de incutir uma forte componente estratégica nas suas equipas, mas que a acima de tudo retira o melhor das individualidades que tem à sua disposição. Situação idêntica à do Friburgo que é mesmo o clube que vai registando a maior diferença posicional até ao momento. Sem jogadores de classe extra, será de prever uma quebra nesta segunda fase da temporada tendo este fim de semana sido um exemplo do que tem sido a época do clube: menos oportunidades do que o adversário, mas a vitória como resultado.

Em Espanha a situação é bem diferente. Na verdade, no país vizinho, nunca sabemos muito bem o que pode acontecer, tanto que são vários os clubes com diferenças pontuais e flutuações posicionais significativas, com implicação nas várias lutas a disputar na La Liga, em especial, na luta pela manutenção onde duas das equipas com piores índices estatísticos não estão nos lugares em que seria de esperar que estivessem. Neste aspeto não só o Espanyol vai surgindo como prejudicado, mas principalmente o Leganés “não merece” estar na última posição da liga espanhola. Felizmente para os pepineros, a entrada de Javier Aguirre para técnico principal parece ter dado novo alento à equipa dos arredores de Madrid e a trajetória nas últimas semanas tem sido claramente ascendente, apesar de ter acabado por perder a sua grande referência, o marroquino El-Nesyri para o Sevilha FC. Villarreal, Celta e Osasuna são as outras equipas cujas posições atuais na tabela não estão totalmente de acordo com aquilo que são os seus índices estatísticos face às oportunidades de golo criadas e permitidas.

Quem se tem “safado de boa” tem sido o Valladolid e principalmente o Levante UD. As duas equipas têm estado em sobre rendimento na primeira metade da temporada ao ponto dos seus índices estatísticos preverem lugares de despromoção, mas ambos os clubes estarem em posições tranquilas a meio da tabela na realidade. Sem elementos de qualidade individual acima da média, será de prever uma quebra de resultados na segunda metade da época e não será bonito para os dois clubes se assim acontecer.

O que também poderia ser um problema para o Valência, porém, fruto da existência desses mesmos elementos diferenciadores no plantel Che, os problemas de organização acabam por ser mascarados e a equipa de Mestalla não deverá ter com que se preocupar. A época dos Morcegos tem sido muito melhor em termos de resultados do que de exibições, mas neste caso a tendência será sempre para que sejam as questões organizacionais a melhorar e não tanto a prestação individual a cair de rendimento. Lá está, porque o Valência tem jogadores acima da média. Caso não fosse essa a realidade e o histórico emblema valenciano podia perfeitamente estar às portas da luta pela manutenção.

Destaque ainda para os registos do FC Barcelona que tem vivido muito da qualidade individual dos seus jogadores e em especial de Lionel Messi, dando razão a quem defendia uma mudança no comando técnico dos blaugrana e que, entretanto, aconteceu com Ernesto Valverde a dar lugar a Quique Setién. Curiosamente, um treinador que estatisticamente está em sub-rendimento na carreira, quase sempre sem que os resultados acompanhem as boas exibições das suas equipas fruto de uma menor qualidade individual dos jogadores que teve à disposição até agora. A posição de treinador do Barcelona parece, por isso, surgir como justiça divina para o técnico de 61 anos.

Em França a coisa está ainda mais embrulhada. Pontualmente são muitos os clubes em sub e sobre rendimento face aquilo que são as claras oportunidades de golo criadas e permitidas, ainda que em clara diferença de rendimento do ponto de vista posicional isso se traduza especialmente em quatro casos. Porém, além desses quatro casos, são muitos os clubes que apresentam variações posicionais de três lugares face aquilo que seria previsto e o que realmente acontece na realidade. Em conclusão? Segundo a estatística a tabela da Ligue 1 devia ser muito diferente daquela que vamos tendo atualmente. Exceção feita, claro, ao PSG, sintomático do domínio da equipa parisiense como quase sempre acontece ainda que o campeão francês também já tenha conquistado mais pontos do que aqueles que fez por merecer estatisticamente.

O Marselha de André Villas-Boas é mesmo a equipa que tem conseguido melhores resultados face às exibições e por isso a equipa que apresenta uma maior diferença pontual face aquilo que seria de esperar. Ainda assim, isso não se traduz numa diferença pontual tão significativa, mesmo que seja a diferença entre qualificar-se para a Liga dos Campeões em vez da Liga Europa. Neste aspeto, a equipa do Angers é mesmo a equipa mais injustiçada da Liga Francesa até ao momento. Atualmente na décima posição, segundo a estatística a equipa do Angers devia estar num incrível terceiro lugar que valeria aos Scoïstes uma participação inédita na prova milionária da UEFA. O problema, lá está, reside na falta de jogadores diferenciadores que permitam concretizar em golos as oportunidades criadas e em jogadores capazes de evitar mais frequentemente que as oportunidades permitidas aos adversários resultem em golo.

Situação inversa atravessa o Brest e aqui a gravidade é ainda maior já que é o que pode evitar que na próxima temporada o Brestois seja equipa de primeira divisão. A tendência é para que o Brest normalize os seus resultados na segunda metade da temporada e deixe de conseguir resultados melhores do que as exibições preveem. Estatisticamente, o Brest é a pior equipa da Ligue 1, mas ocupa atualmente um relativamente confortável 14º lugar. É o único caso de sobre rendimento na luta pela manutenção, ainda assim, já que tanto Nîmes, como Amiens, como Toulouse ocupam, mais coisa menos coisa, os lugares que merecem.

Se é daqueles que considera a liga italiana uma liga aborrecida, é melhor começar a pensar duas vezes. Os tempos dos italianos que se preocupavam mais em defender do que em atacar já lá vai e por esta altura a Serie A é uma das grandes ligas em que mais golos por jogo se marcam e, acima de tudo, principalmente se ignorarmos a Juventus por um segundo, uma das grandes ligas mais competitivas da atualidade. Prova disso é que a diferença entre aquilo que é o real e o que é previsto pela estatística como mais justo, não podia ser maior no caso da liga italiana. Praticamente nada é como devia ser segundo a lógica e frieza da estatística e é por isso que esta não deve ser definitiva, mas um complemento à análise e perceção de tendências. E também por isso que o futebol é tão apaixonante.

É que, havendo justiça no futebol, e a brilhante Atalanta de Gasperini seria neste momento líder da Liga Italiana em igualdade pontual com a igualmente entusiasmante Lazio de Simone Inzaghi. Equipas altamente ofensivas e com uma capacidade para criar desequilíbrios no último terço impressionantes, em contraste com a maior segurança e solidez de Inter e Juventus, os atuais dois primeiros classificados da competição. E, também por aqui se vê, o quão rica taticamente é a primeira divisão do país transalpino.

Ainda que na prática o Top-4 esteja praticamente preenchido pelas equipas que mais fizeram por isso até aqui, a ordem seria mais a inversa caso o futebol fosse puramente estatístico, com Inter e Juventus a fazerem valer-se da qualidade individual para conquistar pontos onde eles eram menos esperados. Ainda assim, a equipa em maior sobre rendimento acaba mesmo por ser o Cagliari, algo que até já tínhamos avisado aquando do momento espetacular que a equipa da Sardenha ia vivendo. Espetacular, claro, mas pouco sustentável. Afinal, raramente a estatística mente.

Do lado contrário acabam por surgir Nápoles, Bolonha, Sampdoria e especialmente Génova como as equipas cujos resultados nem sempre têm acompanhado as exibições. No caso do Génova, tal é especialmente preocupante – e derivado da menor qualidade individual da equipa – já que coloca o emblema genovês na penúltima posição da liga quando o mais justo, segundo a estatística, seria uma posição relativamente tranquila na tabela. Curiosamente, duas das equipas que se perspetivava, via estatística, que estivesse nos lugares de despromoção ocupam realmente essas posições e só o futuro dirá se a tendência de equilíbrio entre estatística e realidade acabará mesmo por se manter atirando SPAL e Brescia para a Serie B, podendo ainda vir a chegar no caso do Lecce para assombrar a equipa pugliese.

Tags: Liga AlemãLiga EspanholaLiga FrancesaLiga InglesaLiga ItalianaLiga Portuguesa
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António Tadeia

Isenção em vez de parcialidade. Escrutínio em vez de cumplicidade. Rigor em vez de ligeireza. Jornalismo sobre futebol. Futebol de verdade.

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