Um golo de Paulinho, aos 90′, valeu ao SC Braga uma vitória justa sobre o Sporting, por 2-1, e uma presença na final da Taça da Liga, numa partida que foi praticamente de sentido único, sobretudo depois de os leões se verem reduzidos a dez homens, por expulsão de Bolasie, a meia-hora do final. No banco leonino já se preparava a entrada de Renan, para uma quinta partida consecutiva na Final Four da prova decidida por penáltis, mas o homem que já dera aos bracarenses as vitórias contra o CD Tondela e o FC Porto garantiu que isso não seria necessário.
O jogo, cujo resumo pode ver aqui, começara com um SC Braga muito mais forte e um Sporting incapaz de sair a jogar, provando a total inadequação de Battaglia à posição seis neste modelo de jogo. Ricardo Horta marcara o primeiro golo da equipa da casa, com um belo remate em arco de pé esquerdo na direita, aos 8′. Mathieu empatara pouco antes do intervalo, na sequência de um livre marcado rapidamente por Bruno Fernandes. Após o intervalo, Jorge Silas corrigiu taticamente, trocou o 4x4x2 losango pelo 4x3x3 habitual, com a troca de Doumbia por Bolasie, e os leões melhoraram. Só que a expulsão do congolês, aos 60′, acabou com as esperanças leoninas de jogar sequer futebol. A partir daí, tudo o que o Sporting quis foi sobreviver a um SC Braga que nem estava a ser particularmente perigoso e levar a decisão para os penáltis. Paulinho é que não deixou e repetiu a história recente: já tinha sido ele a garantir as vitórias frente ao CD Tondela (2-1 aos 90+1′) e ao FC Porto (2-1 aos 75′).
O golo que resolveu o jogo tornou o relvado um espaço de emotividade máxima, havendo ainda tempo para que o árbitro, Nuno Almeida, mostrasse mais três cartões vermelhos. Primeiro a Mathieu, por ter atingido sem bola Esgaio, e depois a dois Eduardos, o guarda-redes suplente do SC Braga e o médio suplente dos leões, por causa do sururu que se gerou a seguir. Micael Sequeira, o treinador adjunto dos bracarenses, disse no final que a sua equipa “não foi melhor. Foi muito melhor!”. Feliz estava também António Salvador, presidente da equipa da casa, que considerou que “o SC Braga foi um justo vencedor”. Do lado do Sporting, não compareceu ninguém ao espaço de “flash interview” da Sport TV.
Amanhã joga-se a segunda meia-final e é impossível não olhar para ela com a derrota do FC Porto frente ao SC Braga, no Dragão, para a Liga, na passada sexta-feira, a servir de contexto. Sérgio Conceição já sentiu a pressão, quanto mais não seja a das perguntas que lhe fizeram na conferência de imprensa. “Não tenho de comentar as reações dos adeptos, porque se o fizer não me foco no essencial, que é trabalhar para lhes dar resultados e para eles baterem palmas”, declarou o técnico do FC Porto, nada preocupado também com os lenços brancos que podem ou não agitar-se nas bancadas. “Lenços uso-os para me assoar ou para limpar a transpiração. Isso a mim diz-me pouco”, prosseguiu, explicando as razões da insatisfação das bancadas. “Quando cheguei aqui, o FC Porto vinha de quatro anos sem ganhar nada e com expectativas baixas. Baixíssimas. Quando se consegue levantar o FC Porto, quebrar a hegemonia do Benfica, ganhar um campeonato que foi um dos três mais importantes na história do clube, é normal que a expectativa aumente”, sublinhou.


Em campo, os dragões disputarão um lugar na final de sábado com o Vitória SC (amanhã, às 19h45, Sport TV 1), repetindo um duelo que já protagonizaram em casa, numa partida que ficou marcada pela expulsão do defesa-central vimaranense Tapsoba, logo a abrir. Sérgio Conceição lembra-se bem disso e não se serve desse jogo para aquilatar das dificuldades que pode encontrar agora. “Vimos o Vitória SC a dar uma excelente resposta na Liga Europa. Foi sempre uma equipa competente, tem muitos jogadores jovens de qualidade e um treinador de qualidade. É um adversário de grande nível”, afirmou o treinador portista, lembrando que em dois anos nunca perdeu um jogo da Taça da Liga “em jogo jogado”, pois foi sempre derrotado pelo Sporting no desempate por penáltis. “Ficou um sabor amargo”, concluiu o treinador, que para amanhã não vai dispor de Pepe, Nakajima e Zé Luís, todos eles magoados e impedidos de dar o seu contributo.


Do outro lado, Ivo Vieira, o treinador do Vitória SC, garantiu uma equipa “motivada e confiante, acreditando muito na sua ideia de jogo”. E nem o facto de já ter perdido esta época com FC Porto, Benfica e Sporting preocupa o treinador. “Não temos tido resultados abonatórios contra as outras equipas ditas grandes, mas temos de equilibrar essa questão. Temos tido tanta qualidade de jogo e tantas oportunidades contra essas equipas, que a diferença se faz apenas nos golos”, considerou Ivo Vieira. Nem de propósito, o João Pedro Cordeiro andou a vasculhar os algoritmos de golos esperados e pontos esperados da plataforma de scouting WyScout e concluiu que o Vitória SC é mesmo uma das equipas que fica a dever a si mesma mais golos e pontos. Mas não é a pior nesse aspeto, como pode ler aqui. Aliás, é curioso que, de acordo com este algoritmo, não fosse o comportamento face às balizas tão diferente de caso para caso, mudavam os líderes de quase todos os campeonatos dos Big Five. Bem como o de Portugal. Vale uma espreitadela, nem que seja por curiosidade.
Por falar em futebol lá fora, hoje foi dia de muitos jogos. Em Inglaterra, o Manchester City ganhou fora ao Sheffield United (1-0), graças a um golo de Aguero, depois de Gabriel de Jesus ter perdido um penalti, permitindo a defesa do guarda-redes Henderson, que no entanto estava bastante adiantado em relação à linha de baliza. No dérbi de Londres, Chelsea e Arsenal – que jogou mais de uma hora com dez, por expulsão de David Luiz aos 26′ – empataram a dois golos, tendo marcado Jorginho e Azpilicueta, para os da casa, Martinelli e Bellerin, para os “Gunners”. Pode ver aqui o que de mais importante se passou. Mas a sensação da noite foi mesmo a forma como o Newcastle United empatou o jogo em Goodison contra o Everton (2-2), com dois golos de Lejeune no período de descontos, no qual entrou a perder por 2-0.
Em Itália, como pode ver aqui, o Nápoles foi a primeira equipa a garantir uma vaga nas meias-finais da Taça, vencendo a Lazio por 1-0, graças a um golo madrugador de Insigne. Immobile, o goleador dos romanos, ainda perdeu, de penalti, a possibilidade de empatar uma partida em que cada equipa viu um homem expulso dentro dos primeiros 25′. Por fim, Renato Sanches esteve ligado á forma como o Lille saiu da Taça da Liga de França. Como pode ver aqui, o médio português marcou um dos golos do empate (2-2) no terreno do Lyon, mas depois falhou o penalti decisivo no desempate que valeu ao Lyon a qualificação.