O guarda-redes japonês Gonda e o defesa-central Jadson, unidos em celebração da vitória do Portimonense sobre o Gil Vicente, fazem hoje a primeira página do jornal L’Équipe, dedicada ao regresso do futebol em Portugal, por força de uma reportagem que abre o jornal, acerca do regresso da Liga que mais de perto ameaça a francesa no Top5 do ranking da UEFA. Com testemunhos de Pauleta (ex-Paris Saint Germain) e Poha (que joga no Vitória SC e foi campeão europeu de sub19 pela França), bem como de emigrantes portugueses em França e sequiosos de futebol, o diário desportivo francês consegue ver no futebol português muita coisa boa que, no entanto, escapa à maioria dos observadores nacionais.
Muito frustrados por não terem podido concluir a sua Liga, os franceses reconhecem uma distância no ranking entre as duas provas muito inferior à diferença orçamental, sustentando que só Benfica, FC Porto, Sporting e eventualmente SC Braga teriam recursos para poder jogar a Ligue 1. “Os outros andariam pelo nosso segundo escalão ou até pelo National [o terceiro campeonato de França]”, defendem. Qual é o segredo do campeonato português, então? Foi Poha quem apontou alguns. “Joga-se sempre para ganhar, direito à baliza adversária”, diz o médio francês, que acrescenta: “o campeonato português é mais intenso, sem ter tantos tempos mortos”. E tudo isto fica estranho para quem está habituado a ver o campeonato ser constantemente destruído pelos frustrados permanentes.
Ainda ontem, antes de começar, assim era. Que sem público não valia a pena – e a julgar pela transmissão televisiva dos dois jogos nem se notou tanto a diferença… –, ou que os resultados são sempre uma mentira: o FC Famalicão já teria vendido o jogo com o FC Porto, como se viu na forma como perdeu no Dragão na primeira volta, com erros semelhantes ao cometido por Marchesín no golo de Fábio Martins, que abriu a surpresa da jornada de regresso da Liga. A diferença é que os erros dos famalicenses na primeira volta eram claramente prova de suborno, enquanto que o de ontem já depende: foi uma infelicidade para os portistas, para quem falar de frango é imediatemente sinal de que se está a seguir “a cartilha”, e prova clara de aselhice para os adeptos rivais, que imediatamente movem o plano da desconfiança para outros parâmetros, considerando que se o FC Porto gastou dinheiro num guarda-redes tão fraco é porque alguém ganhou por fora.
Como o FC Famalicão foi uma equipa “corajosa” – usando as palavras do seu treinador, João Pedro Sousa – e, ganhando, não se pôs a jeito de arcar com as suspeitas da Liga da Mentira, os cavaleiros do apocalipse lançam-se ao outro culpado do costume para anunciar o fim dos dias de ouro do futebol: o árbitro. De acordo com a cor de quem se queixa, Nuno Almeida não marcou um penalti evidente de Pepe sobre Diogo Gonçalves ou um outro por mão de Nehuen Pérez perante Aboubakar. À acusação junta-se a Sport TV, que também não teria mostrado as repetições devidas – embora aqui tenha piada, porque eu vi logo repetições dos dois lances, suficientes para achar que ambos podiam ter tido desfecho bem diferente. Só que, no fim, alguém tem de pagar a conta, a conta da frustração, que não se compadece com o facto de os erros terem sido divididos pelos dois lados.


Se os franceses andam muito frustrados por não poderem ter futebol, os portugueses descarregam a deles tentando destruir o futebol que têm, a “Liga da Mentira”, como lhe chamam sempre que não ganham. Na antevéspera de ter contribuído com um golo para a vitória do FC Famalicão sobre o FC Porto, o extremo Fábio Martins explicou-me no Twitter quais eram as razões deste distúrbio. “Falta gostar verdadeiramente de futebol”, escreveu. “As pessoas falam pelo que vêm na TV/jornais e infelizmente esses meios só promovem a desordem e a discórdia. E é dado demasiado tempo de antena a pessoas que nada são ou que nada dão ao futebol”, completou. No fundo, é uma questão de cultura desportiva, que não deve escapar a Pauleta, por mais que o antigo goleador da seleção tenha vestido o fato de gala de embaixador de Portugal para se manifestar em contraciclo. “Os portugueses amam demasiado o futebol”, disse ele ao L’Équipe, a justificar o facto de termos três jornais diários desportivos e de todos os canais televisivos terem um programa desportivo quotidiano. “Há sempre um programa acerca de futebol para ver ou para escutar”, explica Pauleta.
Antes não houvesse. Porque o futebol que devemos amar é o que se joga, não os expedientes que se constroem à volta dele. E quando Pauleta diz que os portugueses amam “demasiado” o futebol, o que está a dizer é que o amam de forma errada, excessiva. Que amam demasiado os seus clubes. E a prova disso é que nunca comprariam um jornal que trouxesse na primeira página dois clubes relativamente anónimos da Liga francesa.
De acordo caro António e como se viu logo após o final do jogo de ontem em Vila Nova de Famalicão, o Sérgio Conceição começa a conferencia de imprensa com o seu discurso “normal” pela arbitragem, o penalty aos 92, esquecendo-se do outro ainda na primeira parte, volta á carga sobre o tempo de jogo a inda se atira a um jornalista por feito apergunta que lhe interessava??? no fim lá foi dizendo que quem quer ser campeão não pode fazer tão pouco como foi feito na 2a parte, deve ser este tipo de retórica que se reflete nos tais frustados. Se deste discurso se ficasse pelo futebol jogado que foi uma primeira parte suficiente para o porto marcar até ao golo do Fábio Martins, equilibrio a partir daí e uma segunda parte a vir ao de cimo o maior medo desta fase a desconcentração ou a falta de foco permanente quiçá por não haver “pressão das bancadas para o relvado, que se antevê nos jogos sem publico. Na minha opinião o fator psicológico vai ser determinante neste jogos á porta fechada, quem estiver preparad individual e colectivamente para se abster da envolvente e tiver a capacidade para se motivar permanentemente durante e 90 minutos vai tirar vantagem clara e prevejo que nesse lote reduzido de equipas estejam algumas da mais pequenas que têm ao leme líderes natos, nesta fase um JJ era meio caminho andado para o sucesso.