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Histórias, Reportagem

A história de amor entre Portugal e México

João Pedro Cordeiro por João Pedro Cordeiro
Agosto 19, 2019
12 min de leitura
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As intervenções decisivas de Marchesin nos jogos contra o FC Krasnodar, Gil Vicente e Vitória FC foram a melhor apresentação possível do guarda-redes argentino aos adeptos portugueses de futebol. Quem não o conhecia confirmou todas as indicações deixadas pelos mais variados e atentos analistas aquando da chegada de ‘Marche’ a Portugal. Em Barcelos, aliás, o substituto de Casillas protagonizou uma dupla intervenção que certamente figurará no lote das melhores defesas da época, em particular a segunda parada, altamente exemplificativa de toda a mais valia que o ex-América traz ao futebol português e, em particular, ao FC Porto. Marchesin é só mais um dos protagonistas de uma história de amor entre Portugal e o México, uma história que já não se faz apenas no sentido europeu.

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Ao longo de décadas, mas em particular nos últimos anos, não faltam exemplos de jogadores oriundos do futebol mexicano que conseguiram atingir estatuto de culto em Portugal, mas também do contrário reza a história. Não necessariamente de jogadores oriundos do México que não conseguiram impor-se por cá – que também os há –, mas especialmente dos jogadores oriundos do futebol português que acabaram por ter um impacto muito relevante no país centro americano.

Mostrar surpresa com a qualidade dos jogadores que chegam do México, só mesmo por puro desconhecimento. Óscar Tojo, metodólogo de treino alentejano que há muito trabalha ao lado de Pedro Caixinha, o português que treina o Cruz Azul, da Cidade do México, admite ter sido surpreendido por essa mesma qualidade quando chegou ao país, então, para trabalharem no Santos Laguna. “Nós chegamos ao México em 2012. Para mim e para muitas pessoas que vivem na Europa, como tinha uma ideia pouco fundamentada do país e um total desconhecimento da sua realidade futebolística, social e cultural, as expectativas foram claramente superadas desde os primeiros dias de contato e de trabalho”, refere Tojo. “Há condições de excelência para o desenvolvimento do trabalho em todas áreas de rendimento, pessoas na liderança devidamente formadas e conhecedoras da realidade do futebol atual e uma paixão dos adeptos pela sua equipa, pela sua região e pelo jogo fora do comum”, prossegue, convencido de que muitos jogadores do atual futebol mexicano têm tudo para ser bem sucedidos em caso de mudança para a Europa.

Condições de excelência, explica Óscar Tojo, que acabam por ser resultado da quantidade de dinheiro que o futebol mexicano movimenta no país, especialmente, por via de dois setores: “Passado alguns meses, estávamos claramente identificados com o processo, onde o produto-futebol tem a expressão máxima em tudo o que é organizado. Os campeonatos têm o modelo americano, uma fase regular e um play-off, dois campeonatos numa época regular e muito, mas muito, competitivos. Se o Santos Laguna tinha condições de excelência, Pachuca, América, Chivas, Tigres, Monterrey, Pumas, Toluca e Cruz Azul também as tinham. Todos com um poder financeiro acima da média, pela relação e capacidade das operadoras televisivas e a paixão dos mexicanos pelo jogo”, concretiza Óscar Tojo.

A relação futebolística entre Portugal e México já tem décadas, mas só nos últimos anos se tornou verdadeiramente estreita. Foi em 1975/76 que tudo começou, quando Eusébio, depois de 15 anos no Benfica, rumou às Américas para reforçar os Boston Minutemen, primeiro, e o Monterrey, depois. O “pantera negra” acabou por representar a equipa mexicana em dez jogos, apontando um golo – a sua passagem pelos “rayados” não foi particularmente impactante, mas permitiu quebrar uma barreira que só décadas mais tarde acabaria por ser explorada e aproveitada em todo o seu potencial.

Pelo meio, Manuel Negrete, homem dos golos impossíveis, chegou a Lisboa para o Sporting oriundo do Pumas, imediatamente a seguir a ter sido uma das figuras do Mundial com a “tricolor”. Em 1986/87, já depois de um Mundial mexicano que foi de má memória para os portugueses, Negrete representou o Sporting por 21 vezes, tendo apontado cinco golos antes de rumar a Espanha e ao Sporting Gijón na mesma temporada em que havia chegado a Portugal. Nunca se adaptou verdadeiramente ao futebol português e a saída de Manuel José do Sporting precipitou, também, a saída do médio mexicano.

O fenómeno tem sido mais corrente na última década e foi marcado pela chegada de Jackson Martínez ao FC Porto. Oriundo do Chiapas, o goleador colombiano terá sido quem definiu um ponto de viragem nesta relação entre o futebol português e mexicano, mas antes dele já Kikin Fonseca passara quase anónimo por Portugal. Chegado ao Benfica, do Cruz Azul, em 2006/07, não foi além de treze jogos ao serviço dos encarnados, tendo apontado três golos, ainda que dois no mesmo encontro, uma vitória do Benfica por 5-0 frente ao Oliveira do Bairro SC, a contar para a Taça de Portugal. Na Liga, porém, Kikin Fonseca apenas marcou um golo pelo Benfica, numa vitória por 4-0 perante o Belenenses. Ao todo, dos treze encontros em que participou de águia ao peito, Fonseca foi titular em seis.

Um homem que tudo mudou

Em 2012, porém, praticamente tudo mudou. Então a caminho dos 26 anos e ainda sem qualquer experiência no futebol europeu, Jackson Martínez chegou do México para arrasar em português. Cinco temporadas no Independiente Medelín tinham-no levado para o México, onde cumpriu três anos em Chiapas. O impacto do goleador não só foi imediato como dificilmente podia ter sido mais brutal. Logo na primeira época em Portugal, o avançado colombiano apontou 31 golos em 43 jogos. Com 26 golos na Liga, Jackson Martínez deu início a um período de domínio na lista dos marcadores que só tinha tido igual, em anos recentes, aquando da passagem de Jardel, também pelo emblema azul e branco. Três anos ao serviço do FC Porto resultaram em três títulos de melhor goleador para Jackson, que no final da terceira temporada rumou ao Atlético Madrid.

Perante a experiência no futebol mexicano e agora conhecedor de todo o fenómeno e contexto, Óscar Tojo confessa não estar particularmente surpreendido. Era uma questão de tempo. “Não nos surpreende o sucesso do jogador mexicano na Europa e em particular nos clubes portugueses. São bons profissionais, evoluídos tecnicamente na relação com bola, rápidos e ágeis. São desenvolvidos, e potenciados, em condições físicas de grande qualidade, disputam campeonatos extremamente competitivos e exigentes a nível físico e emocional, enquadrados em plantéis de qualidade com jogadores, na sua maioria, sul americanos, mas com presenças assíduas nas respetivas seleções”, explica.

Mas, então, porque não vemos ainda mais jogadores mexicanos a atuar fora do seu país? Mais do que capacidade para tal têm eles, mas há outros fatores a ter em conta… “México, Brasil, Argentina e agora a MLS têm muita capacidade de atrair os melhores no continente americano. O jogador mexicano está preparado para as exigências do velho continente, mas muitos optam por não sair, porque preferem estar no seu país, onde as condições financeiras são superiores aquelas oferecidas por muitos clubes europeus. Nos últimos anos, aqueles que decidiram sair têm tido sucesso e mais estão para sair, porque os mais novos têm essa ambição e visão de jogar e viver na Europa”, avisa Tojo.

O sucesso conseguido pelo FC Porto com Jackson Martínez escancarou a porta do mercado mexicano aos clubes portugueses. Logo na temporada seguinte, o mesmo FC Porto foi ao México buscar Héctor Herrera, então um jovem de 23 anos, do Pachuca, bem como um ainda mais jovem Diego Reyes, de 20 anos, que vinha do América. Se Reyes nunca conseguiu impor-se no Dragão, acabando por sair em final de contrato, anos depois de ter chegado ao Porto por sete milhões de Euros, a história de Herrera de dragão ao peito foi bem diferente. O médio mexicano acabou a capitanear o FC Porto, saindo neste verão em final de contrato, depois de seis épocas e mais de 250 jogos pelos azuis e brancos.

A aposta do FC Porto no México, ou em jogadores mexicanos, tornou o clube azul e branco num dos clubes europeus mais referidos e acompanhados pela imprensa azteca a partir de então, algo exponenciado ainda mais com a chegada de Jesús Corona, em 2015, oriundo do Twente a troco de 11 milhões de euros. Na mesma temporada chegou Omar Govea, por empréstimo do América. Contratar no mercado mexicano ou contratar mexicanos tornou-se uma recorrência da última década no Dragão. Antes de Corona ou Govea, já o FC Porto tinha trazido de Guadalajara o jovem guarda-redes Raul Gudiño, nessa altura considerado o Courtois mexicano. Miguel Layún chegou ao Dragão em 2016 e Junior Maleck na temporada seguinte.

Se é certo que nem todos os negócios com origem no México acabaram por ter sucesso no FC Porto, as carreiras bem-sucedidas de Jackson, Herrera, Layún e Corona parecem ter mantido viva a confiança dos responsáveis azuis e brancos no mercado mexicano. Tanto, que a receita experimentada em 2012 com Jackson Martínez se repetiu este ano e em dose dupla com as chegadas de Agustín Marchesín e Mateus Uribe. O guardião argentino já deu um ar de sua graça, o médio colombiano foi titular pela primeira vez no sucesso (4-0) frente ao Vitória FC, mas dá a ideia de ter chegado ao onze para ficar.

Não foi só o FC Porto, porém, que nos últimos anos tem olhado para o mercado e futebol mexicano como um possível viveiro de estrelas. Também Benfica e Sporting têm estreitado as relações com o mercado azteca e até o Feirense teve, no ano passado António Briseño, oriundo precisamente do México. A temporada dominadora do poderoso defesa central, aliás, permitiu ao antigo campeão mundial sub-17 regressar ao México pela porta grande ao reforçar o histórico Chivas.

Se o Sporting, na temporada passada, fez chegar a Alvalade o lateral esquerdo colombiano Christian Borja, contratando-o ao Toluca por cerca de três milhões de euros, o Benfica, teve em Raúl Jiménez uma das grandes figuras dos últimos tempos. Não só pelos golos decisivos apontados ao longo de três temporadas, em que se estabeleceu como um autêntico joker saído do banco, mas também por ter permitido aos encarnados um encaixe milionário de quase quarenta milhões de Euros, após um empréstimo bem-sucedido ao Wolverhampton.

Um sucesso relativo que, aliás, poderá ter tido influência no interesse do Benfica pelo mercado mexicano, já que em 2018/19 chegou à Luz Nico Castillo oriundo, precisamente, do México. Os encarnados pagaram então cerca de oito milhões de euros ao Pumas pelo passe do avançado chileno, que acabou por não se impor de águia ao peito. Com a reputação intacta pelo México, porém, o avançado acabou vendido ao América meses mais tarde por cerca de sete milhões de euros.

Sucessos, também, no sentido contrário

No caso das Águias, na verdade, tem sido maior o sucesso das “dispensas” feitas para o México do que o das contratações efetuadas no mercado azteca. Por isso mesmo, a relação entre os mercados futebolísticos de Portugal e México estabeleceu-se nos últimos anos como simbiótica. Não são só os clubes portugueses que recrutam no México, o contrário é também uma verdade. Mesmo em casos de jogadores que, à partida, não teriam uma ligação direta com o país, como tinham Briseño, Gudiño, Maleck ou Nico Castillo.

Este sucesso, diz Óscar Tojo, explica-se pelo contexto favorável que esses mesmos jogadores encontram quando chegam ao México. “Para além de tudo o que já mencionei, o México é acolhedor, com pessoas que gostam de receber e tratar bem quem chega. “Mi casa es tu casa” é uma das expressões mais populares do país. E há bom clima e boa alimentação, as praias são uma atração… Temas como a insegurança, poluição, tráfico, corrupção ficam um pouco postos de parte para estes jogadores, que chegam para jogar”, afirma o treinador.

“Na maioria das vezes, o estrangeiro chega pela qualidade futebolística, mas essencialmente pelo aporte tático que pode dar ao jogo, pelas suas vivências e experiencias em ligas de maior qualidade, porque é nessa dimensão que eles podem fazer a diferença em relação ao jogador mexicano”, diz-nos ainda o técnico que está ao lado de Pedro Caixinha no Cruz Azul. Disso, é exemplo Rogelio Funes Mori. Hoje com 28 anos, Funes Mori chegou ao Benfica em 2013, oriundo do River Plate, tendo sido emprestado ao Eskisehirspor na temporada seguinte. O avançado argentino nunca se impôs, apesar dos bons registos alcançados na equipa B dos encarnados e depois na Turquia, tendo acabado por ser vendido ao Monterrey por quase quatro milhões de euros. E acabou por se tornar um dos melhores avançados a atuar no México desde então: desde que chegou, Funes Mori nunca ficou abaixo dos 19 golos numa temporada, tendo sido autor de alguns dos golos mais espetaculares marcados na Liga MX nos últimos anos. Foi dele, aliás, o golo do ano na Liga MX na temporada passada. Em apenas quatro anos, Funes Mori é já o terceiro melhor marcador histórico dos “rayados”, com 90 golos desde 2015.

Foi em 2015 também que chegou ao México Franco Jara. Ainda que não tenha sido contratado diretamente a um clube português, Jara é outro dos jogadores com passado no futebol em Portugal que acabou por se notabilizar no México. Com 70 golos marcados pelo Pachuca desde que os “tuzos” o contrataram, a custo zero, ao Olympiacos, em 2015, é já o melhor marcador da história do Pachuca, com mais um golo do que Gabriel Caballero, hoje treinador do FC Juárez, também da primeira divisão mexicana.

Mas há mais. Depois de uma passagem pelo Benfica entre 2008 e 2014, bem como uma breve estadia em Paços de Ferreira, Jonathan Urreta tem-se estabelecido como um dos bons valores da Liga MX atual. Chegado ao Pachuca em 2015, a custo zero, oriundo do FC Paços de Ferreira, Urreta valeu em janeiro de 2018 uma transferência de seis milhões de euros do Pachuca para o Monterrey. Se ao serviço do Monterrey tem tido alguma dificuldade em encontrar o seu espaço, com 27 jogos desde janeiro de 2018 (fez dois golos e três assistências), em Pachuca, Urreta foi mesmo uma das figuras da liga mexicana, com 19 golos e 35 assistências em 100 jogos.

E, se tudo isto fosse era suficiente, temos ainda a história recente de Jonathan Rodríguez. O jovem avançado uruguaio que chegou ao Benfica em 2014, oriundo do Peñarol, e que apesar das boas indicações deixadas ao serviço da equipa B nunca encontrou espaço na equipa principal do Benfica, acabou emprestado ao Deportivo da Corunha, em Espanha. Acabou depois por rumar ao Santos Laguna, em julho de 2016, por 3,5 milhões de euros, pagos ao Peñarol. Hoje está no Cruz Azul, tendo feito 38 golos e 11 assistências desde que chegou ao México, há três anos. Jonathan e Urreta foram, por isso, exemplos de jogadores que até podiam ter sido mais bem rentabilizados pelos clubes portugueses.

Chega? Não. Só mais um. É impossível falar das relações estreitas entre futebol português e mexicano, na última década, sem referir Djaniny Tavares, como é conhecido no México. Djaniny Semedo, por cá, que se dá “mais valor” ao nome paterno. Hoje com 28 anos e ao serviço do Al Ahli de Jeddah, foi contratado no verão de 2014 pelo Santos Laguna de Pedro Caixinha, por dois milhões de euros, ao Nacional. Em quatro anos, Djaniny estabeleceu-se como um dos melhores avançados do futebol mexicano, tendo sido fundamental para dois títulos do Santos, bem como para os triunfos do clube na Copa MX e no Campeón de Campeones, a Supertaça, que coloca frente a frente os campeões de cada um dos torneios que compõem a época mexicana. Já em julho de 2018 foi como melhor marcador do campeonato mexicano que Djaniny acabou por rumar à Arábia Saudita por mais de dez milhões de euros. Pelo Santos, o cabo-verdiano fez 51 golos e 17 assistências em 149 encontros.

Os sucessos de Funes Mori, Djaniny, Jara, Urreta ou Jonathan Rodríguez são demonstrativos de que não são só os jogadores com passado no futebol mexicano que têm alguma tendência a ser bem-sucedidos em Portugal. Na verdade, o aproveitamento dos clubes mexicanos de jogadores com passado no futebol português é talvez maior que o contrário. Ainda para mais, se tivermos em conta que desde os seus regressos ao futebol mexicano, tanto Gudiño, como Briseño, Castillo ou Layún se têm estabelecido como alguns dos melhores jogadores da Liga nas suas posições. Uma relação simbiótica que teve em Jackson Martínez o ponto de viragem e que, bem explorada pelos clubes portugueses, pode representar uma fonte de riqueza assinalável. Afinal, dinheiro é coisa que não falta aos maiores clubes mexicanos.

“Passados quatro anos no futebol mexicano, continuo a achar que este tem um potencial tremendo e pode ainda evoluir bastante. O recente projeto da Federação Mexicana de Futebol para a criação do Centro de Inovação Tecnológica, o apoio, apetrechamento e suporte a todos os Clubes da 1ª Liga, 2ª Liga e Liga Feminina nas diversas áreas de rendimento é uma realidade, podendo assim desenvolver trabalhos em profundidade, o que irá possibilitar ainda mais o desenvolvimento do futebolista mexicano”, conclui Óscar Tojo.

E se os clubes portugueses quiserem saber onde procurar jogadores interessantes, o México é um mercado cada vez mais incontornável.

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