Um bis de Pedro Gonçalves valeu ao Sporting uma vitória sofrida, em casa, por 2-1, contra o Moreirense, onde o novo treinador, César Peixoto, se estreou a criar dificuldades ao líder. Os leões foram quase sempre uma equipa lenta e complicativa e até podiam apresentar como desculpa o golo que sofreram logo a abrir a partida, mas a verdade é que empataram logo a seguir e, até final, apesar de duas bolas no ferro da baliza de Pasinato, nos 80′ que restavam não conseguiram mostrar as dinâmicas que lhe têm valido vitória sobre vitória. Com este resultado, o Sporting mantém-se no topo da tabela, agora com 22 pontos, mais seis que o FC Porto e mais sete que Benfica e SC Braga, que ainda não jogaram.
O jogo, como já se viu, foi marcado por um início atribulado e pela estratégia do Moreirense, cujo treinador, César Peixoto, em estreia na Liga, optou por partir a equipa em duas. Mantinha sempre os três da frente (Felipe Pires, André Luís e Walterson) bem projetados, para explorar as costas dos laterais leoninos com bolas no espaço, mas depois amarrava os restantes elementos num 5x2x3 onde só os laterais podiam soltar-se – e um de cada vez. Isso originou dois golos em oito minutos. Marcou primeiro o Moreirense, logo aos 3′, num lance onde começou por surpreender o espaço dado a meio-campo aos visitantes. André Luís descobriu a subida do lateral D’Alberto na direita, este aproveitou as costas de Nuno Mendes e cruzou rasteiro para onde chegava Walterson. Chegava mas não chegou porque, antes disso, como pode ver aqui, Neto cortou de carrinho para dentro da baliza:
Surpreendido, o Sporting teve a sorte de chegar rapidamente ao empate. Foi aos 8′. Nuno Mendes ganhou uma bola no seu meio-campo e arrancou imediatamente para o ataque. O lateral lançou Nuno Santos na esquerda, este cruzou, e Pedro Gonçalves acabou por fazer o golo ao segundo ressalto. O guarda-redes Pasinato ainda desfez o cruzamento contra ele, a bola ia para a baliza mas foi travada no trajeto por Fábio Pacheco, que no entanto também não a conseguiu desviar da chegada de Pedro Gonçalves, que a levou de empurrão para as redes. Veja aqui o golo:
À medida que o jogo foi avançando, o Sporting ia estabilizando, mesmo revelando algumas dificuldades quando deixava a bola descoberta a meio-campo e permitia variações de flanco ao Moreirense. A terminar o primeiro tempo, os visitantes ainda conseguiram ativar as motas da frente mais um par de vezes, mas no período até lá o Sporting podia bem ter desfeito o empate. Rúben Amorim tinha em campo o seu onze de gala, com Palhinha ao lado de João Mário no meio-campo e Sporar entre Pedro Gonçalves e Nuno Santos na frente e, até ao intervalo, viu a equipa perder três situações de golo flagrantes.
Aos 15′, na sequência de um canto de João Mário, Coates saltou à vontade e buscou o ângulo da baliza de Pasinato com tanta vontade que a bola saiu ao lado. Aos 22′, após cruzamento de Nuno Santos, que apareceu momentaneamente na direita, Sporar cabeceou à barra – e o golo ia aparecendo de mais uma conjugação de ressaltos, pois da barra saltou contra o corpo de Rosic e ia para as redes não fosse travada, em cima da linha, pelo guarda-redes. Por fim, aos 31′, foi de novo Pasinato quem impediu o 2-1, agarrando uma tentativa de chapéu de Nuno Santos que ficou demasiado baixa.
A segunda parte começou num ritmo mais baixo. O Sporting mostrava dificuldades para mudar a velocidade da partida, muito engasgado em más decisões dos homens da frente quando entravam no bloco adversário, e o Moreirense passou a jogar mais atrás, porque as motas da frente já não tinham energia para ir e vir. O jogo pedia, portanto, substituições. E foi o que aconteceu aos 61′. No Sporting saiu Nuno Mendes para entrar Jovane, baixando Nuno Santos para lateral esquerdo. Por sua vez, o Moreirense fez logo três alterações: trocou Afonso Figueiredo por Matheus Silva, Walterson por Derik Lacerda e Franco por David Tavares. A equipa manteve a organização e só teve de mudar D’Alberto para a esquerda.
O jogo só agitou aos 69′, num remate em arco de Pedro Gonçalves, que da entrada da área encobriu Pasinato e, consumado o chapéu, bateu com estrondo na barra. E foi mesmo Pedro Gonçalves quem acabou por resolver a questão… à bomba. Se não entrou em jeito, foi em força, aos 75′. Chutou forte de fora da área, uma bola que Pasinato ainda tocou mas na qual ficou a ideia de que podia ter feito mais. Pode ver aqui o lance:
A ganhar, Rúben Amorim ainda viu Porro ficar perto do terceiro golo, aos 77′, mas depois começou a recompor a equipa atrás. Trocou Sporar por Tiago Tomás e João Mário pelo mais contido Mateus Nunes aos 78′. E depois devolveu Nuno Santos ao ataque, substituindo Pedro Gonçalves por Antunes, que foi ocupar a lateral esquerda, aos 85′. A ideia era segurar qualquer tentativa de reacção do Moreirense, o que foi conseguido.
Veja aqui o resumo do jogo: